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domingo, 31 de agosto de 2025

HIPOCRISIA CULTURAL

 Por Fernando Luiz*

Na semana passada eu escrevi aqui sobre inclusão cultural. Hoje eu vou propor aqui duas situações diferentes. 

Na primeira situação vou falar sobre a música Não Se Vá, gravada pela dupla Jane e Herondy, um dos maiores sucessos do ano de 1977, que até hoje é uma das canções mais conhecidas do Brasil. Considerada pela elite preconceituosa como uma música cafona, durante muito tempo a canção jamais foi executada em emissoras FM, que naquela época iniciavam um processo de popularização. A música em questão era a versão do sucesso francês Tu Tan Vas, gravada pelo cantor Alan Barbiere. Ao contrário da versão gravada pela dupla brasileira, a gravação original era executada incessantemente por FM’s brasileiras, que tinham então um público elitizado. O curioso é que a gravação francesa e a versão brasileira eram idênticas: mesmo tom, mesma introdução, mesmo arranjo, mesma interpretação. Só uma coisa mudava: o idioma. E essa única diferença foi suficiente para alçar a gravação original à condição de “clássico internacional da música romântica” e colocar a versão em português na condição de “suprassumo do brega.” 

Vamos à segunda situação. O ano era 1979. Uma pessoa de um bom nível intelectual ouve, por acaso, numa AM, uma canção do cantor Fernando Mendes, cujo refrão, apesar de desconhecido pelo suposto ouvinte de bom nível intelectual - e, por extensão um admirador de um tipo de música considerado por ele como música de qualidade – estava na boca do povo: “Agora, que faço eu da vida sem você, você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer...”

Ele acha a música horrorosa, embora a letra tenha um forte conteúdo romântico e no arranjo haja trechos com acompanhamento de um naipe de violinos com um solo de violão acústico à moda de Paco de Lucia - tudo no estilo de grandes boleros latinos. A canção gravada por Fernando Mendes, um cantor que “canta pra dentro” (como João Gilberto) entrou no rol das canções bregas desprezadas pela elite intelectual.

Vinte e cinco anos depois da gravação de Fernando Mendes, em 2004 Caetano Veloso, ao participar do show de lançamento do Criança Esperança da Rede Globo, canta uma música que faria parte da trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro.  A letra da música retrata o desespero de alguém que é abandonado pela pessoa amada. Vamos continuar no campo das suposições: digamos que o nosso personagem fictício que tem bom gosto musical assistiu àquele programa e ficou encantado com a canção “estranhamente bela” interpretada pelo artista baiano. No dia seguinte, com o refrão da música sem sair da sua cabeça ele  percorre as lojas de discos à procura do CD de Caetano que tem aquela música (em 2004 ainda existiam CD’s e lojas de discos). Nosso personagem não se lembra, ou finge não se lembrar que aquela canção é a mesma que ele ouviu numa rádio AM muitos anos antes, interpretada por Fernando Mendes.

Se tivéssemos que definir as duas situações, que termos usaríamos? A versão de uma música francesa é considerada cafona só porque foi cantada em português e uma música brasileira também considerada cafona vira clássico da música romântica depois de gravada por Caetano Veloso.

Eu defino isso como hipocrisia cultural.

Instagram: @fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Pesquisa usa resíduo de salinas para produção de hidrogênio e água sanitária

 Pesquisa da UFRN usa resíduo de salinas para produção de hidrogênio e água sanitária

Um grupo de cinco inventores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveu um caminho adicional para a produção de hidrogênio, um combustível limpo, e para a fabricação do hipoclorito de sódio, a popular água sanitária. A geração dos produtos ocorre a partir de uma solução concentrada de cloreto de sódio, presente no efluente salino, por meio de um processo eletroquímico. O sistema proposto inclui etapas de pré-tratamento da água, nas quais um fluxo de água do mar é processado para gerar um fluxo de alimentação pré-tratado, baseado em água salobra. Portanto, a proposta evita o uso de água potável para a produção de hipoclorito.

“O nosso grupo de pesquisa foca no tratamento de efluentes industriais ricos em cloreto. Inicialmente, tratamos água produzida da indústria do petróleo para gerar hidrogênio. Essa experiência nos levou a trabalhar com o rejeito da indústria salineira, uma água de composição menos complexa, mas com alta concentração de sais, utilizando reatores híbridos. Desse rejeito, produzem-se simultaneamente hidrogênio e hipoclorito, commodities com diversas aplicações, como desinfetantes, tratamento de água e branqueamento de tecidos”, explica Elisama Vieira dos Santos.

Orientadora da pesquisa que resultou na tecnologia, Elisama frisa que o eixo central da invenção é a concepção de um sistema híbrido para a produção de hipoclorito de sódio e hidrogênio, a partir de águas salinas oriundas de rios, lagos, poços, água do mar, resíduos de salmoura provenientes da indústria salineira ou de processos de osmose reversa. Ela destaca que o produto (eletrolisador híbrido) pode ser aplicado em setores como o energético, tecnologias offshore de geração de energia, combustíveis, petroquímica, dentre outras subáreas, como têxtil, desinfecção de águas, como em estações de tratamento de esgoto, e superfícies.

A invenção teve seu pedido de proteção industrial depositado no mês de junho pela UFRN junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e recebeu o nome de “Sistema para a geração de hipoclorito de sódio por meio de fluxo de reciclagem de água salina combinado com a produção de hidrogênio”. Além de Elisama, são autores do estudo Karen Giovanna Duarte Magalhães, Luis Felipe Silva de Miranda, Jussara Câmara Cardozo e Carlos A. Martínez-Huitle. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Eletroquímica Ambiental e Aplicada, fazendo parte de uma dissertação de mestrado em Engenharia Química, vinculada também ao programa de pós-graduação em Química.

O grupo de cientistas pontua que a tecnologia está inserida em um contexto no qual diversas iniciativas estão impulsionando a implantação de energias renováveis em grande escala. Dentre elas, as metas de neutralidade de carbono propostas por diferentes países, a crescente participação global em resposta às mudanças climáticas e o desenvolvimento acelerado da economia verde na era pós-Covid. “Pensamos que, intrínseco ao estudo, estão os temas sustentabilidade e meio ambiente, crise hídrica e economia circular”, salienta Karen Magalhães, aluna da pós-graduação e orientanda de Elisama.

Ela identifica que, ao utilizar como matéria-prima um rejeito industrial, como o efluente salino, transformando-o em um produto útil, os pesquisadores buscam novas soluções na área de produção de energia e água, com o hidrogênio como vetor associado. Karen defende que o invento tem caráter inovador por conectar dois segmentos industriais: um, com a produção de espécies oxidantes, tal como o hipoclorito de sódio, uma possibilidade de tratamento de efluentes que apresentem alta salinidade; o segundo, com o hidrogênio, que é um combustível limpo.

Outro aspecto é que a produção de hidrogênio por eletrólise da água, utilizando energia renovável, permite a geração de hidrogênio com emissões reduzidas de CO₂, contribuindo para a transição energética sustentável. Além disso, considerando a crescente escassez de água doce no planeta, o uso de águas salinas e residuárias tem se mostrado uma alternativa promissora para a produção de hidrogênio verde, impulsionando o avanço da indústria.

Com relação ao hipoclorito, amplamente conhecido como água sanitária e cuja fórmula química é NaClO, é bastante utilizado na indústria devido às suas propriedades oxidantes, desinfetantes e branqueadoras. As aplicações vão desde a desinfecção de hospitais, laboratórios, indústrias alimentícias e piscinas, além de ser utilizado na produção de papel e celulose e no branqueamento de tecidos na indústria têxtil. Suas múltiplas aplicações destacam sua importância como um componente versátil e essencial em diversos setores industriais.

Carlos Martínez-Huitle fala também que, além disso, essa patente representa um avanço para as tecnologias de produção offshore, ampliando as possibilidades de exploração sustentável dos recursos hídricos disponíveis. Nesse sentido, a inovação da presente invenção consiste em um processo que utiliza um dosador atuando como corrente de reciclo de efluentes salinos para favorecer a produção de hipoclorito de sódio e a simultânea produção de hidrogênio. “Nosso grupo possui quinze anos de expertise em processos eletroquímicos e no design e construção de reatores, com uma destacada capacidade de desenvolver e produzir eletrolisadores internamente, de peças ou equipamentos completos, situação que contrasta com a dependência brasileira de tecnologia importada para a produção de hidrogênio verde”, destaca Martínez-Huitle.

Mexicano radicado no Brasil há quase duas décadas, ele descreve que o sistema compreende um reator eletroquímico de dois compartimentos separados; dois eletrodos, que se conectam com uma fonte de energia elétrica; uma entrada e uma saída de efluente; uma saída de gás; e demais peças vedadas. “São quatro etapas interligadas, que foram ajustadas para potencializarmos a relação entre a produção do hipoclorito de sódio para cada litro de solução salina utilizada”, enfatiza Martínez-Huitle.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN

Foto: cícero Oliveira/UFRN


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Orgulho potiguar: Natal Airport cresce em ranking nacional de satisfação geral dos passageiros

 

O Natal Airport registrou crescimento significativo nos indicadores de satisfação dos passageiros no primeiro semestre de 2025, ficando entre os melhores do país em limpeza e conforto e subindo cinco posições no ranking geral de aeroportos. Os dados são da pesquisa oficial do setor, a Pesquisa de Satisfação Geral da SAC (Secretaria Nacional de Aviação Civil), vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos, e realizada mensalmente nos 20 maiores aeroportos do país. O bom desempenho, comparado ao mesmo período de 2024, coincide com a nova fase do Aeroporto Internacional de Natal, que desde o ano passado tem uma nova concessionária, a Zurich Airport Brasil.

Com nota 4,64 em limpeza geral, o aeroporto conquistou o 4º lugar no ranking nacional, os sanitários atingiram uma nota ainda mais expressiva: 4,56, ficando em primeiro lugar no país nesse critério.  Esses resultados refletem investimentos e iniciativas como a revitalização da fachada do terminal, melhorias no paisagismo e a otimização do sistema de limpeza, além da limpeza profunda realizada no terminal pela nova administração. No total, a Zurich Airport Brasil já investiu R$ 50 milhões no aeroporto.

Em relação ao conforto na sala de embarque, os números também são positivos. A nota atribuída pelos passageiros domésticos subiu de 4,13 para 4,35, enquanto entre os internacionais, passou de 4,11 para 4,31. Essa evolução foi impulsionada pelas melhorias térmicas e acústicas implementadas no terminal, que incluíram a substituição das portas automáticas, novos sistemas de climatização e ajustes estruturais que minimizam a reverberação de ruídos.

No ranking geral entre os 20 maiores aeroportos do país, o Natal Airport saiu da 16 para a 11 posição.

“Está no nosso DNA operar aeroportos com foco na qualidade e experiência dos passageiros. E, pouco a pouco, os viajantes começam a perceber as melhorias no terminal, fruto do nosso estilo atento e cuidadoso com a infraestrutura e conforto das pessoas” observa Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil.

Desde abril deste ano, o aeroporto passou a contar com uma sala multissensorial, parte do programa Aeroporto para Todos, que consiste em uma série de ações da concessionária cujo propósito é ampliar a inclusão e a experiência de pessoas neurodivergentes.

O aeroporto também tem investido em inovação e tecnologia, com destaque para a implementação de um novo sistema no canal de inspeção, que tornou o processo de embarque mais intuitivo e ágil, além da oferta de rede Wi-Fi gratuita e ilimitada para todos os usuários — medidas que ampliam a conectividade e a conveniência no terminal.

Mais informações:

Anna Paula Andrade/(84) 99208-8873

Créditos: Anna Paula AndradeDivulgação Natal Airport 



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Rio Grande do Norte se candidata a Edital do MinC para impulsionar setor audiovisual

 Por meio da Secretaria da Cultura do RN com participação da sociedade civil, Estado se inscreve no Edital de Arranjos Produtivos e pleiteia recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)

O Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/RN), submeteu uma proposta para o Edital de Chamamento Público MinC nº 4, de 9 de junho de 2025, conhecido como "Arranjos Regionais". O objetivo do edital é investir recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para complementar o fomento de projetos de estados e municípios, fortalecendo a cadeia produtiva local. A inscrição do estado foi realizada na última sexta-feira, 22 de agosto.

A proposta do RN foi construída de forma participativa por um grupo de trabalho que incluiu representantes da sociedade civil e da gestão da política cultural do estado. A iniciativa se baseou em um levantamento feito por meio de um formulário online que traça um panorama do audiovisual potiguar, além de dados da Ancine sobre a realidade local e indicadores da aplicação da Lei Paulo Gustavo e da Política Nacional Aldir Blanc pelo RN.

O valor total do investimento pleiteado pelo Rio Grande do Norte junto ao FSA é de R$ 10 milhões, que se somam a uma contrapartida de R$ 2 milhões do estado. O RN faz parte do Grupo A do edital, que engloba as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e pode receber até cinco vezes o valor da contrapartida oferecida.

“Para cada R$ 1 investido, o estado selecionado recebe R$ 5, por isso o Rio Grande do Norte não podia ficar de fora do Edital. Inicialmente, o Estado iria entrar com R$ 500 mil, mas ouvindo o setor e dialogando com a equipe da governadora Fátima Bezerra, conseguimos chegar ao montante de R$ 2 milhões, garantindo um total de R$ 12 milhões para o audiovisual potiguar”, enfatizou a Secretária da Cultura, Mary Land Brito.

“Construímos nossa proposta de forma coletiva, com representantes do audiovisual potiguar e a equipe da Secult/RN, reconhecendo as vocações e as necessidades de investimento para garantir que esse recurso federal tão importante para o setor seja aplicado de forma coerente e estratégica”, avaliou. 

Os recursos do FSA serão direcionados para a produção de longas-metragens de ficção e obras seriadas de ficção, enquanto a verba local será usada para ações de formação técnica, difusão por meio de festivais, desenvolvimento de projetos de longas-metragens de ficção e documentário e produção de curtas-metragens de ficção. A divisão dos investimentos visa atender às demandas identificadas no setor, incluindo a necessidade de financiar produções de maior porte para que empresas locais possam evoluir seu registro junto à Ancine.

A proposta também inclui ações afirmativas para as linhas de fomento. Para os recursos do FSA, 50% das vagas serão destinadas a projetos liderados por mulheres e pessoas trans, e 25% para pessoas negras, indígenas ou com deficiência. Já para os recursos locais, há cotas específicas para produção de curtas-metragens, desenvolvimento de roteiros de longas e documentários, ações de formação e festivais de cinema, com vagas reservadas para mulheres, pessoas trans, pessoas negras, indígenas e pessoas com deficiência.

De acordo com a realizadora audiovisual potiguar Babi Baracho, o GT estudou diversas possibilidades de aplicação da verba, considerando diferentes cenários de linhas, valores, quantidades e porcentagens das políticas afirmativas, levando em consideração o histórico de fomento ao audiovisual no estado, o momento atual de produção, entre outros fatores pertinentes.

“O processo de construção do Plano de Ação do RN para os Arranjos Regionais, com o GT formado em reunião e a Secult, foi muito importante. Nós estudamos o regulamento, realizamos uma reunião com representante da Secretaria do Audiovisual (SAv) para tirar dúvidas e fizemos diversos encontros para discussão da proposta”, explicou a cineasta.

“A participação direta do setor na elaboração do Plano de Ação foi essencial e o esforço da Secult para conquistar a nossa meta foi notável. Estamos ansiosos pelo resultado e confiantes de que o Rio Grande do Norte será contemplado”, concluiu.

Crescimento do Audiovisual no RN

Na inscrição, a Secult/RN destaca o crescimento do setor audiovisual no Rio Grande do Norte, impulsionado pela criação da Secretaria de Estado da Cultura (2024) e pela implementação de editais da Lei Paulo Gustavo (2023). De acordo com dados da Ancine (2021), o RN responde por 2,04% dos empregos no setor audiovisual do Nordeste e, entre 2010 e 2021, registrou o crescimento proporcional mais expressivo da região.

O estado conta com 88 produtoras cadastradas na Ancine , e o edital da Lei Paulo Gustavo de 2023, por exemplo, apoiou 396 projetos no setor audiovisual. O Rio Grande do Norte busca manter investimento no setor com iniciativas como o Edital Estadual de Fomento ao Audiovisual Potiguar, que em 2023 destinou R$ 1 milhão para a área, e a restauração e reativação do Cine Panorama, uma sala pública de cinema para exibir as produções potiguares.

Além disso, o estado tem uma cinemateca própria, a Cinemateca Potiguar, que é mantida pelo IFRN como projeto de extensão, responsável pela salvaguarda de acervos audiovisuais, e 30 estúdios de gravação privados.

Com a inscrição enviada, a proposta do Rio Grande do Norte segue agora para a etapa de análise técnica, que acontecerá de 25 de agosto a 12 de setembro de 2025.

comunicacaoculturarn@gmail.com 

imagem relacionada à divulgação


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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Ministério da Saúde seleciona médicos especialistas para atuarem em localidades onde há falta desses profissionais: 32 no RN

 O Nordeste concentra 51% do total de profissionais selecionados na 1ª chamada do edital para provimento de mais médicos especialistas. Atendimentos começam a partir de setembro

O Ministério da Saúde selecionou 501 médicos que vão atuar em todo o país pelo programa Agora Tem Especialistas. Distribuídos em 212 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal, eles serão destinados a regiões onde há falta desses profissionais. Para o Nordeste, que historicamente conta com menor número de médicos especialistas, serão destinados 260 profissionais. Todos os nove estados nordestinos serão contemplados com destaque para o Ceará, que receberá 64 médicos, e a Bahia, com 48. Já para o Maranhão serão destinados 43 profissionais; Rio Grande do Norte, 32; Piauí, 27; Pernambuco, 17; Paraíba, 14; Alagoas, 10; e Sergipe, 5.

Do total de médicos selecionados, 67% vão reforçar o atendimento no interior do Brasil em especialidades como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia. Assim, ampliarão a assistência à saúde da população, reduzindo o deslocamento para os grandes centros urbanos. Considerando as regiões remotas do país, 25,7% atuarão em áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade; 20% na região da Amazônia Legal; e 9% em áreas de fronteira.

Esses profissionais integram a primeira chamada de edital inédito do Agora Tem Especialistas que, pela primeira vez, selecionou médicos que já são especialistas para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS). Com 12 anos de experiência em média, eles vão reforçar o atendimento em 258 hospitais, policlínicas, centros de apoio diagnóstico e outras unidades da rede pública nas cinco regiões do país.

Médicos que só atuavam na rede privada passam a atender no SUS

Entre os 501 selecionados, 131 (26%) trabalharam anteriormente apenas em hospitais privados. Pela primeira vez, eles passarão a atender os pacientes da rede pública, o que representa um avanço do programa em vista da Demografia Médica de 2025. O estudo aponta que, atualmente, a maior concentração de médicos especialistas está na rede privada de saúde. Apenas 10% atendem o SUS exclusivamente.

Do total de selecionados, 75% serão destinados a hospitais públicos para a realização de cirurgias, internações e tratamentos, como radioterapia e quimioterapia. Outros 18% serão alocados em ambulatórios, onde farão consultas e exames, como endoscopia, ecocardiograma, colonoscopia, colposcopia e ultrassonografia. Os demais profissionais atuarão em unidades de apoio diagnóstico e terapêutico.

- Portal do MS > saiba mais

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domingo, 24 de agosto de 2025

INCLUSÃO CULTURAL

  Por Fernando Luiz*

Até alguns anos atrás a cultura era tida como exclusividade da elite. Era considerada como a produção do belo, a expressão dos desejos, a linguagem dos sentidos,” uma arma que tem que tomar partido até manchar-se” (segundo as palavras do poeta espanhol Gabriel Celaya). Qualquer criação artística que não se enquadrasse nesse conceito era considerada “baixa cultura”. Segundo o Relatório da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento promovido pela UNESCO, com o avanço das políticas públicas e sociais, este parâmetro foi se quebrando. A hierarquia cultural se esfacelou e atualmente as potencialidades da cultura são armas importantes para o “reencantamento  do mundo, a construção de uma cultura de paz e o exercício da liberdade criativa em favor das coletividades e projetos de civilização antagônicos”.

O governo federal reconheceu esta realidade ao criar, há alguns anos os Pontos de Cultura. Como em qualquer lugar, os habitantes das comunidades carentes de Natal têm uma cultura própria no seu modo de agir, de vestir, de falar etc. Possuem uma produção cultural que tem que ser levada em conta. Na periferia, no morro e nas favelas dos bairros populosos, existem cantores, compositores, instrumentistas, artistas plásticos, atores e uma gama de jovens talentosos aos quais o poder público não dá a devida atenção. Conheci essa realidade de perto quando idealizei o Show das Comunidades em 2000, que durante 16 anos, através da Lei Djalma Maranhão e com o apoio de empresas parceiras realizou um total de 109 shows descobrindo e valorizando talentos em bairros periféricos de Natal.

Segundo a UNESCO não existem culturas superiores e sim culturas diferentes. Reconhecer essa diferença é importante para afastar os jovens da ociosidade, do vício, da violência e do crime organizado. Ao idealizarmos o Show das Comunidades o fizemos reconhecendo diferenças e pudemos abrir espaço para artistas das comunidades da nossa capital, levando arte, lazer e cultura gratuita para uma população carente.

O Show das Comunidades foi um projeto pioneiro que contribuiu de forma decisiva para fortalecer a cena cultural de Natal e para o desenvolvimento de uma nova política cultural com desdobramentos na área social.

@fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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sábado, 23 de agosto de 2025

Ecopraça ocupa a Vila de Ponta Negra com a edição "A Rua da Cultura" neste final de semana

 

Nestes dias 23 e 24 de agosto de 2025, a Vila de Ponta Negra será palco de mais uma edição do Ecopraça, projeto cultural que há mais de 10 anos transforma espaços públicos em territórios de arte, encontro e convivência. Este ano, a iniciativa apresenta a edição especial “A Rua da Cultura”, que convida a ocupar e ressignificar uma rua hoje sem nome oficial, localizada ao lado do Figa Bar & Cultura, nas imediações por trás da Igrejinha da Vila.

A proposta é unir arte, cultura popular e participação comunitária para transformar simbolicamente o espaço em um novo ponto de referência para a comunidade e para a cidade. A ação é realizada pelo Instituto Ancestral, com apoio do Governo do Estado do RN, Secretaria de Cultura do RN, Fundação José Augusto e da Deputada Isolda Dantas (emenda parlamentar).

O Ecopraça nasceu com o propósito de ocupar áreas públicas urbanas por meio de uma metodologia que integra escuta comunitária, atividades formativas e intervenções artísticas. Ao longo da última década, o projeto já passou por diferentes bairros e municípios potiguares, sempre com a missão de promover acesso democrático à cultura, fortalecer vínculos comunitários e valorizar as identidades locais.

Na edição “A Rua da Cultura”, a escolha da Vila de Ponta Negra não é por acaso. O território é um importante polo cultural da cidade, conhecido por suas manifestações de tradição popular, como o boi de reis, o coco de roda, o pastoril e o trabalho artesanal das rendeiras. “A ideia é reconhecer e amplificar o que já pulsa ali, ao mesmo tempo em que propomos uma ocupação artística que traga novas dinâmicas para a rua e para o bairro”, explica Geraldo Gondim, idealizador e diretor do projeto.

A programação, que será divulgada em breve, terá início no sábado, 23, com oficinas, atividades participativas e momentos de diálogo com a comunidade. No domingo, 24, o espaço será tomado por apresentações musicais, performances cênicas, intervenções urbanas, feira criativa e manifestações da cultura popular local. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

Além de oferecer uma experiência cultural diversificada, a edição busca sensibilizar o poder público e a comunidade para a importância de investir em espaços de convivência e lazer. “Queremos que essa rua seja oficialmente reconhecida como Rua da Cultura e que continue sendo ocupada por iniciativas culturais e comunitárias ao longo do tempo”, afirma Geraldo.

SERVIÇO

Ecopraça 2025 – A Rua da Cultura

23 e 24 (sábado e domingo) de agosto de 2025

Vila de Ponta Negra – ao lado do Figa Bar & Cultura, próximo à Igrejinha da Vila – Natal/RN

Programação gratuita

Mais informações: @ecopraca

por assessoria de comunicação

Imagem relacionada à divulgação


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Nova tecnologia em nova rota para a produção de hidrogênio e adoçantes

 UFRN cria tecnologia em nova rota para produção de hidrogênio e adoçantes

Uma invenção que pode ser aplicada no processo de armazenamento e produção de hidrogênio e, ainda que pareça inusitada, também pode ser útil na capacidade de transformar a lactose do soro de leite (um subproduto da indústria de laticínios) em lactitol, um adoçante anticariogênico e de baixo teor calórico. Não bastasse, é potencialmente eficiente no tratamento ambiental de resíduos do petróleo. Este é o resultado que gerou o mais novo depósito de pedido de patente feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no mês de julho.

As funcionalidades ocorrem em virtude das características presentes no carbeto de mononíquel (NiC), novo material cujo desenvolvimento é o resultado da dissertação de mestrado de Fábio André Moura Nóbrega, um dos cientistas envolvidos na pesquisa. Fábio identifica que os objetivos principais do método são apresentar uma alternativa tecnicamente e economicamente viável para a produção de carbeto de mononíquel, que seja facilmente ampliada para escala industrial, propondo uma alternativa mais simples e com menos operações unitárias que os demais métodos. Assim, cria-se um catalisador voltado para aplicações como produção de hidrogênio e de células de combustível.

“Simultaneamente, permitindo controle sobre os tamanhos de partícula, morfologia e fase cristalina do material produzido, obtendo carbeto de níquel em escala nanométrica, com estrutura cristalina cúbica e alto teor de pureza. Por conseguinte, gerando grandes benefícios econômicos, sociais e ambientais para nossa região”, lista o egresso do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química. Um número aumentado dessas operações unitárias está intimamente associado ao custo desses processos, os quais se tornam, por vezes, inviáveis. Além disso, a quantidade afeta as questões de segurança de processos, que se tornam sucessiva e exponencialmente mais complexas.

Além de Fábio, participaram dos estudos que resultaram no pedido de patenteamento André Luis Lopes Moriyama, Camila Pacelly Brandão de Araújo, Carlson Pereira de Souza e Ila Gabriele Diniz Dias de Azevedo. O depósito recebeu o nome de “Processo de obtenção de carbeto de mononíquel nanométrico em reator de leito fixo por reação gás-sólido”. O grupo pontua que os estudos de carbetos de metais refratários vêm ganhando atenção devido às propriedades que esses materiais apresentam, tais como elevado ponto de fusão, alta dureza, alta estabilidade térmica, alta resistência à corrosão e atividade catalítica, fotocatalítica e eletrocatalítica. A conjunção dos atributos os torna atrativos para indústrias diversas, como catálise (quando se quer controlar a velocidade de uma determinada reação entre substâncias), produção de sensores e produção de materiais semicondutores.

Orientadora do estudo, a professora Camila de Araújo frisa que os testes iniciais foram realizados em escala laboratorial, com planos para ensaios futuros em uma planta maior. Ao todo, foram realizados mais de 50 ensaios. Ela destaca também que a pesquisa foi desafiadora devido à pouca literatura existente sobre o carbeto de mononíquel e seu processo de obtenção, que se mostrou inovador. O produto final, considerado o protótipo da invenção, é um pó escuro, com fina granulação.

“Exemplos de diferenciais são o custo-benefício e a segurança, pois a tecnologia utiliza níquel, um metal mais abundante e barato que os materiais nobres como platina e paládio, usualmente empregados em catalisadores, e é considerado mais seguro operacionalmente que o níquel de Raney, que é explosivo”, explica a docente da Escola de Ciência e Tecnologia (ECT). Camila de Araújo complementa que a pesquisa que Fábio desenvolveu sob sua orientação é voltada para aplicações relevantes na área de transição energética. Ela identifica que, recentemente, a ECT aprovou a criação de um novo Programa de Recursos Humanos (PRH) da Universidade, junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Ela descreve que a expectativa é que a criação e consolidação desse PRH na ECT intensifique o desenvolvimento de mais pesquisas de qualidade e impacto para esse setor de transição energética. O PRH é um programa fomentado pela ANP e voltado para formar pessoas para a área de transição energética, conceito que atualmente abrange as iniciativas especificamente da área de petróleo.

Química, física e engenharia

Para se chegar ao resultado final, alguns conhecimentos precisaram ser ativados. A produção de carbeto de níquel foi feita através de reação heterogênea do tipo gás-sólido, entre um sólido de nitrato de níquel calcinado e carvão ativado, e os gases metano e hidrogênio, em um reator. Em seguida, quatro etapas principais: dentre elas, um “tratamento térmico” ao qual o nitrato de níquel é submetido; do resultado, mistura e homogeneização do pó calcinado com carvão ativado; após, adição de carbono, em condições específicas de reações químicas e físicas diversas; ao fim, resfriamento do material.

Dessa conjunção de saberes, Camila Pacelly Brandão de Araújo enfatiza a importância da forte colaboração interdepartamental na UFRN, em um entrelaçamento de saberes de pesquisadores do Departamento de Engenharia Química e da Escola de Ciência e Tecnologia, com um enlace de conhecimento de áreas como química, física e engenharia.

Na perspectiva específica, o grupo vem desenvolvendo uma cooperação científica internacional com instituições da França, Inglaterra e Canadá. Isso porque o desenvolvimento do estudo foi realizado no âmbito do Laboratório de Materiais Nanoestruturados em Reatores Catalíticos, unidade com pesquisas atualmente baseadas em anos de expertise do grupo em carbetos e com conexões para além das fronteiras nacionais. O produto da patente, bem como outros frutos de pesquisas no laboratório, deverão ser testados nessas universidades.

Por Wilson Galvão - Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN

84 991936277

Foto: Cícero Oliveira/UFRN


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Vendedor ambulante da Zona Norte de Natal vive em condições precárias e terá sua casa transformada pelo projeto ReforAMAR Acessível

 Do barraco à dignidade: no mês dos pais, seu Adailton se prepara para um novo lar

Às 5h da manhã, enquanto a cidade ainda desperta, Seu Adailton já está a caminho das praias de Natal. Entre colares e pulseiras que ele mesmo produz, o artesanato é hoje sua única fonte de renda — e também sua forma de resistir.

Aos 61 anos, morador do bairro Lagoa Azul, na Zona Norte da capital potiguar, Seu Adailton vive sozinho em um pequeno barraco sem energia elétrica, sem acessibilidade e com estrutura que ameaça diariamente sua saúde e segurança. Uma rampa íngreme e deteriorada já provocou quedas e, a cada subida ou descida, o medo de um acidente grave acompanha seus passos.

Em 2024, diante dessa realidade e sem recursos para mudar o cenário, a filha de Seu Adailton decidiu inscrever a casa do pai no site da ONG ReforAMAR. Ela não sabia quando ou se ele seria selecionado, mas acreditava que um dia a mudança chegaria. E chegou.

Em 2025, o lar foi escolhido para receber uma transformação completa através do projeto ReforAMAR Acessível, realizado em parceria com a Fundação Salvador Arena. A obra prevê ajustes estruturais, instalação de rede elétrica, melhorias de acessibilidade, modernização hidráulica, além de mudanças que garantam ventilação, iluminação e mais conforto.

As melhorias têm início neste mês dos pais e devem ser concluídas até outubro, mas, para que isso se concretize, a organização está mobilizando recursos e arrecadando doações. Qualquer pessoa pode contribuir, seja tornando-se doador mensal, doando materiais de construção ou oferecendo mão de obra voluntária durante a reforma.

A ação conta também com o apoio do influenciador Matheus Angelo, criador da página Todo Natalense e embaixador desta transformação, que mobilizou seguidores para dar visibilidade à história e destacar a importância de garantir moradia digna para todos.

Para a equipe da ReforAMAR, o caso de Seu Adailton representa muito mais que uma obra: é um ato de reparação social. “No mês em que celebramos o Dia dos Pais, lembramos que dignidade é um direito, não um presente. Muitos pais e avôs nas periferias de Natal ainda vivem em condições que colocam em risco sua saúde e segurança, mesmo depois de uma vida inteira de trabalho”, afirma a organização.

Para Seu Adailton, mais do que paredes novas, será o início de um recomeço. “O melhor presente é saber que vou poder entrar e sair de casa sem medo, e receber minha família num lugar que me dá orgulho”, diz ele, com um sorriso que mistura gratidão e esperança.

Sobre a ReforAMAR

Desde 2018, a ReforAMAR já realizou mais de 58 reformas humanizadas, impactando cerca de 50 mil pessoas no Rio Grande do Norte. A ONG atua com voluntários, doações e parcerias para transformar moradias precárias em lares dignos, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente a moradia adequada, a redução das desigualdades e cidades inclusivas.

📍 Saiba mais:

 🌐 www.reformar.org.br

 📲 Instagram: @reforamar_

Por Luciana Oliveira/Assessora de Imprensa

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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Brasil Sorridente: RN recebe 10 unidades odontológicas móveis para levar atendimento à população

 Entrega faz parte do Novo PAC Saúde e amplia o atendimento em áreas remotas e de difícil acesso. Investimento federal para o estado é de R$ 3,8 milhões e marca a retomada, após 10 anos, de uma ação estratégica do Brasil Sorridente, que garante acesso à saúde bucal em regiões rurais, remotas e de difícil acesso

Nesta quinta-feira (21), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entregaram 400 Unidades Odontológicas Móveis (UOMs) a 400 municípios, durante cerimônia em Sorocaba (SP). O Rio Grande do Norte foi contemplado com 10 unidades, resultado de um investimento de R$ 3,8 milhões. Os recursos são oriundos do Novo PAC Saúde, e o investimento total é de R$ 152 milhões em todas as unidades da federação. Ao todo, na região Nordeste, são 207 UOMs previstas para os nove estados.

A entrega marca a retomada, após 10 anos, de uma ação estratégica do Brasil Sorridente, que garante acesso à saúde bucal em regiões rurais, remotas e de difícil acesso.

“As unidades móveis do Brasil Sorridente não estão chegando só à Sorocaba. Elas estão chegando a todas as regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. E chegam principalmente onde o povo mais precisa, porque o SUS tem esse compromisso: o de estar ao lado dos brasileiros e brasileiras em cada canto do país”, destacou Padilha.

As UOMs levam atendimento odontológico onde vivem populações que têm dificuldade de acesso a esse serviço, incluindo, por exemplo, indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua e assentadas. Com isso, o Ministério da Saúde busca garantir assistência a todos os brasileiros e brasileiras.  Até 2026, outras 400 unidades vão reforçar o atendimento em todo o país, totalizando 800 novos veículos.

Os municípios contemplados foram selecionados com base em critérios de vulnerabilidade socioeconômica, extensão territorial e proporcionalidade regional, buscando evitar a concentração de recursos e ampliar a cobertura em saúde bucal no Sistema Único de Saúde (SUS) onde mais precisa.

Confira aqui a lista de municípios contemplados em todo país

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Foto: João Risi/Ascom MS

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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Dispositivo odontológico de baixo custo traz mais precisão ao diagnóstico em tratamentos complexos

 Dispositivo odontológico da UFRN traz mais precisão ao diagnóstico em tratamentos complexos

Um novo dispositivo para a área odontológica, de fácil manuseio e utilização, custo baixo e alta reprodutibilidade, foi objeto de pedido de patente no mês de junho por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Com ele, é possível medir a quantidade de dente anterior que fica exposto em uma posição que os profissionais chamam de repouso — posição representada pelos músculos da face relaxados, com os dentes sem contato. A professora Adriana da Fonte Porto Carreiro, orientadora do projeto que resultou na invenção, explica que o dispositivo pode ser utilizado em todas as áreas odontológicas que tenham interesse em mensurar com precisão a exposição da coroa dos dentes incisivos superiores ou inferiores, já que, quando adaptado no dente, permite medir a quantidade de exposição de dentes anteriores.

“É um dispositivo intraoral, ou seja, usamos dentro da boca do paciente. Ele permite mensurar e acompanhar modificações faciais e dentárias, como as que ocorrem com o envelhecimento, que provocam a diminuição da exposição dos incisivos superiores e o aumento da exposição dos incisivos inferiores. Essa alteração, com o envelhecimento, transforma desde a oclusão até o sorriso”, pontua Adriana Carreiro.

A docente Hallissa Simplício, coorientadora do projeto, lista outro exemplo de aplicação nas áreas de Cirurgia e Ortodontia: nos casos de cirurgia ortognática, indicada para melhorar a função mastigatória, respiratória e a estética facial. Nessa situação, o planejamento da cirurgia é norteado pela posição dos dentes anteriores superiores, o que torna a mensuração essencial. Outra situação é em casos de harmonização facial, em que o dispositivo é útil para o acompanhamento dos procedimentos estéticos faciais que alterem a posição dos lábios. Simplício frisa que o dispositivo consegue fornecer as informações para guiar o plano de tratamento e indicar a necessidade de correções da posição dos dentes, seja com procedimentos reabilitadores, com ortodontia ou com a combinação de especialidades.

Egressa do Programa de Pós-Graduação em Clínicas Odontológicas, do Departamento de Odontologia da UFRN, Marina Bozzini Paies acrescenta outros exemplos de aplicação do equipamento: na reabilitação oral e na área de Dentística, onde pode justificar ajustes estéticos e quantificar o incremento necessário para tratamentos estéticos que sugerem a jovialidade do paciente, ou ainda na área acadêmica, possibilitando comparações precisas em pesquisas científicas clínicas, com padronização e alta reprodutibilidade.

“Parece fácil medir com precisão a exposição de dentes anteriores. A dificuldade está relacionada ao fato de que, com métodos convencionais, ao aproximarmos a régua ou o paquímetro dos lábios e dentes, o paciente reage involuntariamente com contração muscular, alterando a quantidade de exposição dos dentes. Destaco ainda que esta invenção é inovadora devido ao fato de permitir quantificar com precisão os casos em que o lábio cobre totalmente os dentes anteriores. Mensurar essa diferença entre a borda incisal do incisivo e o lábio, em casos orto-cirúrgicos, é uma dificuldade que o cirurgião Ruy Veras Filho, também inventor do dispositivo, enfrentava clinicamente. Usualmente, essa medida é feita de forma extraoral, com paquímetros ou réguas convencionais, o que exige a atuação de dois operadores. O nosso dispositivo de mensuração intraoral se torna inovador por reduzir a necessidade de outro profissional para conferir a mensuração, tanto em casos de conferência clínica imediata quanto em casos de avaliação por aquisição fotográfica para realizar a medição, já que o profissional consegue fazer isso sozinho, pois não é necessário segurar este dispositivo na boca do paciente”, circunstancia Marina Paies.

Além das três, integram o grupo de inventores Lucas Cavalcante de Sousa, Anne Kaline Claudino Ribeiro e Ruy Veras Filho. O pedido de patente recebeu o nome de “Dispositivo intraoral para mensuração de exposição de dentes anteriores”. Os protótipos desenvolvidos foram impressos em resina e estão em processo de ajustes finos, melhoria de impressão e produção em aço cirúrgico. Segundo o grupo de pesquisa, o intuito é verificar a forma mais prática e menos onerosa de ser comercializado. Eles descrevem que o dispositivo é uma peça única, rígida, de vinte milímetros em seu maior comprimento, que pode ser fabricada em aço cirúrgico ou por impressão 3D de alta precisão com resinas, como foi o caso do protótipo. Por fim, os inventores salientam que o dispositivo oferece uma medida crucial para a análise facial e dentária, um momento minucioso, o qual atualmente não conta com um dispositivo similar para aferição.

Patenteamento

Na UFRN, o primeiro passo para os interessados em proteger a tecnologia é fazer a notificação de invenção dela. O procedimento ocorre no próprio sistema SIG, na aba Pesquisa. Os passos seguintes recebem o acompanhamento da Agência de Inovação da Reitoria (Agir). Dessa maneira, a Universidade procura garantir aos seus cientistas suporte no processo de pedido, auxiliando na escrita e até em questões burocráticas, como a responsabilidade pelo pagamento de taxas. Assim, uma série de atividades necessárias à existência da patente, como a quitação de anuidades, o pedido de exame e a concessão do pedido, são exemplos de atribuições da UFRN, especificamente da Agir.

O ponto culminante é a concessão da patente. Também chamada de Carta Patente, é um documento concedido pelo INPI após análise sobre, entre outros aspectos, os requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. A carta é um ato administrativo declarativo e confere a seu titular a exclusividade de uso, comercialização, produção e importação de determinada tecnologia no Brasil.

A caminhada para a concessão de uma patente exige obediência a critérios temporais previstos em lei. Após o depósito, o Instituto guarda o documento por 18 meses em sigilo. Em seguida, o estudo é publicado e fica, pelo mesmo período, aberto a contestações. Passados os três anos, o Instituto parte para a análise em si. Por esse motivo, é comum a concessão ocorrer após quatro anos do depósito.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN-84 991936277

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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

A salvação da lavoura: Águas do São Francisco chegam ao Seridó e abrem nova era hídrica no RN

 Águas do São Francisco chegam ao Seridó e abrem nova era hídrica no RN

O primeiro toque da água no Seridó foi recebido com silêncio e expectativa. Às margens do Rio Piranhas, em Jardim de Piranhas, moradores se aproximaram da estação de captação da Caern para ver o que, até então, parecia distante.

A governadora Fátima Bezerra, emocionada, ressaltou o caráter histórico do momento. “O que nós estamos fazendo aqui hoje é história. Nós estamos celebrando a chegada das águas do São Francisco ao Seridó, agora de forma planejada, consistente, eficiente e contínua. Isso significa que, a partir de agora, o povo do Seridó conta, para sempre, com essas águas para saciar a sede e para promover o desenvolvimento”, afirmou.

A cerimônia começou em Jardim de Piranhas, às 15h, e seguiu às 17h para a abertura das comportas da barragem de Oiticica, em Jucurutu, permitindo que o fluxo seguisse em direção à barragem Armando Ribeiro Gonçalves.

Ao lado de Fátima, o Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, reforçou a importância do investimento para além do abastecimento humano. “Nós não estamos falando só de água para matar a sede. Estamos falando de desenvolvimento, de turismo, de agricultura, de geração de oportunidades. O presidente Lula deixou claro: é preciso acelerar para que a água também seja motor do desenvolvimento econômico do semiárido”, disse.

O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do país, com 477 quilômetros de extensão em dois eixos. Ele vai garantir segurança hídrica a 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Com a abertura das comportas da barragem de Oiticica, as águas seguirão em direção ao maior reservatório do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, inaugurando uma nova etapa de segurança hídrica. “Estamos conectando infraestrutura e vida. Não se trata apenas de engenharia, mas de dignidade para o povo potiguar”, disse a governadora Fátima.

Participaram do evento o ex-senador Garibaldi Alves; a deputada federal Natália Bonavides; os deputados estaduais Isolda Dantas, Francisco Medeiros (Chico do PT), Divaneide Basílio e Hermano Morais; os prefeitos Carlos Augusto de Paiva (Luís Gomes), Judas Tadeu Alves dos Santos (Caicó), Joaquim José de Medeiros (Cruzeta) e Elvécio Gurgel de Sales (Janduís); e Isaac Alexandre dos Santos, vice-prefeito de São Fernando; e Maciel dos Santos Freire, prefeito de Cerro Corá.

Foto: Joana Lima

JBAnota - Como sertanejo e neto e filho de agricultores, sei da importância da água no solo do Sertão, por isso: "A salvação da lavoura", ditado sertanejo, como também a salvação para a vida do sertanejo.


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Pesquisadores obtêm patente de curativo com propriedades de liberação de medicação

 Pesquisadores da UFRN obtêm patente de curativo com propriedades de liberação de medicação

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) recebeu do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o patenteamento definitivo de uma fita cerâmica com aparência similar a um curativo, como os da marca ‘band-aid’, capaz de, ao ser colocada em uma ferida, liberar uma medicação gradualmente, auxiliando na cicatrização.

O grupo de cientistas envolvidos é composto por Sibele Berenice Castellã Pergher, Anna Karla de Carvalho Freitas, Iane Maiara Soares de Souza, Ana Paula da Silva Peres e Wilson Acchar. O depósito da invenção ocorreu no ano de 2017 e recebeu o nome de “Nanocompósito LPM13 para liberação controlada de neomicina a partir do argilomineral paligorskita via tape casting aquoso”. Os pesquisadores identificam que a fita pode ser moldada em diferentes formatos e tamanhos, conforme a necessidade.

Professora do Instituto de Química, Sibele Pergher pontua que o material utilizado no estudo é uma argila chamada paligorskita, também conhecida como atapulgita. “Trata-se de um material natural, abundante e de baixo custo, com propriedades fibrosas e porosas. Nestes poros, inserimos a neomicina, um fármaco que é liberado de forma lenta e controlada no local da ferida. Além da argila e do medicamento, há também um agente ligante e um biopolímero, que conferem maleabilidade e facilitam o uso”, descreve.

O objetivo é que a fita proporcione o tratamento da ferida, liberando o medicamento por um período prolongado, sem a necessidade de aplicações frequentes. Um efeito colateral positivo é que, dessa maneira, o material agride menos a pele, por exemplo, ao reduzir a necessidade de trocas recorrentes de curativos. A fita cerâmica com o antibiótico tende a absorver a umidade, sendo especialmente útil em feridas de difícil cicatrização, como as de pacientes diabéticos. Outro inventor envolvido, Wilson Acchar, salienta que a pesquisa envolveu o teste da tecnologia com o fármaco neomicina, mas ela pode ser aplicada a outros fármacos, o que demonstra a sua versatilidade.

“A tecnologia por trás da fabricação dessa invenção, desenvolvida durante o doutorado de Iane e Anna Karla, otimizou o processo para criar uma fita que pode ser cortada no tamanho desejado e aplicada em um esparadrapo, funcionando de maneira semelhante a um curativo comercial desses encontrados em farmácias. A espessura da fita pode variar dependendo da aplicação desejada, assim como a proporção dos ingredientes utilizados”, identifica o docente da UFRN.

Tecnicamente, o procedimento utilizado consiste na preparação do híbrido paligorskita-neomicina. Uma vez obtido este material, é possível iniciar a preparação da fita cerâmica via tape casting. A suspensão, para tanto, foi preparada através da mistura da paligorskita-neomicina, água destilada, dispersante e etanol, sendo esta colocada sob agitação em um moinho de bolas. Após, são incluídos o ligante, o plastificante, o etanol, o surfactante e o antiespumante. Em seguida, a suspensão é levada novamente para o moinho de bolas.

A colagem da fita é efetuada através do movimento da superfície coletora sob uma lâmina fixa, e a secagem é realizada em temperatura ambiente. Após a fita cerâmica ser produzida, ocorreu a fase de testes, a fim de verificar a capacidade de controle de liberação, o que comprovou que o nanocompósito LPM13 apresentou controle na liberação do fármaco neomicina, sendo de interesse para uso tópico, como curativos, com atividade antimicrobiana.

Entre o depósito e a concessão

“Apesar do tempo decorrido entre o depósito da patente e a expedição da carta patente, estamos trabalhando para dar continuidade ao projeto, visando sua implementação e disponibilização ao público. As desenvolvedoras chegaram a criar uma startup chamada TAPE Care que, embora não tenha avançado, demonstra o potencial do produto. A simplicidade da fita facilita a sua utilização, mas o desenvolvimento exigiu anos de pesquisa para definir a quantidade ideal de fármaco e a sua liberação prolongada”, narra Sibele. A pesquisadora acrescenta ainda a importância de parcerias e aproximações entre grupos de pesquisa, como ocorreu no caso, que juntou pesquisadores da engenharia de materiais e da química. Para Pergher, a interdisciplinaridade otimiza a pesquisa e acelera o desenvolvimento de novos produtos.

“Por exemplo, eu trabalho com a parte de materiais porosos, enquanto que o professor Wilson Acchar tem mais expertise na obtenção de fitas cerâmicas (com várias teses defendidas neste tema), e precisamos também de competências na parte de liberação de fármacos. A gente tem uma patente, com a participação do Artur de Santana Oliveira e Ana Clécia Santos de Alcântara, que é a liberação controlada da olanzapina, substância utilizada no tratamento da esquizofrenia”, pontua Pergher. Essa tecnologia foi também objeto de outra reportagem, cujo acesso pode ser feito clicando aqui.

Juntando as concessões de patente que ambos participaram, Sibele e Achar contam com doze cartas-patente, o que os coloca entre os principais patenteadores da UFRN. Essa é a 97ª concessão da UFRN, número que também a insere em um patamar de relevância regional, sendo a instituição de ensino com mais concessões entre as localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN/84 991936277

Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN


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