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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Lei sancionada auxiliará o funcionamento do Instituto Histórico e Geográfico

 Lei em benefício da Casa da Memória é sancionada pelo Governo do Estado

O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte foi agraciado dia  28 de dezembro de 2022, com a sanção da Lei nº 11.325, de iniciativa do Governo do Estado e relatoria do deputado estadual Hermano Morais.

A lei autoriza a destinação de recursos financeiros para auxiliar no funcionamento do Instituto, algo inédito para a Casa da Memória e marcante para a cultura e a história do RN.

O aporte financeiro será fundamental para a manutenção da instituição cultural mais antiga do estado, que se mantém através de doações e venda de livros.

Esta ação finaliza orgulhosamente um ano de muito trabalho, esforço e dedicação contínuos da presidente Joventina Simões, dos colaboradores da instituição e de seus membros.

O Instituto - 120 anos

Fundado em 1902, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte completou 120 anos em 2022. É a mais antiga instituição cultural potiguar. Abriga a biblioteca, o arquivo e o museu mais longevos em atividade do Estado. Promove exposições, palestras e atividades voltadas à manutenção e divulgação da cultura, história e geografia norte-rio-grandense, e publica a sua revista desde 1903, sendo a mais antiga em circulação no Rio Grande do Norte.

Marcela Bulhões e Gustavo Sobral/Assessoria de Comunicação

Foto: Sandro Menezes

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Da caatinga para o mercado: Nova tecnologia inovadora promete ação contra infecção

A invenção contém como ativo um insumo vegetal obtido das cascas do caule de Commiphora leptophloeos, conhecida popularmente como imburana

Uma formulação farmacêutica e cosmética inovadora, na forma de hidrogel, teve o pedido de patente depositado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) no mês de novembro por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A invenção contém como ativo um insumo vegetal obtido das cascas do caule de Commiphora leptophloeos, conhecida popularmente como imburana, uma espécie nativa da Caatinga e do Cerrado, dois dos biomas brasileiros.

Coordenadora da equipe de pesquisadores, Silvana Maria Zucolotto Langassner identifica que o insumo ativo foi obtido a partir de um subproduto da espécie, visto que a madeira do caule é amplamente utilizada na indústria moveleira para a confecção de portas, janelas e móveis. Zucolotto realça que a nova tecnologia apresenta aplicação na área da saúde, mais especificamente no tratamento de infecções fúngicas causadas por fungos do gênero Candida.

“Nós testamos a formulação em modelos experimentais pré-clínicos in vitro de infecção causada por fungos do gênero Candida e in vivo em modelos de inflamação aguda tópica. Em ambos os casos, os testes apresentaram atividades antifúngicas e anti-inflamatórias satisfatórias, sendo notificada a inibição de células fúngicas isoladas de fluidos vaginais, como também na redução dos edemas locais. Além disso, os insumos se mostraram seguros com baixa citoxicidade”, explica a professora do Departamento de Farmácia da UFRN. A cientista acrescenta que esse resultado ocorre também pois os insumos ativos usados foram desenvolvidos sem a adição de solventes tóxicos, obedecendo aos preceitos da química verde.

O fungo Candida se aloja comumente na área genital, provocando coceira, secreção e inflamação na região, com sintomas que remetem à infecção candidíase. Usualmente, o micro-organismo vive normalmente no corpo sem causar danos, mas, em situações de desequilíbrio, aumenta a população e passa a ser danoso. Esses fungos gostam de ambientes quentes e úmidos, por isso se proliferam em pontos com dobras no corpo ou espaços do corpo que são mais propensos ao acúmulo de umidade.

Renato Dantas De Medeiros, autor da tese de doutorado que resultou na nova tecnologia, tendo participado da obtenção e desenvolvimento do insumo, desenvolvimento e caracterização da formulação e avaliação da atividade antifúngica, fala que o uso de plantas para o tratamento tópico de doenças vaginais, como a candidíase, e de distúrbios da pele se mostra altamente promissor, visto que apresentam potente efeito terapêutico, menos efeitos adversos e independência na produção da matéria-prima em território brasileiro, desde o cultivo até o produto que será comercializado.

Atualmente realizando estágio doutoral na Universidad Complutense Madrid, na Espanha, com bolsa pelo Programa Capes PrInt, Renato frisa que, em relação à composição de Commiphora leptophloeos, destaca-se a presença de metabólitos especializados, como ácidos fenólicos, flavonoides glicosilados e lignanas, substâncias relacionadas com as atividades terapêuticas da espécie. Especificamente a casca do caule da imburana é considerada um subproduto proveniente das indústrias moveleiras, logo, esse resíduo poderia ser reaproveitado como matéria-prima vegetal para o desenvolvimento de novos produtos de valor agregado, que podem ser empregados por indústrias farmacêuticas ou cosméticas.

Segundo o estudante do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos (PpgDITM), somado a todos esses aspectos, “tem-se o fato de que até o momento não tem nenhum insumo, cosmético ou fitoterápico, registrado na Anvisa que contenha como princípio ativo o extrato da casca do caule de C. leptophloeos. Por fim, desenvolver insumos com plantas nativas do Brasil pode contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva nacional e diminuir a dependência do Brasil em relação a outros países”, destaca.

O pedido de patente é fruto de parceria da UFRN com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e contou com a colaboração também de Guilherme Maranhão Chaves e de Luanda Bárbara Ferreira Canário de Souza, ambos na avaliação da atividade antifúngica, e de Marlus Chorilli, este colaborando no desenvolvimento da formulação.

Protótipo

Atualmente atuando como professora visitante sênior na North Carolina State University, no Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, Silvana Langassner situa que o invento está, após a comprovação da ação antifúngica e anti-inflamatória, por meio de estudos pré-clínicos, em fase de um protótipo. O projeto de pesquisa está sendo desenvolvido no Laboratório de AFarmacognosia, junto ao Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais Bioativos (PNBio).

“O pedido de depósito de patente é relevante porque permite a proteção de uma invenção. É também gratificante ver o resultado de uma invenção desenvolvida em uma universidade pública do Brasil, com uma espécie nativa, que pode viabilizar o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do produto acabado em solo brasileiro e diminuir a dependência do Brasil da importação de insumos vegetais de outros países”, realça a docente.

O depósito do pedido de patente é uma forma de reconhecimento do esforço inventivo e, por isso, garante ao seu proprietário direitos exclusivos sobre a invenção. Ele é uma propriedade temporária, legalmente concedida pelo Estado, sobre uma invenção ou modelo de utilidade, formado por um conjunto de procedimentos sequenciais, por meio dos quais o requerente dá entrada no pedido de obtenção de direitos sobre uma criação que pode ser produzida industrialmente. No Brasil, o órgão responsável é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O processo, após o depósito de patente feito pelo requerente, consiste na análise do pedido de registro e na concessão do direito, caso haja conformidade do pedido com os requisitos formais e legais.

Como efeito colateral, a partir da proteção da autoria intelectual, a ideia é que aconteça o incentivo aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Pensando nisso, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criou em 2022 a sua primeira Política de Inovação, a qual estava prevista no Plano de Desenvolvimento Institucional 2020-2029 (PDI) já com a perspectiva de se estruturar em quatro eixos norteadores: disseminação da prática da inovação e do empreendedorismo, estratégias de fortalecimento da propriedade intelectual, transferência de tecnologia e inovação no ensino.

Uma história que não se apaga

No início do processo para depositar a patente, uma notícia inesperada chegou até os inventores. A partida de Luanda Bárbara Ferreira Canário de Souza, aos 34 anos, surpreendeu não apenas pela idade, mas pela perda de uma pessoa que se caracterizou sobretudo pela capacidade de encontrar alternativas em meio a problemas.

Graduada em Farmácia, mestre e doutora em Ciências Farmacêuticas, todos os títulos obtidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Luanda era técnica de laboratório da Instituição, professora do ensino superior do Centro Universitário Facex e professora adjunta do Centro Universitário Natalense. Em sua homenagem, as equipes do Centro de Ciências da Saúde (CCS) fizeram questão de frisar que “Luanda sempre foi uma funcionária muito comprometida, proativa e querida por todos”, com o período de convivência marcado também pelo desenvolvimento de pesquisa com excelência na área de micologia e imunologia, além da atuação em diversas ações de extensão na UFRN.

Na foto/cedida, Renato mostra protótipo da formulação.

Wilson Galvão, da Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação da Reitoria/UFRN

 

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Arquidiocese divulga horários das missas de Natal e Ano Novo

A Arquidiocese de Natal divulgou os horários das celebrações para o Natal e Ano Novo. Na Catedral Metropolitana, as missas vão acontecer em três horários.

No sábado (24): 16h, 18h e 20h – esta última presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha.

No domingo (25), as celebrações vão ser realizadas às 07h, 11h e 19h. No dia 31 de dezembro, também haverá três celebrações: 16h, 18h e 20h. Já no dia 01 de janeiro, vai acontecer somente as missas das 11h e 19h.

Também haverá celebração de missa no Anfiteatro do Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), nos dias 24 e 31 de dezembro, às 18h, ambas presididas por Dom Jaime.

Nas igrejas das demais paróquias:

Para conferir os horários das celebrações nas Igrejas matrizes das demais paróquias da Arquidiocese, acesse aqui o arquivo.

Site da Arquidiocese de Natal

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Instituto Histórico lança a 100ª edição da Revista IHGRN

 O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte lança hoje, 23 de dezembro, a centésima edição de sua revista. A publicação encerra as comemorações dos 120 anos da instituição e é parte do competente e destacado trabalho da gestão de Joventina Simões na presidência do Instituto.

A Revista IHGRN é a mais antiga em circulação no estado, desde 1903, e o tema da edição é a Questão de Grossos que deu ensejo à fundação do Instituto. Os artigos foram selecionados por uma comissão e escritos por historiadores e pesquisadores do Rio Grande do Norte.

O pré-lançamento é exclusivo para a diretoria, sócios e autores, tendo início às 9h. Para 2023, a instituição prepara um grande lançamento para público em data a ser divulgada pela Comissão de Eventos coordenada por Nouraide Queiroz. A revista também será distribuída para bibliotecas e instituições locais, nacionais e internacionais como de costume.

A edição

A revista, a partir deste número 100, por iniciativa da presidente da Instituição, Joventina Simões, passou a contar com três editores, o jornalista e sócio benemérito Gustavo Sobral, responsável pelo projeto editorial e gráfico; o diretor do Departamento de Pesquisa, André Felipe Pignataro; e o Diretor de Biblioteca, Arquivo e Museu, Pedro Simões.

Acompanha a edição, uma coleção de mapas do estado em diversos momentos de sua história. Destaque para o mapa presente na capa que recebeu tratamento especial da designer da revista, Amanda Marques, também responsável pelo novo desenho da edição com o aprimoramento do projeto editorial, que recupera o formato e o desenho traçado para a revista em 2016, edição 95, por Joventina Simões e Gustavo Sobral. A produção gráfica ficou ao encargo do excelente trabalho da Offset Gráfica de Ivan Jr.

Patrocínio

A edição foi viabilizada por patrocínio da Casa de Saúde São Lucas pelo programa de incentivo à cultura da Prefeitura do Natal, Lei Djalma Maranhão, e contou com a competente  produção de Mariana Hardi, produtora cultural.

O Instituto Histórico agradece a Casa de Saúde São Lucas e a Secult/Funcarte da Prefeitura do Natal pelo comprometimento com a atividade cultural e o interesse pela propagação da memória e história, valorizando o papel, atuação e importância do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, a instituição cultural mais antiga em atividade no RN.

O Instituto - 120 anos

Fundado em 1902, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte completou 120 anos em 2022. É a mais antiga instituição cultural potiguar. Abriga a biblioteca, o arquivo e o museu mais longevos em atividade do Estado. Promove exposições, palestras e atividades voltadas à manutenção e divulgação da cultura, história e geografia norte-rio-grandense, e publica a sua revista desde 1903, sendo a mais antiga em circulação no Rio Grande do Norte.

Marcela Bulhões e Gustavo Sobral/Assessoria de Comunicação

comunicacao@ihgrn.org.br

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Cajueiro de Pirangi completa 134 anos com incremento na quantidade de turistas e visitantes

Os números já ultrapassam os da pré-pandemia

Um dos equipamentos turísticos mais conhecidos do litoral sul potiguar, o Cajueiro de Pirangi, localizado na praia de Pirangi do Norte, em Parnamirim, completou, terça-feira (20), 134 anos de existência com um aumento de 37% no número de visitações turísticas com relação ao mesmo período de 2021.

Já na primeira quinzena do mês de dezembro do ano corrente, o número de turistas e visitantes já ultrapassa os números de pré-pandemia e também se iguala ao número total de visitantes do ano de 2021 inteiro.

Os dados, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), mostram que em 2019, o equipamento recebeu 301.626 mil visitantes; enquanto que em 2022, até o dia 18 de dezembro, já foram recebidos 302.280 visitantes.

Para a gestora do Cajueiro, Marígia Madje, o incremento no número de visitantes reflete o trabalho feito pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte e parceiros. “As pessoas que não desistiram dos seus pacotes, no momento em a pandemia arrefeceu voltaram a viajar. Devido ao trabalho realizado durante a pandemia, estávamos prontos para receber esse turista ávido por novas experiências”, afirma.

Para a secretária de Turismo do Estado, Aninha Costa, o trabalho de promoção e divulgação com foco em campanhas digitais fortaleceu a marca Visite Rio Grande do Norte em mercados emissores estratégicos. “Realizamos um trabalho de tomada de decisões baseadas em inteligência comercial, que fortalece o destino e o trabalho de todos os parceiros”, conclui.

Cajueiro

O Cajueiro de Pirangi é aberto todos os dias da semana, das 8h às 17h. A entrada, que custa R$8,00, pode ser paga também com cartão de crédito, débito e Pix. (no dia 20/12 a entrada será gratuita). Crianças de 7 a 12 anos, pagam meia-entrada, assim como estudantes, professores e idosos, portando carteira comprobatória.

Por Comunicação Emprotur

assecomemprotur@isend.com.br

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Cientistas do RN patenteiam nanolubrificante que promete melhorar lubrificação de máquinas

Pitadas de girassol na engenharia mecânica

Por Wilson Galvão – AGIR/UFRN

Um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveu e patenteou uma nova descoberta científica na área de lubrificantes. Trata-se de um novo tipo de nanolubrificante capaz de alcançar uma redução do atrito, do desgaste de peças, da corrosão e maior durabilidade de engrenagens de turbinas eólicas, por exemplo, que os produtos atuais não conseguem.

Ele foi produzido a partir de óleo de girassol epoxidado, diminuindo os impactos ambientais do lubrificante no uso e no descarte. O processo de epoxidação consiste de diversas reações, que ocorrem em fases líquidas distintas, com transferência de massa entre as fases. Segundo Salete Martins Alves, coordenadora da equipe que desenvolveu a nova tecnologia, o diferencial do produto é o processo de formação das nanopartículas que garantem a dispersão no óleo. No caso, o nanolubrificante criado é preparado, por exemplo, utilizando-se óleo de girassol epoxidado aditivado com nanopartículas de cobre metálico, estas últimas depositadas no lubrificante pelo método sputtering.

“Na preparação dos nanolubrificantes, um grande desafio é garantir a dispersão das nanopartículas por muito tempo, que, devido ao seu tamanho e alta área superficial, tendem a se aglomerar. Muitas vezes, por não estarem completamente dispersas no lubrificante, as nanopartículas não atuam como aditivos antiatrito e antidesgaste, mas funcionam como um terceiro corpo. Com a deposição via magnetron sputtering, método usado neste invento, as nanopartículas são formadas dentro do óleo a partir de um alvo de cobre. O resultado foi uma excelente dispersão, pois, após seis meses, não se observou sedimentação das nanopartículas”, explica a professora da UFRN.

Assim, o método físico de deposição por sputtering corresponde a uma maneira de superar o problema da dispersão das nanoparticulas diretamente no óleo biolubrificante e, com o controle de parâmetros, viabiliza uma rota de obtenção de uma solução estável, com aditivos bem dispersos.

Com essa nova forma de processamento, acontece a eliminação de algumas etapas no processo de fabricação do produto, já que, pelo método convencional, preparam-se as nanopartículas, enquanto que a segunda etapa se faz um “encapamento” com um agente tensoativo e posteriormente a dispersão em óleo, usando algum solvente orgânico. Salete Alves explica que esse processo, além de diversas etapas, utiliza diferentes produtos químicos, gerando resíduos químicos. Na deposição por magnetron sputtering, os únicos materiais são o óleo e o alvo de cobre, o qual é “bombardeado” e libera íons de cobre que penetram na superfície do líquido e se tornam nanopartículas de cobre. “Esse processo é rápido e mais limpo quando comparado com o tradicional”, frisa.

Óleos modificados quimicamente são importantes, pois podem melhorar suas propriedades físico-químicas, ou seja, uma reação de epoxidação pode melhorar de uma forma bem significativa a estabilidade térmica, aumentar a coesão e a aderência e reduzir a acidez. Esses aspectos influenciam diretamente na durabilidade e eficiência de engrenagens e outros conjuntos mecânicos fundamentais em máquinas diversas. Geralmente, as avarias mecânicas devem-se ao desgaste produzido por uma má lubrificação ou quando os componentes são submetidos a grandes esforços.

Marinalva Ferreira Trajano, uma das inventoras e que, na época do pedido da patente, no ano de 2018, era doutoranda no Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, pontua que os lubrificantes são uma parte essencial para o bom funcionamento de máquinas. Segundo ela, os líquidos são os mais utilizados pelo fato de penetrarem melhor entre as partes móveis devido à ação hidráulica. Ela salienta que, entre eles, os óleos sintéticos e minerais são os mais utilizados, embora sejam provenientes de fontes não renováveis e possam não ser viáveis ambientalmente.

A tendência atual é que, por questões ambiental e de eficiência, os óleos vegetais se coloquem como candidatos promissores para substituir óleos sintéticos e minerais. Uma outra vantagem da utilização de óleos vegetais é que eles são abundantes, de baixo custo e biocompatíveis. Devido às crescentes preocupações com o meio ambiente, óleos vegetais e novos aditivos inorgânicos têm se revelado uma alternativa adequada, uma vez que são biodegradáveis e não tóxicos. “Especificamente sobre nosso produto, já fizemos algumas amostras do lubrificante, que foram avaliadas e mostraram excelente propriedade antidegaste e atrito”, salienta Marinalva Trajano, hoje pós Doutoranda em Uso Sustentável de Recursos Naturais (PpgUSRN) no Instituto Federal de Educação do RN (IFRN).

A concessão da patente para o novo produto recebeu o nome Nanobiolubrificante de óleo de girassol epoxidado aditivado com nanopartículas de cobre depositadas por pulverização catódica e ocorreu na última terça-feira, 20. Isso significa que, após análise do instituto nacional da propriedade industrial (Inpi), a tecnologia atendeu aos princípios de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Na conjunção dos princípios, isso é o mesmo que atestar que o produto é algo que não existia antes, que não poderia vir a existir sem a ideia dos autores e que pode ser utilizado na indústria. Além de Salete, Felipe Bohn, Edimilson Felix da Silva e Marcio Assolin Correa participaram do desenvolvimento da tecnologia – os três são especialistas em deposição por plasma, o que auxiliou na etapa de deposição das nanopartículas de cobre por magnetron sputtering.

Foto com Salete e Felipe Bohn, inventores envolvidos na descoberta, por Cícero Oliveira/UFRN

Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação da Reitoria/UFRN

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Startup da Unicamp lança curso gratuito sobre gestão ágil

 Metodologia OKR (Objectives and Key Results) ajuda empresas a alinharem objetivos e alcançarem metas; inscrições vão até 31/12

Em dezembro, a FM2S Educação e Consultoria, startup sediada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, lança o curso online e gratuito OKR (Objectives and Key Results), uma metodologia de gestão ágil que ajuda na definição e no desdobramento dos objetivos principais e metas de uma empresa.

O profissional capacitado em OKR aprende a ter um gerenciamento mais alinhado e engajado, desde o planejamento estratégico até a mensuração de resultados. Quando aplicada com êxito, a metodologia integra equipes, já que mantém objetivos alinhados à cultura organizacional.

"Os OKRs ganharam destaque ao serem aplicados em grandes empresas de tecnologia, como a Google, trazendo excelência operacional. Aos poucos, seus conceitos se espalharam no mundo corporativo; conhecimento e aplicação da metodologia são hoje muito requisitados em vagas no mercado", registra Virgilio Marques dos Santos, um dos sócios-fundadores da startup.

Segundo Santos, OKR pode ser aplicada com a mesma eficiência em multinacionais e em pequenas e médias empresas, e seus objetivos devem ser simples para que os colaboradores entendam facilmente e se sintam capacitados para alcançá-los.

O curso recém-lançado pela FM2S, ministrado por Angel Cunha – administradora pública pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com MBA em Finanças Corporativas pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e especialista em Design de Experiência do Usuário e Liderança de Produto Digital –, traz a definição e as características da metodologia, bem como o papel da liderança na definição dos OKRs.

Além de oferecer conceitos sólidos, engloba exemplos práticos, com um case de aplicação de OKR na rotina de trabalho. Também mostra como cada uma das metas devem ser mensuradas de formas exatas e confiáveis.

A capacitação oferece um passo a passo para a sua construção, tanto em times como individual. Com isso, o aluno aprenderá sobre planejamento estratégico, aplicação da ferramenta e mensuração de resultados, que devem ser alinhados com os objetivos da empresa ou instituição em que atua.

A iniciativa é aberta a todas as pessoas interessadas e as vagas são limitadas, com inscrições até 31 de dezembro, em https://ead.fm2s.com.br/curso/okr-fm2s/. O acesso é válido é por 30 dias após inscrição, com certificado incluso.

Informações sobre outras capacitações da FM2S estão em https://ead.fm2s.com.br. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo WhatsApp – (19) 99132-0984.

Serviço

Curso online OKR - Objectives and Key Results

Inscrições: Até 31 de dezembro, em https://ead.fm2s.com.br/curso/okr-fm2s/.

Quanto: Gratuito

Informações: Pelo telefone (19) 99132-0984, ou em fm2s.com.br

Contatos da assessoria

Adriana Arruda

Jornalista (Unesp), Doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade (UFSCar), Especialista em Jornalismo Científico (Unicamp)

Telefone: +55 16 99992-1414

E-mail: driarruda@gmail.com


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Superintendência acompanha visita do ministro Queiroga a Natal

Ministro da Saúde teve agenda na capital potiguar, na tarde desta quinta-feira (15/12), para o lançamento do Programa de Atualização da Caderneta Vacinal e entrega de ambulâncias

Nesta quinta-feira (15/12), o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve na capital potiguar para o lançamento nacional do Programa de Atualização da Caderneta Vacinal. O programa tem como objetivo manter em dia as vacinas da infância. O ministro reforçou a necessidade de levarem as crianças para tomar as doses da vacinação contra poliomielite, e, para os mais velhos, atualizar a imunização contra Covid-19. A solenidade foi em um shopping da Zona Sul da cidade e o superintendente do Ministério da Saúde no Estado, Júnior Rêgo, recebeu o ministro e comitiva no aeroporto no início da tarde, acompanhando toda a agenda na capital até o início da noite, na viagem da equipe ministerial para Manaus (AM). 

Queiroga pontuou a necessidade de não deixar doenças consideradas erradicadas voltarem ao dia a dia da população brasileira. Por isso, ele afirma que a prioridade, no momento, é atingir a meta da cobertura vacinal: 95% das crianças vacinadas; para isso, ele chama os pais mais jovens a levarem seus filhos para postos de vacinação, pois, por ser uma doença que possuiu seu último caso em 1989, não há convivência com as consequências dessa doença, e esse público pode não dar a devida atenção para a vacinação.

O secretário de saúde de Natal, George Antunes, atestou a baixa procura da população pela vacina, visto que, no estado, 66% do público-alvo foi vacinado. Ele reafirmou sobre as sequelas irreversíveis causadas pela pólio, e aproveitou o momento para reforçar o pedido do Ministro.

Ambulâncias do SAMU

A cerimônia também foi destinada para a entrega simbólica de sete ambulâncias do SAMU doadas pelo Ministério da Saúde para a capital potiguar. Queiroga e o prefeito de Natal, Álvaro Dias, atestaram a necessidade modernização do ambulatório municipal, principalmente para fortalecer a atenção especializada e a atenção pré-hospitalar.

As viaturas são do tipo D, Ambulância de Suporte Avançado, veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos.

Condecoração  

Finalizando a agenda na capital potiguar, o ministro Marcelo Queiroga participou de uma solenidade no Salão Nobre do Palácio Felipe Camarão, na sede da Prefeitura de Natal, para a entrega de medalhas a pesquisadores que contribuem para o desenvolvimento de ações de combate e prevenção de doenças infecciosas, entre os quais, os responsáveis pela vacina de Oxford para o combate à Covid-19. Marcelo Queiroga representou o Ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para a condecoração da Ordem do Rio Branco à professora Sarah Catherine Gilbert e do professor Sir Andrew John Pollard, ambos da Universidade de Oxford. A infectologista e pediatra brasileira, professora Sue Ann Costa Clemens, também esteve presente à cerimônia, além do prefeito e da secretária adjunta de Saúde de Natal, Rayanne Araújo.

Imunização

Nesta quinta-feira (15/12), o Ministério da Saúde publicou Nota técnica que reforça recomendações para ampliar a imunização dos brasileiros. Confira aqui.

Por Ascom MS/RN

Fotos relacionadas à divulgação e Branda Fonseca

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Saúde: Como proteger a principal estrutura óssea do corpo durante as atividades do dia a dia

Simples ações, como passar roupa e elevar objetos do chão, exigem cuidados para não prejudicar coluna a longo prazo

Carregar peso excessivamente, ausência de exercícios físicos, posições inadequadas e má postura ao se deitar. Essas são algumas ações muito prejudiciais à saúde da coluna, estrutura óssea essencial das costas que dá sustentação ao corpo.

Há profissões em que o trabalhador precisa ficar de pé muitas horas, como garçons, vendedores e balconistas, por exemplo. Por outro lado, ficar muito tempo sentado, como é o caso de motoristas profissionais, também pode ser prejudicial para as costas.

Além dos adultos, as crianças também necessitam de cuidados com a postura para manter a saúde da coluna. Um dos cuidados é com a mochila que os pequenos carregam para a escola. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a bolsa não pode ultrapassar 10% do peso da criança. O indicado é que ela tenha as costas almofadadas e possibilidade de ajuste, de maneira que a mochila fique encostada o máximo possível na criança.

O Ministério da Saúde preparou outras dicas para a proteção da coluna:

A melhor maneira de se deitar de lado é com um travesseiro entre a cabeça e o ombro e outro entre as pernas;

Evite dormir de bruços, isso força a coluna e dificulta a respiração;

Ao recolher um objeto pesado do chão, abaixe com as pernas flexionadas;

Ao trabalhar em frente a uma mesa ou digitando no computador, mantenha as costas retas, encostadas ao encosto da cadeira e as pernas debaixo da mesa, evitando cruzá-las;

Ao dirigir por horas seguidas, é importante manter as costas retas, perfeitamente apoiadas no encosto;

Não carregue mochilas ou sacolas com o peso de um só lado. A mochila deverá ser apoiada nos dois ombros e as sacolas divididas nas duas mãos.

Tarefas do dia a dia

Todo mundo gosta de sair de casa com a roupa passadinha, mas essa simples atividade também exige cuidados. Se estiver passando roupa, certifique-se de que a mesa tem altura suficiente para que você não precise se inclinar. Caso precise ficar muito tempo em pé, tente utilizar um pequeno suporte (mais ou menos do tamanho de um tijolo) para colocar alternadamente sob os pés.

Ao caminhar, olhe para a frente, mantendo o abdômen contraído. O tipo de sapato ideal para o dia a dia deve ser fechado atrás para dar estabilidade às passadas.

E muita gente gosta de ver televisão para tentar pegar no sono. Evite assistir TV na cama, mas sim sentado adequadamente. Algumas pessoas cochilam enquanto assistem TV e a cabeça pende, ficando numa posição que pode causar dor e contratura muscular.

Outro cuidado fundamental é ao acordar. Depois de muitas horas de sono, a coluna está em estado de repouso. Tente levantar calmamente. Sem levantar a cabeça, fique deitado de lado, dobre as pernas e impulsione o corpo com a mão.

Uso do celular

A postura inadequada durante o uso prolongado do celular e de outros dispositivos móveis pode comprometer a saúde da coluna vertebral. De acordo com o ortopedista e chefe do Centro de Doenças da Coluna do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Ricardo Meirelles, ler uma mensagem no celular, por exemplo, inclinando o pescoço para baixo e para frente, pode aumentar em até cinco vezes o peso que a cabeça exerce sobre a coluna.

"Em repouso, quando os ouvidos estão alinhados com os ombros, a cabeça de uma pessoa adulta pesa cinco quilos. Uma postura incorreta, com inclinação de mais de 60 graus da cabeça, aumenta esse peso para até 30 quilos", explica Meirelles.

A chamada Síndrome do Pescoço de Texto provoca uma sobrecarga na musculatura e nas articulações vertebrais, podendo ocasionar dores na nuca, com irradiação para os ombros ou para o dorso e cefaleia na região posterior da cabeça.

Para evitar esses danos, o ortopedista orienta sobre a maneira correta de utilizar o celular. "É importante manter sempre as telas na altura dos olhos, mantendo a cabeça bem centrada, alinhando os ouvidos com os ombros, e a cada 20 ou 30 minutos realizar alongamentos e mudar de posição", diz.

“Também é importante ter atenção à ergonomia quando permanecer sentado por longos períodos. Manter um apoio lombar nas cadeiras e um apoio para os pés é essencial”, acrescenta.

O médico aponta ainda que a prevenção é a melhor forma de evitar as lesões crônicas causadas pela má postura, entre elas a degeneração dos discos intervertebrais, com surgimento de protusões e hérnias, e a artrose das articulações vertebrais.

“A prática regular de exercícios para desenvolver uma musculatura firme e boa amplitude de movimentos é fundamental para manter uma postura corporal adequada”, conclui o especialista.

Texto e foto da ASCOM/MS

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Oportunidade de emprego no RN: Últimos dias para as inscrições do estágio técnico da Otis

O programa oferece 50 vagas em todo o Brasil, visando desenvolver talentos e criar uma força de trabalho diversa e qualificada para a manutenção de elevadores e escadas rolantes. Inscrições até 30 de dezembro.

SÃO PAULO, dezembro de 2022 – A Otis (NYSE:OTIS), a empresa líder mundial em fabricação, instalação e serviços desses equipamentos, está com mais de 50 vagas de estágio técnico abertas em todo o Brasil por meio do seu Programa Rota Escola. As inscrições podem ser realizadas até 30 de dezembro de 2022 por meio do link https://portal.ciee.org.br/para-empresas/otis-programa-rota-escola/. O Programa inclui treinamento dos estagiários por dez meses, oferecendo mais de 1.200 horas de capacitação teórica e prática referente ao funcionamento de elevadores e escadas rolantes. Posteriormente, os estagiários passam por uma avaliação para possível efetivação como técnicos e técnicas da Otis.

Quem pode participar?

Para se inscrever, é preciso ter, no mínimo, 18 anos e estar matriculado nos cursos técnicos de elétrica, eletrônica, eletrotécnica, eletroeletrônica, mecatrônica, automação e mecânica. As vagas estão disponíveis em todas as regiões do país. No Nordeste, em Aracaju, Salvador, Recife, Fortaleza, João Pessoa, Natal, São Luís e Teresina. No Sudeste, em São Paulo, Ribeirão Preto, Santos, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória e Niterói. No Sul, em Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e Londrina. Já no Centro-Oeste, em Brasília e Goiânia. E na região Norte, as vagas estão disponíveis em Belém e Porto Velho.

Sobre a Otis

A Otis dá às pessoas liberdade para se conectarem e prosperarem em um mundo mais alto, mais rápido e mais inteligente. Líder mundial na fabricação, instalação e manutenção de elevadores e escadas rolantes, movimentamos 2 bilhões de pessoas por dia e mantemos mais de 2,1 milhões de unidades de clientes em todo o mundo - o maior portfólio de serviços da indústria. Você nos encontrará nas estruturas mais icônicas do mundo, assim como em edifícios residenciais e comerciais, centros de transporte e em todos os lugares em que as pessoas estão em movimento. Com sede em Connecticut, EUA, a Otis tem 68.000 funcionários, incluindo 41.000 profissionais de campo, todos comprometidos em atender às diversas necessidades de nossos clientes e usuários em mais de 200 países e territórios. Para saber mais, visite www.otis.com e siga-nos LinkedIn, Instagram, Facebook and Twitter @OtisElevatorCo.

LN Comunicação/Simone Cesário – assessora de imprensa

Lucia Nunes – diretora e jornalista responsável

61 99911.7059 / 11 99968.4105

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O bêbado e os monstros que vivem no Brasil

 Por Emanoel Barreto – Jornalista, editor do Blog Coisas de Jornal

Não sei se você recebe ligações telefônicas estranhas, dessas que o telefone toca, toca, toca e quando a pessoa atende fica tudo em silêncio. Ou então é algum indivíduo querendo convencê-lo a abrir conta num banco ou pegar empréstimo.

 Talvez você não, mas eu sim. Às vezes dezenas de vezes no mesmo dia. É como se fosse um cerco, o assédio a uma cidade sitiada sendo eu o único morador dessa cidade. Assim, diante de tanta chateação resolvi não mais atender: o telefone toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca e eu não atendo.

Mas ontem, após mais de dez chamadas, resolvi aceitar a ligação. Era a voz de um homem que eu não conhecia. Estava claramente bêbado. E tão logo eu disse "alô" ele informou-me com todas as letras: “Cuidado, há perigo em toda parte; monstros caminham entre nós e logo poderemos estar todos mortos.”

 Logo percebi tratar-se de algum louco sublime apreciando suas seis ou sete doses de uísque e topei a conversa: “Sei disso”, garanti. E disse: “Sei mais. Descobri que meu vizinho da esquerda é um perigoso monstro abissal que está pronto para atacar-me a golpes de clava a qualquer momento.”

 Ele respondeu: “A coisa é mais séria que isso. O perigo são os monstros do pensamento, os monstros da alma, os que querem invadir nossa mente e controlar nossos atos.”

 Pensei que ele iria enveredar por uma narrativa voltada para ETs ou algo que o valha, mas o sujeito passou com incrível clareza a expor uma série de pontos de vista que comprovam que temos monstros realmente em todo o país.

 Monstros que são um prodígio de brutalidade e terror, ameaças, ódio e medo. E o que parecia ser uma conversa de bêbado transformou-se numa exposição veemente acerca da vida nacional, suas trapaças e ritos de roubalheira e desmandos.

 Falamos mais um pouco. Ele disse que ia pegar mais uma dose de uísque. Eu disse "tudo bem e esperei." Ele não voltou mais. Cinco minutos depois o telefone foi desligado. Antes uma delicada voz feminina pediu desculpa: “Por favor, não leve a mal: meu marido quando bebe fica pensando que o Brasil é uma terra perigosa. Não leve a mal.” E desligou.

 Não levei a mal. Havia sido uma ótima conversa. Mas de uma coisa fiquei convencido: o Brasil é uma terra perigosa.

Imediatamente passei a chave na porta.

 

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