Por Flávio Rezende*
Ao
longo da vida fui tomando algumas decisões que, ao mesmo tempo em que me
aproximaram de milhares de pessoas, me distanciaram de outras que eram bem
próximas.
Esse
fato deve ser bem comum a várias pessoas, diria até que natural uma vez que em
nossa existência, vão surgindo novos caminhos e, inevitavelmente pessoas vão
aparecendo no panteão das vidas que se cruzam com as nossas.
O
enveredamento pelo lado social, a retirada da bebida e de outros babados mais
de minha atual passagem por este plano, redirecionaram meus trajetos e me
impulsionaram para novos horizontes.
Sem a
presença dos velhos companheiros nas rodovias onde pus meu veículo para
trafegar e, não conseguindo uma proximidade maior dos novos passageiros, fui me
apegando ao som como fator de prazer pessoal e de indutor de êxtases,
incorporando algumas músicas de tal forma a meu ser, que hoje, sem elas, fico
órfão se não frequentemente, recorrer, as suas execuções.
Neste
companheirismo de altíssimo nível, untei com predileção matrimonial, aos meus
ouvidos, a útil graxa dos mantras indianos, que descem suavemente pelos
tímpanos, martelos, bigornas, labirintos, estribos, cócleas e tubas, dos dois
órgãos receptivos, higienizando meu corpo espiritual e, inundando com a
harmonia melodiosa de sua potência, todo meu conjunto hominal, devidamente
entregue em respeitosa devoção aos sons que me elevam e me remetem a píncaros
de prazer pessoal.
Confesso que no altar das virtudes ofertadas pela divindade a nossa raça
em voga, repousa em berço esplêndido, a beleza dos sons, que misturados,
harmonizados e, entrelaçados a instrumentos e instrumentistas abençoados com o
dom do domínio desta arte, nos servem em cálices de fina ourivesaria, uma das
maravilhas criadas para desfrute coletivo.
E
aqui finalizo o presente escrito - que objetiva ressaltar e exaltar o som em
forma musical - revelando que a junção de bons pensamentos com músicas do
agrado pessoal, num ambiente onde possa haver certa privacidade e contato com a
natureza, mesclados com solos, no meu caso, principalmente de guitarras,
proporcionam uma emoção tão forte, tão intensa, que em alguns momentos, choro e
choro da alegria, verto as lágrimas do êxtase, sentindo por alguns segundos, o
que deve ser para os mestres, uma constante, mas que para nós, neófitos
viajantes em busca de estágios mais permanentes de beatitude, indícios de que é
possível sim, sentir a plenitude do divino, a totalidade do Elohim e vivenciar
o DNA de Javé, Brahma, Krishna, Jesus ou o que preferir.
Se
tiver algo a desejar para você amado leitor, em 2013, é que observe a música
como uma ponte, um caminho, uma seta para DEUS e a utilize em prol do seu
crescimento pessoal, o induzindo, a uma vida melhor.
*
É Escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN
(escritorflaviorezende@gmail.com)