por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista ▶
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Dom Matias Patrício de Macedo foi muito feliz ao resumir, na
expressão bíblica, a saudação com que acolheu o seu sucessor no comando da
Arquidiocese de Natal, dom Jaime Vieira Rocha: “O bendito que vem em nome do
Senhor”. Não poderia haver uma forma mais solidária, mais fraterna, mais
cristã, bem ao perfil de Dom Matias, um pastor que ao final de sua missão, sem
nenhuma dúvida, pode proclamar como São Paulo: “Combati o bom combate… Guardei
a fé”.
Claro: Não me compete fazer um balanço da gestão de Dom Matias à
frente da Arquidiocese. Não tenho dúvida, porém, de que, quem o fizer,
certamente, encontrará números positivos e alvissareiros.
Agora, começa a era de Dom Jaime, sob a marca de grande
esperança, não apenas pela gama de experiência que acumulou como pastor das
Dioceses de Caicó e de Campina Grande; principalmente pelo seu carisma e pelo
exemplo de vida cristã que tem construído.
Em sua homilia de posse, está delineado o alicerce sobre o qual
pretende sedimentar o trabalho a que se propõe: A voz de Deus, os seus sinais e
designios – “Considerando sempre a sua santa vontade e buscando conhecer o que
se apresenta à realização da minha missa em Natal”.
Na realidade, a trajetória de Dom Jaime, desde o nascimento à
sagração episcopal, o revela e o projeta como um predestinado a chegar, em
qualquer lugar, como “o que vem (e, portanto, chega) em nome do Senhor”, como
bem proclamou Dom Matias: Foi batizado pelo padre Alair Vilar (mais tarde
eleito arcebispo de Natal); crismado por Dom Eugênio de Araújo Sales; ordenado
sacerdote por Dom Nivaldo Monte; eleito e sagrado bispo pelo atual Beato e
então Sumo Pontífice João Paulo II.
Na minha limitada e laica visão de fatos tão significativos
quanto esses – que ele citou na homilia de posse – essas coisas, muito
dificilmente, acontecem por acaso.Estavam escritas e parecem indicar com muita
precisão que, lá atrás, ele já estava escolhido.
A igreja que lhe foi confiada – a de Natal – não é uma Igreja
qualquer. Poucas igrejas – na hierarquia católica – em todo o mundo, alcançam
uma posição de tanto crédito e de tanto respeito quanto a de Natal. Não é à toa
que todos os arcebispos para cá
designados, foram tirados do próprio clero de Natal.
Até o baiano dom Marcolino Dantas, que foi o primeiro, ao ser
nomeado arcebispo estava integrado ao clero natalense, como seu bispo
diocesano.Todas as bênçãos, pois, para Dom Jaime Vieira Rocha e sua sagrada e
desafiadora missão.
*Texto publicado na coluna Plural
desta quarta-feira (29) no Novo Jornal