Por João Bosco de Araújo
Jornalista ▶ boscoaraujo@assessorn.com
A camioneta já havia sido batizada pela filha mais nova de Pedro Salviano – Sueli – que a apelidou de Sinforosa. O veículo era o transporte dos trabalhadores da fazenda, dos familiares, dos amigos e vizinhos que semanalmente se deslocavam à feira de Caicó.
Em um certo sábado – como de praxe sem avisar –, a patrulha fazia uma blitz na BR 427. Foi quando de imediato o guarda deu sinal, indicando o acostamento.
Aproximou-se e ficou a observar àquela camioneta completamente lotada de pessoas, já bem deteriorada e ainda mais com o emplacamento todo atrasado.
O guarda não hesitou e fulminou: O carro está preso! Todos ficaram inertes com a ordem policial. Porém, Pedro Salviano, com aquela mansidão que lhe era peculiar, respondeu na bucha: Doutor, pois então pode ficar com o carro!
O federal não esperava tamanha reação. Levantou o quepe, coçou a cabeça, exclamou aos céus, mordeu os lábios, olhou para um lado, depois para o outro e ordenou : PÁS-SA.
E o velho fazendeiro seguiu sua viagem, com Sinforosa apinhada, cheia de gente! Imagem meramente ilustrativa/
reproduzida da Internet
*Texto inicialmente publicado em 1995 e em outras postagens, anos depois, no Diário de Natal - coluna "...É!" - página Municípios, também em livro do jornalista Orlando Rodrigues (Caboré) e em assessorn.com
Leia também da Série Sinforosa:
▶ 1: "A camioneta do fazendeiro e o homem da bicicleta";
▶ 2: "Sinforosa e as bandeiras de A.A.";
▶ 3: "Do alto do quebra-cu; Dares pra me ires, quantos qui eres?".
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