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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Universidade no RN busca patentear nova tecnologia útil no combate à covid-19

UFRN busca patentear nova tecnologia útil no combate à covid-19

Por Wilson Galvão – AGIR/UFRN

Uma nova tecnologia, fruto de uma proteína multifuncional isolada das sementes de tamarindo (ITTp 56/287) e que pode vir a ser utilizada como potencial agente anti-SARS-CoV-2, vírus que causa a covid-19, foi desenvolvida por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do norte (UFRN) e teve como resultado um pedido de depósito de patente no mês de outubro. Essa tecnologia são peptídeos teóricos – pequenas moléculas – desenhados pelos pesquisadores da Universidade e que apresentaram esse potencial de defesa por serem capazes de interagir com a serino protease transmembranar 2 (TMPRSS2), uma enzima responsável por facilitar a entrada do SARS-CoV-2 na célula do hospedeiro.

Vinculado ao Programa de Pós Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular e ao grupo de pesquisa Nutrição e Substâncias Bioativas para Saúde (NutriSBioativoS), o estudo que deu origem ao patenteamento contou com a colaboração do Laboratório Grupo de Química Teórica (GQT) da UFC e a participação de Anna Beatriz Santana Luz e Ana Heloneida de Araújo Morais, ambas nutricionistas e professoras da UFRN, além da colaboração de Norberto de Kássio Vieira Monteiro, co-orientador da tese e professor do Departamento de Química Analítica e Físico-Química da Universidade Federal do Ceará (UFC).

A primeira, na época da pesquisa, aluna de doutorado, contribuiu com a coleta, análise e interpretação dos dados in silico (usando simulação computacional), geração das figuras e elaboração do relatório descritivo, enquanto que a segunda, além de orientar propriamente a tese, contribuiu com a concepção e desenho do estudo, obtenção de recursos financeiros e redação crítica – revisão e edição do documento. As análises de dinâmica molecular dos peptídeos com a TMPRSS2 foram desenvolvidas no GQT.

As pesquisadoras da UFRN identificam que o ITT, molécula que deu origem aos peptídeos teóricos, tem demonstrado, em estudos recentes, atuação em diferentes mecanismos que envolvem o controle de enzimas e hormônios e seus efeitos relacionados, como redução do consumo alimentar e ganho de peso, melhora do perfil lipídico e redução do processo inflamatório associado à obesidade, independentemente da perda de peso.

Anna Beatriz explica que a proteína ITTp 56/287, encontrada no tamarindo, apresenta uma sequência de aminoácidos e estrutura 3D definidas e tem sido bastante analisada in silico quanto à energia potencial de interação com diversas estruturas proteicas, entre elas receptores de membrana, bicamada lipídica de bactérias e a tripsina, uma serinoprotease, assim como a TMPRSS2. Os receptores são proteínas localizadas na membrana celular que facilitam a junção com substâncias específicas, enquanto que a bicamada contém em si várias proteínas inseridas e as proteases são enzimas com poder de “hidrolisar proteínas” e amplamente usadas nas indústrias químicas, farmacêuticas e de alimentos, por exemplo.

“Diante disso, a prospecção de peptídeos derivados dessa proteína também torna-se uma estratégia promissora, tendo em vista essas possibilidades de interação. É importante frisar que os peptídeos foram obtidos por análises in silico e estão prontos para ser sintetizados, visando à realização de estudos futuros in vitro e in vivo”, enfatiza a hoje professora da Faculdade de Ciências da Saúde (Facisa), unidade localizada no Campus de Santa Cruz-RN.

Por sua vez, Ana Morais acrescenta que a tecnologia patenteada, a qual recebeu o nome Sequência e aplicação de produtos de clivagem do modelo teórico do inibidor de tripsina purificado de sementes de tamarindo (ittp 56/287) e seus análogos com atividade inibitória para tmprss2, foi obtida a partir da proteólise (processo de degradação de proteínas usando enzimas) do ITTp 56/287 e da substituição de aminoácidos nas estruturas primárias desses produtos oriundos da proteólise. “Tecnicamente, são peptídeos nativos provenientes da clivagem do modelo teórico mais estável, de número 56 e conformação 287 do inibidor de tripsina purificado de sementes de tamarindo e seus respectivos análogos. Em outras palavras, fazendo uma analogia, quer dizer que a proteína que representa um colar de pérolas, ao ser quebrado, vai dar origem a vários fragmentos de pérolas, sendo esses os peptídeos nativos obtidos por análises in silico, e, ao substituir algumas pérolas por diamantes, obtêm-se os peptídeos denominados análogos”, esclarece a docente do Departamento de Nutrição.

O depósito do pedido de patente é uma forma de reconhecimento do esforço inventivo e por isso garante ao seu proprietário direitos exclusivos sobre a invenção. Ele é uma propriedade temporária, legalmente concedida pelo Estado sobre uma invenção ou modelo de utilidade, formado por um conjunto de procedimentos sequenciais por meio dos quais o requerente dá entrada no pedido de obtenção de direitos sobre uma criação que pode ser produzida industrialmente. No Brasil, o órgão responsável é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O processo, após o depósito de patente feito pelo requerente, consiste na análise do pedido de registro e na concessão do direito, caso haja conformidade do pedido com os requisitos formais e legais.

“Sabe-se que o ambiente acadêmico naturalmente está associado a novas descobertas científicas e tecnológicas, sendo bastante propício ao desenvolvimento de patentes, que constituem uma parcela importante da informação tecnológica com base científica e de acesso aberto em bancos de patentes. Ademais, a universidade possibilita ao pesquisador/inventor, por meio de infraestrutura, parcerias e recursos financeiros, a busca por uma nova solução mais vantajosa frente a determinado problema social”, defende Anna Beatriz.

Como efeito colateral, a partir da proteção da autoria intelectual, a ideia é que aconteça o incentivo aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Pensando nisso, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criou em 2022 a sua primeira Política de Inovação, a qual estava prevista no Plano de Desenvolvimento Institucional 2020-2029 (PDI), já com a perspectiva de se estruturar em quatro eixos norteadores: disseminação da prática da inovação e do empreendedorismo, estratégias de fortalecimento da propriedade intelectual, transferência de tecnologia e inovação no ensino.

O diretor da Agência de Inovação da instituição (Agir/UFRN), Daniel de Lima Pontes, frisa que um dos aspectos diferenciados do documento é justamente a explicitação da atuação institucional no ambiente produtivo. “Embora seja algo que já ocorra, não havia nada escrito enfatizando e delimitando aspectos sobre a Universidade atuar no ambiente produtivo local, regional, nacional ou internacional”, salienta.

Outro ponto relevante é que a Resolução 135/2018 está totalmente revogada, o que significa que as deliberações sobre gestão da propriedade intelectual terão como ponto principal o teor do que a Política de Inovação possui entre os artigos 43 e 73. “A alteração principal aqui está no artigo 60, que trata da divisão de eventuais royalties provenientes de transferências de tecnologias. Como uma forma de estimular o envolvimento das unidades no apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias por parte dos seus pesquisadores, a gestão optou por compartilhar os possíveis valores com as unidades executoras, enquanto que a resolução anterior previa a repartição dos royalties apenas entre inventores e a Agir”, explica Pontes.

Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação da Reitoria/UFRN

Foto: Cedida/Arquivo pessoal

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Documentário "Ofício Artista II - Arte é o Nosso Negócio" estreia nesta quarta


 Contemplado no Edital de Economia Criativa do Sebrae/RN 2022, o documentário "Ofício Artista II - Arte é o Nosso Negócio", dirigido por Carito Cavalcanti e Fernando Suassuna, que traz uma viagem ao interior do Estado e ao nosso próprio interior através da invenção de três grandes artistas de Acari, Açu e Parnamirim: Roberta Barbosa, Shicó do Mamulengo e Thaise Galvão. O filme estreia nesta quarta-feira (30) no canal da Praieira Filmes no YouTube.

O projeto tem como objetivo mapear artistas relevantes para a cultura do nosso estado, assim como revelar um pouco da luta diária de quem escolheu a arte como profissão, mostrando que atrás de cada música, poema ou performance existe uma vida inteira de dedicação, estudo e prática. Ao documentar as jornadas de artistas que conquistaram seu espaço - apesar das adversidades próprias desse setor – a iniciativa audiovisual fortalece a ideia de que o segmento artístico pode ser sustentável. Em outras palavras, a arte pode ser um bom negócio tanto em termos econômicos, gerando empregos, quanto em termos mais subjetivos, ao reforçar nossa identidade cultural.

“Conhecer o universo singular de cada artista, trocando experiências com gente tão talentosa do interior do RN, é também conhecer a nós mesmos. É reconectar-se com nossas raízes. É identificar as semelhanças e celebrar as diferenças. É saber mais das nossas dores. Mas também das delícias desse ofício de fazer arte”, destaca Fernando Suassuna.

Carito fala um pouco sobre a trajetória do novo trabalho: “Vamos juntos para Acari para depois da parede do açude com Roberta Barbosa, pelo caminho das pedras e das águas do Gargalheiras, sentar-se à sombra do Mulungu e celebrar sua arte-corpo-território-oratório. Vamos para Assú conhecer e brincar com a arte imitando a vida nos bonecos de Shicó do Mamulengo, inspirados no unir-versos ao seu redor - memória & identidade estirando a língua e a linguagem. E vamos para Parnamirim sentir a dança-pensamento sociopolítico em corpo-terra-mar na coreografia existencialista de Thaise Galvão. "Ofício: Artista II" - conhecendo os processos criativos e empreendendo na mistura urgente da arte vida, dos artistas-lugares, na geografia sentimental de histórias que se multiplicam em uma experiência sensorial, em busca da poesia cinematográfica.”

Em 2021 o projeto registrou a trajetória de: Alex Muniz, ator de Caicó; Adélia Danielli, poeta de Currais Novos e Severo Ricardo, músico de Mossoró. O filme está disponível no Youtube da Praieira Filmes e ainda pode ser conferido pelo público.

Luciana Oliveira/Assessora de Imprensa

luciana@sollarcomunicacao.com.br

(84) 98728-0813

Imagem relacionada à divulgação

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terça-feira, 29 de novembro de 2022

Livro “Saúde com Arte” tem destaque para o “Tenda do Conto (RN)”

 Em uma publicação do Centro Cultural do Ministério da Saúde, do livro “Saúde com Arte”, há o destaca de oito iniciativas, dentre as quais uma de Natal, o “Tenda do Conto (RN)”, em cuja publicação o livro apresenta experiências humanizadas, interdisciplinares e coletivas em unidades de saúde de outros estados, como Sergipe, Ceará, Santa Catarina, Acre, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O livro já está disponível, gratuitamente, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/MS), confira no link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_com_arte.pdf, com a iniciativa do RN a partir da página 15. O lançamento, segundo os organizadores, pretende oferecer inspiração para profissionais do SUS que também desejem criar ou participar de iniciativas parecidas.

De acordo com a postagem no site do CCMS, o livro “Saúde com Arte” tem como propósito divulgar histórias de profissionais de saúde, colaboradores e artistas que produzem e se movimentam para levar saúde de uma maneira mais lúdica, leve e artística para a população, usando a estrutura de suas instituições e improvisando.  

Imagem reproduzida do livro

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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Vem aí o Sankofa o 1º Encontro dos Reinos Pretos do RN

Programação no Seridó contará com palestras sobre identidade e pertencimento, oficina de tambores de corda, cortejo cultural, apresentação de curta-metragem e shows.

Um evento para fortalecer e edificar cada vez mais os Reinos Pretos do Rio Grande do Norte e a cultura popular como um todo. Esse é o objetivo do Sankofa, o primeiro encontro dos reinos pretos, que acontecerá no Seridó no dia 26 de novembro,  em alusão a Semana da Consciência Negra e será realizado uma parte no Sítio Boa Vista, em Parelhas, e outra em Jardim do Seridó e reunirá quatro manifestações culturais de matrizes africanas com reis e rainhas, no caso os reinos pretos: dos Congos (de combate e de calçola), a Nação de Maracatu Zambêracatu (a primeira nação de maracatu do estado) e as irmandades do Rosário do Seridó. 

“Esse primeiro encontro visa fortalecer as irmandades que muitas vezes passam dificuldades de engajamento, principalmente da juventude, como é o caso da irmandade de Jardim do Seridó. A presença de outros grupos, compostos em sua maioria por jovens como o Maracatu e os congos é de suma importância para gerar na juventude um senso de pertencimento, de valorização e até de identificação com sua própria etnia se reconhecendo como parte de uma história muito maior e incentivando o prazer da tomada de responsabilidade que é manter uma cultura viva”, destaca o idealizador Júlio César Silva de Oliveira.

Sankofa é um nome que vem da cultura africana e que significa a “presença da mãe África em nós assim como todas as Áfricas que vieram em Diáspora”. “A ideia do Sankofa é sempre retornar às Áfricas reais e imagéticas que estão presentes no nosso estado”, ressalta Júlio César.

A programação contará com palestra sobre identidade e pertencimento, oficina de tambores de corda, cortejo cultural, apresentação de curta-metragem e shows.

por assessoria de imprensa

fotos: Júnior Flash

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