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sábado, 6 de setembro de 2025

Série Sinforosa 1: A camioneta do fazendeiro e o homem da bicicleta

 Por João Bosco de Araújo*

Jornalista  boscoaraujo@assessorn.com  

À primeira vista, o leitor estará a pensar que se trata de uma disputa entre dois veículos. Mas o inusitado é que  realmente o fato aconteceu e seria cómico se não fosse trágico, nem poético! Foi em uma estrada de barro, nos idos dos anos sessenta e o automóvel era uma camioneta Chevrolet, modelo e ano 1951. O veículo estava sendo dirigido por seu proprietário, Pedro Salviano de Araújo, figura muito conhecida na região, dos mais autênticos tipos sertanejos. Embora nunca houvesse passado por um banco escolar, ele sabia, como poucos, as lições da vida e como enveredá-las. No entanto, essa da bicicleta e do automóvel não foi fácil para um velho marinheiro de primeira viagem, digamos assim.

A camioneta ainda estava muito nova, apesar dos seus mais de dez anos de estrada. Se bem que carro naquela época durava uma vida inteira, como diziam, por se tratar de fabricação estrangeira. O veículo ele adquiriu depois de muitas economias e foi buscá-lo na Paraíba, negócio empreendido por um vizinho seu, o fazendeiro Luiz Gonzaga da  Nóbrega, que por sua vez articulou a negociação junto ao primo deste e dono da 51, o Juiz de Direito, Dr. João Medeiros da Nóbrega, da Comarca de Campina Grande. Quem a trouxe foi Manoel Avelino, mais conhecido como “Manoel Boquinha”, que foi motorista de Dinarte Mariz. As primeiras lições de como guiar um automóvel foram dadas pelo veterano Poti, de uma família de mecânicos e motoristas da cidade, que também trabalhou com os americanos em Natal, no período da Guerra.

E lá vai Pedro Salviano a dirigir sua camioneta pelas estradas da vida. Não demorou muito e foi convidado à transportar uma dupla de cavalos de raça para uma festa de boi, na fazenda de seu amigo José Uchoa, em Belém de Brejo do Cruz, na vizinha Paraíba. Como não quis ficar na vaquejada, de volta a Caicó encheu a camioneta com madeira de lenha até o “gigante” e despediu-se dos amigos.

Na viagem, aconteceu o que o mecânico e motorista ‘Chico Mundiça’ gostava de comentar entre amigos e companheiros de oficina. Segundo contava, Seu Pedro dirigia tranqüilamente sua camioneta quando, de repente, viu passar pelo lado esquerdo um homem pedalando uma bicicleta. Qual não foi sua surpresa, em fração de segundos aquele homem montado naquele veículo de apenas duas rodas ultrapassava seu carro e desaparecia na estrada sem deixar rastro, só poeira.

“Que sujeitinho mais atrevido, teria reclamado Seu Pedro, aumentado a velocidade do carro e gesticulando esbravejava: Eu não posso dar cabimento a um pestinha desses, ao mesmo tempo em que mudava de marcha e empurrava o pé no acelerador, narrava ‘Mundiça’.  

Foi como um furacão. A camioneta desceu o aterro da rodovia, indo esbarrar lá embaixo, num barranco, depois de capotar por várias vezes e ficar de pneus para cima. Baixada a poeira, e o susto, Seu Pedro teria indagado: “Cadê o home e a tal da bicicleta? Vige Maria!”, concluía assustado, segundo dizia ‘Chico Mundiça’. 

Foi tudo muito rápido. Como num truque de mágica, aquele homem sumia com a sua bicicleta na velocidade de uma bala e Pedro Salviano nunca mais o vira. Tampouco, jamais perdoara uma pessoa pedalando uma bicicleta, atravessando o seu caminho, enquanto ele dirigia seu automóvel. Nem ‘Chico Mundiça’ jamais esqueceu de contar a história da camioneta do fazendeiro e o homem da bicicleta.

Esse fato realmente aconteceu, embora de circunstâncias diferentes, porque o próprio protagonista afirmava que o homem da bicicleta passara por ele em sentido contrário, ou seja, vindo ao encontro dele em ziguezague, cuja confusão resultou no acidente, e não como ‘Chico Mundiça’ gostava de comentar, evidentemente por causa de sua verve humorística, que por sinal sempre foi muito aguçada. Quem o conheceu sabe muito bem disso.

Os dois são duas figuras de saudosas memórias. Chico recebeu esse apelido ainda jovem, quando foi motorista do fazendeiro Zé Antônio, do Umbuzeiro, e Pedro Salviano foi o meu pai, que tudo isso guardo com muita alegria.

Foto de arquivo (há mais de 50 anos): meu pai Pedro Salviano, minha mãe Alzira
 e meus irmãos Flávio e Sueli que deu nome à camioneta de Sinforosa

*Inicio esta Série Sinforosa para retratar a história da camioneta de meu pai Pedro Salviano que vivenciei com ele, em Caicó/RN, na localidade rural de Umbuzeiro e esse texto foi publicado originalmente no ano 2000 no jornal Tribuna do Norte e posteriormente reeditado para o Diário de Natal/DN Seridó em 27/09/2008 e outras postagens em Assessorn.com

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Samba de Arruar na Cidade Alta: Sábado especial de música, encontro e celebração cultural

 Neste sábado, 06 de setembro, a partir das 14h, o Largo Ruy Pereira, na Cidade Alta, recebe a terceira edição da temporada 2025 do Samba de Arruar. O projeto retorna ao centro histórico com sua roda de samba ao ar livre, reunindo artistas, público e tradição em uma tarde dedicada à música e à valorização da cultura popular.

Idealizado e conduzido pela cantora e compositora Valéria Oliveira, o projeto reafirma seu compromisso com o fortalecimento da cena artística local, a ocupação sensível dos espaços públicos e a celebração de quem produz e consome arte em Natal.

Igualdade na roda, diversidade no ritmo

Com uma formação equilibrada - quatro mulheres e quatro homens -, a roda desta edição representa a diversidade do samba e valoriza a participação de mulheres instrumentistas, ainda pouco visíveis nesse segmento. Estão na formação: Valéria Oliveira (voz e cavaco), Kelliney Silva (voz e percussão), Jubileu Filho (violão 7 cordas), César Sampaio (banjo e cavaco), Mirelly Angélica, Deny Nascimento, Ninho Brasil e Cecília Hermínio (percussão).

Três vozes femininas que ecoam no samba potiguar

Esta edição conta com participações especiais de três artistas que contribuem com sua trajetória e identidade para o fortalecimento da cena:

Heli Medeiros, cantora e atriz com sólida presença nos palcos e interpretação marcante;

Luanda Damasceno, da nova geração, com destaque em rodas de samba e pagode pela cidade;

Nega Buluka, símbolo de força e autenticidade, com seu canto vibrante e engajado em causas culturais e sociais.

Valéria, Kelliney e as convidadas conduzem um repertório que homenageia grandes nomes do samba - compositoras e compositores - em interpretações cheias de expressividade. Como de costume, a roda é aberta a participações espontâneas, fortalecendo o espírito coletivo que define o projeto.

Mais que um show: uma experiência cultural viva

O público está convidado a viver uma tarde de samba no Largo Ruy Pereira - reencontrando amigos, conhecendo artistas, cantando junto e celebrando o samba como forma de convivência e identidade. O evento conta com os serviços do Bar do Zé Reeira, parceiro do projeto, além de outros fornecedores da área. Também estará presente a lojinha do Kombi Nação, que conecta cultura e economia criativa em um espaço de trocas afetivas e simbólicas.

Sobre o projeto

Criado em 2024, o Samba de Arruar é uma realização de Valéria Oliveira Produções, com produção de Mônica Mac Dowell. O projeto percorre espaços públicos de Natal promovendo a música potiguar, a representatividade feminina no samba e a ocupação cultural de ruas, praças e centros históricos.

A temporada 2025 conta com patrocínio da Prefeitura do Natal, Fundação Capitania das Artes e do Professor Robério Paulino. Esta edição conta ainda com o apoio do Bar do Zé Reeira, Hélio Lima Cabelo e Arte e HC Cardio.

SERVIÇO

Samba de Arruar - Roda de Samba na Cidade Alta

Dia 06 de setembro de 2025, sábado, a partir das 14h, no Largo Ruy Pereira – Cidade Alta

Atrações: Valéria Oliveira, Kelliney Silva, Heli Medeiros, Luanda Damasceno e Nega Buluka

Entrada gratuita

Siga e acompanhe: @sambadearruar

Por assessoria de imprensa/Imagem relacionada à divulgação

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Programa de Incubação do Metrópole Parque abre inscrições para startups

 Edital oferece oito vagas na modalidade remota. Inscrições encerram em dezembro

O Parque Tecnológico Metrópole Digital (Metrópole Parque) abriu hoje, 1º de setembro, um novo ciclo de inscrições para seu programa de incubação e pré-incubação de empresas. O processo segue com formação de ciclos de avaliação até 28 de dezembro e oferece oito vagas, todas na modalidade remota (não residente).

A seleção segue as diretrizes do Edital Nº 01/2025 e as inscrições podem ser realizadas mediante formulário on-line disponível no site do Metrópole Parque. Após o preenchimento, será gerada uma Guia de Recolhimento da União (GRU) com taxa de R$ 100.

Para a etapa de pré-incubação, podem se inscrever empreendedores que ainda não possuam empresas formalizadas e que tenham um protótipo funcional com potencial de se tornar um negócio de tecnologia de informação.

Já na etapa de incubação, podem se inscrever empresas formalizadas que possuam produto ou serviço em fase de comercialização no mercado. As startups também devem apresentar produtos ou serviços inovadores na área de TI, comprovando faturamento.

Uma vez selecionados, os empreendedores passam a integrar o programa de incubação do Metrópole Parque. A associação não residente garante o acesso, de maneira remota, aos benefícios da incubadora – como consultorias, assessorias e suporte técnico – não abrangendo a instalação física da empresa na sede do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN).

Seleção

O processo é organizado em ciclos de avaliação: após a confirmação do pagamento da primeira inscrição, será iniciado um prazo de 15 dias corridos para que novos projetos submetidos sejam avaliados em conjunto no respectivo ciclo de avaliação, respeitando o limite de vagas de cada etapa do programa.

As propostas inscritas passarão por duas etapas: análise documental e avaliação da proposta. Na primeira, será verificado se os candidatos atendem aos requisitos do edital. Já na segunda, uma comissão de especialistas analisará a formação e a disponibilidade dos empreendedores, além do potencial de mercado da solução ou negócio apresentado.

Para mais informações, acesse o edital completo no site do Metrópole Parque.

Assessoria de Comunicação do Metrópole Parque (IMD/UFRN)

Imagem relacionada à divulgação

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Tecnologia promove independência funcional em atividades simples

 Tecnologia da UFRN promove independência funcional em atividades simples

Passar slides em uma apresentação qualquer é uma atividade relativamente simplista, bem como manusear o controle remoto de uma televisão. Mas e para quem tem dificuldades na chamada “motricidade fina” dos dedos? Pensando na dificuldade enfrentada por pessoas com paralisia de membros superiores, paralisia cerebral, acidente vascular ou até com lesão medular, um grupo de cinco pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Santos Dumont (ISD) desenvolveu um equipamento denominado “Passador de slides para pessoas com deficiências motoras”, que auxilia pessoas com dificuldades de realizar movimentos precisos e delicados utilizando os músculos menores do corpo, como os das mãos e dedos.

Nele, com o auxílio de dois botões conectados sem fio ao computador, pessoas com deficiência podem utilizar qualquer parte do corpo para controlar a apresentação de slides durante uma palestra ou aula. Assim, o dispositivo pode ser posicionado ou colocado sobre uma mesa, cadeira ou mesmo no piso. Dessa maneira, a pressão nos botões pode ser feita com qualquer parte do corpo, como mãos, cotos em amputados e pés. “Os controles comerciais de passar slides são inviáveis para quem não consegue controlar movimentos finos dos dedos, segurar um controle ou mesmo que não tenha partes do membro superior”, descreve José Carlos Gomes da Silva, um dos inventores envolvidos.

Ele destaca que o material do suporte dos botões do passador pode ser confeccionado em diferentes tipos, para permitir flexibilidade e ser acomodado em superfícies côncavas ou convexas, ou mesmo em material rígido para superfícies planas. Inclusive, os botões arredondados podem ter diferentes alturas para se adequar à necessidade da pessoa com deficiência. Esse aspecto é uma das singularidades da invenção. “A faz diferir dos dispositivos de apresentação disponíveis no mercado, pelo fato de realizar o passar dos slides com botões grandes e separados, mesmo para quem não possui controle motor fino, enquanto os apresentadores sem fio similares exigem controle motor manual fino. Assim, permite que pessoas com deficiência possam fazer palestras ou aulas sem depender de outra pessoa para controlar os slides, e o dispositivo também pode controlar outros equipamentos eletrônicos, como uma smart TV”, pontua José Carlos.

Professor da UFRN, Paulo Moreira Silva Dantas salienta que não há no mercado, nem em pesquisas científicas, um passador de slides que seja adaptado para pessoas sem coordenação motora fina. Ele retrata que o dispositivo criado é composto por um suporte confeccionado em material rígido ou flexível para se adaptar à superfície de apoio do usuário, dois botões com tamanhos e resistências variadas, para facilitar o pressionar do usuário de acordo com a deficiência motora; e o microcontrolador sem fio que transmite os comandos para controlar a apresentação dos slides. Paula Dantas destaca que, com essa concepção, o dispositivo pode ser customizado para atender diversas necessidades.

Ele cita que atualmente existem teclados de computador adaptados para pessoas com deficiências, mas não existe um passador de slides para pessoas com deficiência utilizarem durante apresentações com slides em salas de aula e auditórios. Os teclados adaptados exigem coordenação motora fina e limitam o uso de slides durante a apresentação da pessoa com deficiência.

Além de Paulo Dantas e José Carlos, participaram do desenvolvimento da invenção Cícera Bruna Silva de Sousa, Edgard Morya e Luiz Henrique Bertucci Borges, cientistas também vinculados ao Programa de Neuroengenharia do ISD. O pedido para proteção intelectual do equipamento foi feito no mês de julho, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão nacional responsável pela análise e concessão de patentes, bem como pela emissão de registros de computador.

O grupo de pesquisadores identifica que o dispositivo surgiu da necessidade de uma pesquisadora em tecnologia assistiva que é palestrante – inclusive, o protótipo foi testado e está em funcionamento. Segundo eles, o próximo passo é fazer equipamentos com mais opções de controle, para aumentar as funcionalidades de acordo com a deficiência. Edgard Morya, gerente do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), instituição à qual o ISD é vinculado, realça que os inventores do Instituto e da UFRN compartilham o desenvolvimento em tecnologias assistivas, desde a parte científica até a necessidade de resolver problemas reais de quem está precisando de soluções.

É um contexto que abarca também a quantidade de pessoas, número de ações e de patentes de um grupo de pesquisa: o de Atividade Física e Saúde (Afisa). Formado pela aliança entre graduandos em Educação Física, Fisioterapia e Nutrição, além de mestres e doutores em Educação Física e em Ciências da Saúde, a Afisa tem como base de sustentação seis linhas de pesquisa: saúde e indicadores biofísicos e culturais na motricidade humana; atividade física e qualidade de vida em portadores de necessidades especiais; atividade física, qualidade de vida e estilo de vida; descoberta de talentos esportivos; herdabilidade e aptidão física; e bioquímica da nutrição no contexto do exercício.

A junção de teoria e prática, ensino, extensão e pesquisa, casada com a inclinação de enxergar a inovação como aspecto de crescimento da importância científica da instituição, contribuiu para a existência de um rol de novas tecnologias que se alargou a ponto de despertar o interesse de grupos europeus pelas pesquisas desenvolvidas. “A gente não foca apenas em um equipamento, a gente foca em soluções, tendo em vista que o nosso grupo é um grupo de estudos e pesquisas em tecnologias de saúde. Então estamos também com outras demandas, de outros problemas, que a gente está desenvolvendo outras soluções”, descreve Paulo Moreira Silva Dantas.

Como exemplos da produtiva parceria científica existente, a UFRN e o ISD são cotitulares de quase uma dezena de pedidos de patenteamento de descobertas científicas. Uma delas busca patentear um invento que promete facilitar a identificação precoce da Esclerose Lateral Amiotrófica. Outra trata-se de um aparelho que possibilita maior independência a pessoas que têm alguma patologia ou que sofreram algum acidente que as impossibilite de realizar certos movimentos por falta de força muscular nas pernas. Outro pedido realizado é de um jogo virtual que treina pessoas com lesão medular para o uso de cadeiras de rodas motorizadas. “Parcerias institucionais como esta com a UFRN reforçam o compromisso do ISD em desenvolver soluções inovadoras e de baixo custo, capazes de ampliar o acesso a novas tecnologias com potencial para gerar impacto social para a população”, contextualiza Edgard Morya.

A tecnologia passa a compor a Vitrine Tecnológica da UFRN, grupo de tecnologias protegidas formado por Programas de Computador e Patentes, totalizando atualmente mais de 800 ativos. Essas invenções podem ser acessadas pelo site da Agência de Inovação (Agir) da UFRN: www.agir.ufrn.br. A Agência é responsável pela gestão da propriedade intelectual dessas inovações, bem como pelo apoio aos ambientes promotores de inovação, como incubadoras, parques e polos tecnológicos. O objetivo desse entrelaçamento funcional é ampliar a capacidade inovadora e empreendedora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, permitindo que projetos com potencial comercial sejam transformados em benefício para a sociedade, por meio de empresas, novos produtos ou patentes.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessoria de Comunicação AGIR/UFRN/

Foto: Cícero Oliveira


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Forró potiguar ganha palco na França em busca de reconhecimento mundial



 Festival Internacional de Forró de Raiz acontece entre 11 e 14 de setembro em Lille (França); Artistas do RN compõem delegação, que  irá formalizar candidatura do Forró como Patrimônio da Humanidade

O Rio Grande do Norte marcará sua presença no cenário internacional com a participação de três artistas potiguares no 1º Festival Internacional do Forró de Raiz, que acontece entre 11 e 14 de setembro em Lille, na França. O evento, que se insere na Temporada Brasil-França 2025, servirá como palco para a formalização da candidatura do Forró como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO, em uma articulação do Consórcio Nordeste. A programação contará com a entrega simbólica do dossiê de candidatura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


“O forró é mais do que música e dança: é a alma do povo nordestino. Levar nossos artistas potiguares para a França, num festival que celebra a raiz dessa tradição, é reafirmar a força da nossa cultura e dar um passo importante para que o forró conquiste o reconhecimento mundial que merece. O Rio Grande do Norte tem orgulho de estar presente nessa luta coletiva em defesa da nossa identidade e da nossa história", disse a governadora Fátima Bezerra

A delegação do RN é composta pelos músicos Jarbas do Acordeon, Deusa do Forró, e Cláudio Araújo. Os três artistas são ativos na defesa do forró de raiz no estado e atuarão para fortalecer a candidatura global. A secretária de Cultura do RN, Mary Land Brito, destacou a importância da iniciativa. "A participação dos nossos artistas em um festival deste porte é um passo crucial para valorizar o forró potiguar e contribuir para que essa manifestação cultural, tão genuína do nosso Nordeste, alcance o merecido reconhecimento mundial. O forró representa nossa identidade e nossa história, e a sua salvaguarda em nível global é uma prioridade. Em julho, os representantes do RN se apresentaram no evento Pôr do Sol na Rampa, que foi um excelente momento para que a comunidade local os conhecesse antes de embarcarem para a França", afirmou.

A realização do festival é uma parceria do Consórcio Nordeste com a Secretaria de Cultura da Paraíba e demais secretarias de Cultura, a Associação Cultural Balaio Nordeste e a Associação Lille3000. O secretário de cultura da Paraíba e coordenador da Câmara Temática de Cultura do Consórcio Nordeste, Pedro Santos, ressaltou a importância da ação. "Trata-se de uma iniciativa conjunta inédita. Pela primeira vez, o Nordeste se articula para promover o forró internacionalmente e fortalecer a candidatura deste gênero nordestino como Patrimônio Imaterial da Humanidade", afirmou. A candidatura do forró à UNESCO reforça um movimento que já rendeu ao ritmo o reconhecimento de Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan, em 2021.

O processo no Brasil contou com a atuação direta da governadora Fátima Bezerra. Ainda como senadora, ela defendeu o reconhecimento do forró como patrimônio imaterial, presidindo uma audiência pública sobre o tema em 2018. Como governadora, ela sancionou, em 2023, a lei de autoria da deputada Divaneide Basílio que reconhece o projeto "Forró com Turista" como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Norte. O tradicional evento acontece desde 1987 na noite natalense.

A artista Iranilda Albuquerque, conhecida como Deusa do Forró, celebra 35 anos de carreira dedicada ao forró de raiz. Com uma trajetória marcada por prêmios e participações em eventos internacionais, ela expressa grande expectativa para o evento. “Pela minha luta diária em manter o forró sempre vivo, em manter o forró nas tradições das festas juninas, isso para mim é de extrema importância. Esse reconhecimento do forró, que já foi uma luta que venho acompanhando desde 2018, é um mérito muito bacana para todos nós forrozeiros. Estou pronta, com tudo o que há de melhor do Nordeste, com autenticidade, com música boa, e tudo que eu puder dar para esse festival eu vou fazer”, disse.

O músico Jarbas do Acordeon, coordenador do Fórum do Forró de Raiz no RN, expressou sua gratidão pelo apoio do governo e a oportunidade de representar seu estado. "O governo do Rio Grande do Norte é parceiro do Fórum do Forró de Raiz desde o início e hoje fico muito feliz em presenciar o apoio do governo nessas ações que vão chegar até o reconhecimento do Forró como patrimônio mundial. Acredito que a minha participação na França, representando o nosso Rio Grande do Norte, nosso povo potiguar, será muito importante", declarou.

Cláudio Araújo, que também é coordenador do Fórum Estadual de Forró de Raiz do RN, fará parte da programação do Festival. No domingo, 14 de setembro, ele conduzirá a palestra “Ensino Coletivo e o Universo do Forró, a prática das Orquestras Sanfônicas no Rio Grande do Norte”, no Fórum Internacional de Forró Raiz, inserida no âmbito do Festival. A programação completa contará com shows, workshops, palestras, oficinas e quadrilhas juninas, e abordará temas relacionados ao imaginário nordestino, como forró pé de serra e forró de salão, sanfona nordestina e xilogravura. A apresentação musical do artistas do RN está agendada para o mesmo dia, a partir das 20h.

Fórum de Forró de Raiz luta por reconhecimento e valorização

O Fórum Forró de Raiz é um movimento dedicado à valorização e reconhecimento dos artistas e detentores do forró em todo o país. O movimento, responsável por conseguir que o forró fosse reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro pelo Iphan, busca garantir a preservação da ancestralidade da música nordestina para as futuras gerações. O Fórum atua em diversas frentes, como a promoção de pesquisas e articulações com governos nas esferas federal, estadual e municipal para garantir políticas públicas que valorizem o forró.

O requerimento para o reconhecimento junto ao Iphan em 2011 para o registro das matrizes do forró como Patrimônio Cultural do Brasil contou com apoio de 423 forrozeiros em diversos estados. No Rio Grande do Norte, o Fórum conta com a coordenação estadual de Jarbas do Acordeon e coordenação regional no Oeste Potiguar de Cláudio Araújo, ambos integrantes da delegação que irá à França.

História e tradição

O forró, Patrimônio Cultural do Brasil desde 2021, é uma expressão cultural multifacetada que inclui música, dança, festas e tradições. A palavra "forró" pode se referir a uma festa popular, um gênero musical ou um tipo de evento. Embora seja profundamente ligado ao Nordeste, o forró é encontrado em todo o Brasil e contribui para a identidade nacional.

O forró se popularizou em Pernambuco no século XIX e, após a gravação de "Forró de Mané Vito" por Luiz Gonzaga em 1949, o nome passou a ser usado para designar o ritmo e a dança. Ele se difundiu pelo Brasil com a migração nordestina nas décadas de 1960 e 1970. Com o tempo, o ritmo evoluiu, incorporando novos instrumentos como bateria, guitarra, baixo, teclado e saxofone em diferentes fases de sua história. 

O Dia do Forró é celebrado em 13 de dezembro, em homenagem ao nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

Por equipe de Comunicação da Secretaria de Cultura/RN

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