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domingo, 19 de outubro de 2025

O PROGRESSO ESTÁ MATANDO O AMOR?

 Por Fernando Luiz*

Gosto de assistir o Xeque-Mate da TV Universitária.  Apresentado ao vivo, o programa traz entrevistas interessantes sobre uma variada gama de assuntos, com entrevistados que tenham algum tipo de tipo de relevância na cena cultural potiguar. Uma das entrevistas mais recentes foi com Jomardo Jomas, produtor cultural, criador do MADA – Música Alimento da Alma, - um dos mais importantes festivais de música do Brasil, que nasceu aqui em Natal. O MADA 2025 começou na sexta-feira e terminou ontem na Arena das Dunas.

O Xeque-Mate é apresentado por Raniere Souza e conta com a participação de estudantes de Comunicação da UFRN.  Pelo Xeque Mate já passaram dezenas de artistas e produtores culturais. A lista é enorme, mas posso citar pelo menos três entrevistados em segmentos diferentes e em datas diferentes: Diana Fontes, coreógrafa e produtora cultural, Banda Grafith e Paulo Tito. 

Diana Fontes, professora de dança, atua como curadora em dança, (participou da décima primeira Mostra Brasileira de Dança, realizada em 2014); ela é a idealizadora do espetáculo Um Presente de Natal, que teve sua primeira edição em 1997 e é realizado anualmente na cidade durante o período natalino. Além disso, também foi vencedora do prêmio Brasil Musical, com o espetáculo Bye Bye, Natal em 2019.

A banda Grafith, conhecida do grande público, foi criada em 1988 pelos irmãos Júnior, Kaká, Joãozinho e Carlinhos. A banda começou se destacando pelos seus shows lotados em clubes da periferia de Natal e, gradativamente, vencendo preconceitos, pouco a pouco conquistou a simpatia das classes mais elitizadas sem perder a sua essência popular e sua identificação com as massas. 

Por sua incrível capacidade de transitar por todos os estilos musicais, a banda Grafith conquistou milhares de fãs e ganhou visibilidade participando de micaretas, festas juninas e carnavais. Em 2024 foi reconhecida como patrimônio cultural e imaterial do Rio Grande do Norte.

Paulo Tito nos deixou no dia 6 de setembro passado. Ele participou do Xeque Mate em 2009. Na época, assisti sua entrevista, uma verdadeira aula de conhecimento musical. 

Nascido nas Rocas, Paulo Tito era arranjador, cantor, compositor, produtor musical e exímio violonista. Durante a sua participação no programa, respondendo às perguntas dos estudantes de Comunicação com grande desenvoltura e de modo descontraído, contou sua trajetória para jovens universitários curiosos, dedilhando o seu violão sem fazer um único acorde natural. Quando perguntaram a ele sobre a falta de apoio ao artista local, ele afirmou que sempre contou com o apoio do poder público. Chegou mesmo a elogiar os governantes, o que não deixou de ser um ato de generosidade da sua parte. A entrevista de Paulo Tito foi um banho de informação, de sinceridade e de coragem. Falou do descaso da modernidade com relação às nossas tradições culturais e não hesitou em perguntar aos universitários os nomes dos compositores do Hino Nacional. Ninguém sabia.

Meu primeiro disco, um compacto simples gravado em 1975 pela gravadora Tapecar foi produzido por Paulo Tito, que também foi o arrenjador das duas músicas: Mística e Dias e Noites Desse Mundo.

Até hoje considero a entrevista de Paulo Tito como uma das melhores do Xeque-Mate. Além do banho de informação, Paulo ainda deu, sem querer, uma de filósofo, ao afirmar no final do programa: “O progresso está matando o amor”. 

Instagram: @fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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sábado, 18 de outubro de 2025

Sessenta quilos na roda bruta!

 Por João Bosco de Araújo*

Jornalista  boscoaraujo@assessorn.com

No parque de diversão, que era o Parque Lima e ficava armado sempre ao lado da Catedral todos os anos e por quase três décadas, as moças e rapazes explodiam de alegria. O sobe e desce na roda-gigante, as canoas, os aviões, o carrossel de cavalinhos, a paquera na praça do coreto – justamente a Praça da Liberdade. Das crianças aos adolescentes, ninguém ficava parado.

Naquela tarde de sábado, penúltimo dia de festa da padroeira Sant’Ana de Caicó, o rapaz do sítio havia arranjado uma namorada. No alto-falante tocava uma canção de Paulo Sérgio, onde o locutor com sua voz postada acabara de anunciar: “De um alguém para outro alguém, no País da Lua”. Os Beatles estavam em moda, mas suas canções não tocavam naquela difusora. Questão de costume!

O namorado, gentilmente, se oferece para dar um passeio na roda-gigante. A moça, com seu jeito tímido, balança a cabeça afirmando positivamente. O casal entra na fila e toma assento na cadeira giratória. Outros rapazes que residiam na cidade ficaram a observar, atentos, os dois sentados e felizes naquela poltrona de ferro a rodar e a balançar, suavemente. A mocinha vestia uma saia curta e justa. Foi quando, exatamente, no movimento da gigante roda e ao aproximar-se da turminha de amigos, todos leram, estupefatos, escrito em sua calcinha branca “60 Kg bruto”, estampado em letras garrafais, da maneira como estava tipografado na saca de açúcar do armazém de cereais.

A pobre moça – analfabeta – jamais imaginara que em suas vestes íntimas estivesse escrita uma mensagem tão explícita e versal como àquela, exposta ao público naquele momento de pura felicidade em sua vida, num dia de alegria, de prazer, de festa de rua. Tampouco os rapazes demonstraram o que acabavam de ver – ao menos enquanto viviam àquele flagrante sensual. Depois, ninguém jamais esqueceu dos “sessenta quílo bruto” da calcinha da roda gigante.  

Era comum, na época, as pessoas mais simples confeccionarem suas roupas com tecidos de sacos de açúcar ou de farinha, pois, geralmente, os homens faziam dessas vestimentas seu uniforme de trabalho na roça e as mulheres suas peças íntimas, como anáguas e calcinhas. Eram adquiridas em armazéns e feiras ou, muitas vezes, de graça na casa do patrão.

Quem também presenciou esse flagrante sensacional, embora não fosse do grupo de amigos da cidade, mas do casal de namorados, foi o rapaz Manoel Sirino, que era queijeiro no Umbuzeiro e que por sua vez narrou muitos outros causos por ele vividos e por outras pessoas do lugar. Ele sempre teve uma criatividade fora do comum e juntava tudo isso em sua memória e me contava todas as vezes que eu ia passar as férias escolares no sítio do meu pai Pedro Salviano de Araújo, em Caicó.        

*Texto originalmente publicado no jornal Tribuna do Norte, em julho de 2000, e no Diário de Natal/DN Seridó em 06 de setembro de 2008 e outros  jornais e postagens em assessorn.com 

                                                                                                              Imagem meramente ilustrativa/reproduzida da Internet

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Burburinho Festival de Artes chega à 9ª edição consolidado como um dos eventos culturais mais afetivos de Natal

 Criado em 2017 pela Pinote Produções, o festival celebra quase uma década promovendo arte, convivência e acesso gratuito à cultura potiguar

O Aeroclube de Natal volta a ser tomado por cores, sons e encontros no dia 1º de novembro, quando o Burburinho Festival de Artes realiza sua 9ª edição, reafirmando-se como um dos eventos culturais mais afetivos e simbólicos da cidade. Criado e produzido pela Pinote Produções, o festival segue reunindo múltiplas linguagens artísticas, públicos de todas as idades e um mesmo desejo: viver a arte de forma livre, comunitária e acessível.

Desde 2017, o Burburinho tem construído uma trajetória marcada pela coerência entre propósito e prática. A proposta de integrar diferentes expressões — música, teatro, dança, poesia, feira criativa e intervenções visuais — transformou o festival em um espaço de convivência estética e social, onde o lazer, a cultura e a beleza caminham juntos. A cada edição, o evento reafirma o compromisso com a democratização do acesso aos bens culturais e com o fortalecimento da cena artística potiguar.

“Este ano, o Burburinho acontece em um único dia. Tivemos uma redução nos recursos disponíveis, consequência da diminuição da renúncia fiscal efetivada no ano passado, o que impactou diretamente a execução do projeto. Optamos por ajustar o formato, mas sem abrir mão daquilo que é essencial pra gente: a qualidade da entrega, o ambiente bonito e bem preparado, a organização, a estrutura e, principalmente, a coerência com os valores que sempre guiaram o festival e a maneira como produzimos cultura em Natal. Será um dia de evento, mas um dia intenso, bonito e cheio de significado, com uma programação artística de qualidade e todos os princípios que fazem do Burburinho o que ele é. Contamos com a compreensão e, sobretudo, com a presença do público. É essa presença que fortalece o projeto e nos permite seguir crescendo. A nossa expectativa é que, na próxima edição, possamos retomar os dois dias de evento e ampliar ainda mais as nossas entregas”, afirma Nathalia Santana, idealizadora e diretora do festival.

Desde a primeira edição, a valorização da cena potiguar é um compromisso central. Toda a programação artística do festival é composta exclusivamente por artistas e grupos da cidade, fortalecendo o ecossistema criativo local e ampliando o alcance de seus trabalhos autorais. O Burburinho também atua como espaço de formação e ampliação de plateias, promovendo o encontro entre artistas e público de forma democrática, acessível e inspiradora.

Com uma proposta de acesso gratuito e classificação livre, o festival entende a cultura como direito, não privilégio. Além do impacto simbólico, o evento movimenta a economia criativa local, gerando trabalho e renda para uma ampla rede de profissionais — artistas, técnicos, produtores, comunicadores, fornecedores e empreendedores criativos —, além de oferecer um espaço para marcas e projetos locais se apresentarem ao público através da Feirinha Criativa e da Praça de Gostosuras, que reúne opções gastronômicas da cidade.

O Burburinho também se tornou referência por seu ambiente acolhedor e pela capacidade de propor experiências sensoriais e estéticas que unem lazer, arte e bem-estar. É um festival que celebra o simples: deitar na grama, assistir a um espetáculo, tomar um café, reencontrar amigos, ver as crianças brincando, sentir o pôr do sol e estar presente.

O projeto é realizado com o incentivo do Programa Djalma Maranhão, lei municipal de incentivo à cultura da Prefeitura do Natal, viabilizado através da renúncia fiscal, e conta com o patrocínio da Universidade Potiguar (UnP). Essa parceria possibilita a continuidade e o aprimoramento de uma proposta que se mantém firme há quase uma década, construída de forma sensível, sustentável e profundamente conectada ao território.

Nesta 9ª edição, o Burburinho celebra um ciclo simbólico de finalizações e recomeços. O número nove marca o encerramento de uma etapa e o anúncio de novas possibilidades. O festival segue crescendo de forma orgânica, sem perder a essência que o define: fazer arte com qualidade, consciência e sentido, colocando a cidade e as pessoas no centro da experiência.

A programação completa da edição 2025 será divulgada em breve, com espetáculos, oficinas, feirinha, recreação e shows que prometem um dia de beleza, convivência e arte ao ar livre.

SERVIÇO

Burburinho Festival de Artes – 9ª edição

Sábado, 01 de novembro · das 15h às 23h · Aeroclube de Natal (Tirol)

Gratuito · Classificação livre

Realização: Pinote Produções

Patrocínio: Prefeitura do Natal, Programa Djalma Maranhão e Universidade Potiguar (UnP)

Luciana Oliveira/Assessora de Imprensa

luciana@sollarcomunicacao.com.br

Imagem relacionada à divulgação/Brunno Martins


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Cheirando à flor de tangerina: Pesquisadores desenvolvem tecnologia produzida a partir da fruta cítrica

 O uso de biocombustíveis vem se tornando cada vez mais comum nas últimas décadas, como uma alternativa ecologicamente sustentável. Um desses caminhos é o combustível obtido a partir da biomassa, proveniente de óleos vegetais, gorduras animais e óleos residuais. Essa fonte de energia biodegradável é capaz de substituir o diesel fóssil em motores de combustão interna, contribuindo para o equilíbrio ecológico.

Pensando nessa perspectiva, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ), desenvolveram e patentearam um catalisador heterogêneo — substância que acelera uma reação química — produzido a partir da casca de tangerina. É ela mesma, a “mãe” da laranja, que carrega em si diversos “apelidos”: mexerica e mimosa, dentre eles. A tecnologia é uma alternativa sustentável, de baixo custo e alto rendimento para a produção de biodiesel.

A tecnologia foi objeto de um pedido de proteção intelectual em 2020 e teve sua concessão da carta-patente ocorrida na última terça-feira, 30. O grupo de pesquisadores, composto por Luciene da Silva Santos, José Alberto Batista da Silva, Keverson Gomes de Oliveira e Ramoni Renan Silva de Lima, nomeou a invenção como “Processo de Obtenção de Biodiesel Através do Uso de Catalisador Proveniente da Casca in Natura da Tangerina Ponkan (Citrus Reticulata Blanco)”. Depositada no ano de 2020, a patente foi concedida em 2025.

Na prática, o mecanismo utiliza a casca da tangerina carbonizada em temperaturas entre 500 °C e 1000 °C, e que, através de alguns processos químicos, transforma o resíduo em um catalisador eficiente para a produção de biodiesel a partir de óleo vegetal, principalmente o óleo de soja.

A criação se torna inovadora por reduzir custos na produção de biodiesel, usar resíduos agroindustriais, promover sustentabilidade e possibilitar o reaproveitamento do catalisador em diferentes ciclos de reação. “O processo é limpo, com menor geração comparada à de catalisadores tradicionais. Além disso, pode ser reutilizado em diferentes ciclos de reação, tornando o processo mais eficiente”, explica Luciene Santos, coordenadora do grupo.

Segundo a docente do Instituto de Química, a pesquisa está no estágio de investigação de melhorias, ampliando o estudo para diferentes tipos de óleo, buscando aperfeiçoar a eficiência e a aplicabilidade industrial do material patenteado. A cientista identifica que um dos objetivos também é ajudar a popularizar o uso de soluções verdes no setor energético, abrindo caminho para novos avanços na produção de biocombustíveis sustentáveis. “Com os protótipos em escala laboratorial, testados em reações de produção de biodiesel com alto rendimento, o desenvolvimento está na fase de validação experimental e testes de escalabilidade em nível piloto”, diz Luciene Santos.

A invenção é fruto da pesquisa dos inventores por alternativas sustentáveis e de uma otimização no processo de produção do biodiesel. Especificamente sobre a nova tecnologia, José Alberto Silva pontua que há diversos diferenciais neste novo produto. Por exemplo, a fonte precursora de baixo custo, por se tratar de resíduo vegetal — o que, por si só, confere ao produto características químicas específicas — e uma metodologia de simples aplicação. “Além disso, é preciso realçar o tempo de produção relativamente curto, quando comparado às metodologias inseridas em outras patentes, o fato de a etapa de formação do catalisador ser em processo único e o baixo consumo de energia, quando comparado a processos tradicionais de produção”, conforme Ramoni de Lima.

Segundo Keverson de Oliveira, os estudos indicaram que o catalisador apresenta bom rendimento na conversão do óleo vegetal em biodiesel e que ele também pode ser, em parte, reutilizado em novas reações. Não bastasse, a tecnologia pode ser utilizada em reações que envolvam diferentes matrizes oleaginosas, o que compreende castanhas como caju e Pará, nozes, amêndoas, avelãs, pistaches e amendoins, além de sementes como girassol e linhaça.

A concessão

A concessão de patente confere ao pesquisador o direito de exploração exclusiva de sua invenção por um período determinado. Esse direito de exclusividade é concedido pelo governo e protege a propriedade intelectual do pesquisador.

Entre os principais direitos e benefícios que a patente confere ao cientista está o monopólio comercial, já que o pesquisador passa a ter o direito exclusivo de produzir, usar, vender e importar seu produto ou processo patenteado. Essa situação impede que terceiros explorem a invenção sem a sua permissão.

O ato de patentear é também uma forma de proteger o investimento, bem como incentivar a inovação, haja vista que assegura a proteção do tempo e dos recursos aplicados na pesquisa e desenvolvimento da inovação. Afinal, sem a patente, a invenção ficaria exposta à cópia e exploração por terceiros, desestimulando a criação de novas tecnologias. Todo esse contexto se traduz também em vantagem competitiva, pois ter uma patente registrada garante uma posição significativa no mercado, aumentando a visibilidade e o valor da inovação.

O tempo de duração da patente varia. No Brasil, uma patente de invenção dura 20 anos, e uma de modelo de utilidade, 15 anos — ambos contados a partir da data do depósito do pedido.

Por Sophia Araújo e Wilson Galvão - Assessoria de Comunicação AGIR/UFRN

Foto: Cicero Oliveira


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Banco do Nordeste lança Edital de Ocupação Artística 2026 em Mossoró

 As inscrições para o processo seletivo começaram segunda-feira (13) e vão até 28 de novembro, contemplando projetos de música, artes cênicas, artes visuais e literatura

Natal (RN), 13 de outubro de 2025 – O Banco do Nordeste lançou na noite de sábado, o Edital de Ocupação Artística 2026, durante as comemorações de um ano do BNB Cultural Mossoró e dos 57 anos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). O evento foi realizado no Largo do Sebrae, no Corredor Cultural da Av. Rio Branco, com shows de Jongozu, Fortunato e os Jovens de Ontem, e o cantor e compositor paraibano Chico César. Mais de três mil pessoas participaram do momento cultural. 

O edital, cujas inscrições estarão abertas desta segunda-feira (13) até o dia 28 de novembro, convida artistas, grupos e produtores culturais a apresentarem propostas nas áreas de música, artes cênicas, artes visuais e literatura. Os projetos selecionados poderão circular pelos Centros Culturais do Banco do Nordeste e em cidades da área de atuação desses equipamentos no ano de 2026.

“Com esta iniciativa, o Banco do Nordeste reforça seu compromisso com o fortalecimento da identidade cultural nordestina, a geração de trabalho e renda para agentes culturais e a democratização do acesso à arte. Os selecionados vão compor 60% da programação dos nossos centros culturais e espaços parceiros. Serão investidos R$ 6,2 milhões para fortalecer a cultura regional e valorizar a diversidade artística do Nordeste”, pontuou o diretor de Planejamento da instituição de desenvolvimento regional, Aldemir Freire.

O momento institucional contou com a presença da governadora Fátima Bezerra, que definiu o equipamento cultural do BNB como uma conquista do estado e do povo potiguar. Já a reitora da Uern, Cicília Maia, ressaltou a parceria entre as duas instituições. Os shows de lançamento do Edital de Circulação integraram também o Festival UERN Cultura Viva.

A diretora de Administração do BNB, Ana Tereza Barbosa, anunciou finalização do processo de licitação para reforma e adequação do Teatro Lauro Monte Filho, que passará a sediar o Banco do Nordeste Cultural Mossoró. A ordem de serviço da obra deve ser assinada brevemente. A gestora estabeleceu o mês de maio do próximo ano como prazo para entrega do equipamento completamente repaginado.

Conhecida pelo pioneirismo, Mossoró foi a primeira a ter a marca Banco do Nordeste Cultural, que, a partir de agora, será utilizada nos Centros Culturais de Fortaleza, Cariri (Crato-CE) e Sousa (PB). “O posicionamento da marca estratégica Banco do Nordeste Cultural reforça a identidade do BNB como uma empresa que reconhece o papel fundamental da cultura. Está no seu DNA, como um pilar do desenvolvimento, o apoio à economia criativa, o apoio à cultura”, disse a superintendente de Marketing e Comunicação, Evineide Dias.

O superintendente da instituição no Rio Grande do Norte, Jeová Lins, ressaltou a importância do momento. “A ação cultural do Banco do Nordeste no evento se integra com a ação creditícia. Ao tempo que assistimos os shows, sentimos a presença das nossas microfinanças através do Crediamigo, financiando os microempreendedores que circularam no espaço do evento. O lançamento do Edital de Ocupação Artística reforça o protagonismo cultural do estado potiguar e a valorização dos nossos artistas. Vê-los ao lado de um nome consagrado, como Chico César, numa ação do BNB Cultural, é ver uma história de transformação.”

Sobre o Edital

O Edital de Ocupação Artística 2026 é voltado para quem vive da cultura, experimenta e inventa. Os projetos podem envolver apresentações, exposições, espetáculos, oficinas e outras ações culturais. O edital também contempla ações afirmativas, com vagas destinadas a pessoas com deficiência, pretas e pardas, indígenas e quilombolas.

O processo seletivo será realizado por meio de chamada pública. Os interessados deverão apresentar propostas detalhadas, que serão avaliadas conforme critérios como relevância artística, qualidade técnica e potencial de impacto cultural e econômico. Os projetos aprovados receberão apoio financeiro, com recursos próprios do Banco do Nordeste e de mecanismos de fomento como a Lei Rouanet.

Imprensa - Banco do Nordeste

(85) 3299-3149 / (85) 9 9965-0339

Imagens relacionadas à divulgação


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Dia D de multivacinação para crianças e adolescentes no RN neste sábado (18)

 A ação é voltada para crianças e adolescentes menores de 15 anos durante todo o dia e ao longo da campanha que vai até 31 de outubro; cerca de 320 mil doses foram distribuídas para o estado, a mobilização acontece de forma simultânea em todo o país para ampliar o acesso à vacinação.

O Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, realiza neste sábado (18) o Dia D nacional de multivacinação para atualizar a caderneta de crianças e adolescentes menores de 15 anos. A iniciativa integra a Campanha Nacional de Multivacinação, que segue até 31 de outubro, estrelada por Xuxa Meneghel e tem como lema: “Vacinar é cuidar de quem você ama — Vacinar é a nossa força”. Para reforçar a vacinação, o Rio Grande do Norte recebeu cerca de 320 mil doses de vacinas.  

No Dia D, mais de 30 mil salas de vacinação estarão abertas em todo o país para atender o público. Em Natal (RN), o superintendente do Ministério da Saúde no Rio Grande do Norte, Jalmir Simões da Costa, participa da abertura da mobilização, que ocorrerá na UBS Rosângela Lima. Outros representantes da pasta também participam, simultaneamente, em estados como Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal.  

Mais de 15 vacinas serão ofertadas gratuitamente, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Para atualizar a caderneta, basta que pais e responsáveis levem as crianças e adolescentes a uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Ao todo, 22 milhões de doses foram distribuídas para todo o país.  

Para facilitar o acesso à informação, pais e responsáveis podem acompanhar a situação vacinal das crianças e adolescentes pelo aplicativo Meu SUS Digital, que disponibiliza alertas sobre próximas doses, lembretes e atualizações em tempo real. O sistema também permite verificar quais vacinas já foram aplicadas e quais ainda estão pendentes. 

O Ministério da Saúde também está garantindo a imunização contra  sarampo e febre amarela para pessoas de até 59 anos. No caso da febre amarela, a vacinação será priorizada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. A campanha segue até 31 de outubro. 

Entre as principais estratégias estão o apoio técnico a estados e municípios, a manutenção do status de eliminação da poliomielite e do sarampo, o combate à hesitação vacinal e o reforço no monitoramento da segurança das vacinas. 

Onde ir para vacinar? 

No Dia D, mais de 30 mil salas de vacinação estarão abertas em todo o país. Para atualizar a caderneta, basta levar crianças e adolescentes à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima e conferir os pontos de vacinação disponíveis na sua cidade. 

Quais vacinas tomar? 

A ação é voltada para crianças e adolescentes menores de 15 anos. Durante o Dia D e ao longo da campanha, que vai até 31 de outubro, todas essas vacinas estarão disponíveis: 

Fonte: Ministério da Saúde

Filme da campanha com a apresentadora Xuxa Meneghel

Vídeo e foto relacionados à divulgação/

Foto:Julia Prado/MS

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domingo, 12 de outubro de 2025

“ASTROS” SEM LASTRO

 Por Fernando Luiz*

A cidade de Natal e o Rio Grande do Norte são ricos em talentos. Na música, por exemplo, temos inúmeros exemplos de artistas qualificados. Na minha opinião, em Natal falta apoio aos artistas das comunidades, principalmente as mais carentes, onde a diversidade de talentos é abundante, não só na música, como em outras áreas; muitas vezes, é nos bolsões de pobreza onde existe uma verdadeira gama de talentos ocultos. Projetos realizados pelo poder público precisam descentralizar a atividade cultural, permitindo o surgimento de novos nomes na cena cultural não só de Natal, como também do Interior.

Cada estado tem sua tradição cultural, geralmente proporcional ao tamanho do seu território, à sua população e até mesmo às suas potencialidades econômicas. Nos grandes centros como Rio e São Paulo projetam-se para o Brasil inteiro artistas, muitos deles oriundos de outros estados. No Nordeste, estamos cansados de saber que três estados se destacam no cenário cultural do Brasil:  Ceará, Bahia e Pernambuco. No Norte, o Pará vem conquistando a cada dia mais visibilidade em termos culturais, por conta da grande diversidade cultural da Amazônia e, agora, com a realização da COP 30 em Belém.

A meu ver, o nosso estado, que tem tudo para ocupar um espaço de maior relevância no cenário cultural do Brasil, sofre de um problema crônico, para mim inexplicável: por mais que nós tenhamos uma riqueza cultural imensa, estamos sempre à sombra dos outros estados nordestinos. Pessoalmente creio que a nossa posição desconfortável no “ranking” cultural nordestino é, até certo ponto – volto a repetir – decorrente da pouca atenção dada ao potencial artístico das nossas periferias. Enquanto em Fortaleza, Recife e Salvador os artistas geralmente percorrem um longo caminho se apresentando em clubes suburbanos, espaços alternativos e até barzinhos antes de ocupar espaços nobres, aqui – pelo menos na capital – um artista novato precisa apenas de amigos influentes e competência para usar bem as redes sociais (principalmente o Instagram) para conquistar prestígio e fama no mercado local.  Não raro, um artista, mesmo sem experiência e com pouca bagagem, estreia na vida artística com estrutura de “superstar local”: tem equipe de produção, empresário, fã clube (com direito a camiseta padronizada e tudo o mais), assessor de Imprensa e às vezes consegue fazer seu primeiro show num lugar “cult.” Se for competente pode até abrir o show de um artista de renome (ganhando pouco, ou quase nada, só em troca de visibilidade na mídia e nas redes sociais). 

Pronto, acabou de nascer em Natal mais um astro. Aliás, um astro sem lastro.

Instagram: @fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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sábado, 11 de outubro de 2025

Nossa televisão; da janela de um buraco trapalhão!

 Por João Bosco de Araújo*

Jornalista  boscoaraujo@assessorn.com  

Ver televisão no princípio dos anos setenta em uma cidade do interior ainda era um privilégio de poucos. Nem poderíamos imaginar a revolução que àquela pequena imagem já empregara uma década atrás, após outra de sua inauguração, em 1950.

A conquista brasileira do tricampeonato de futebol na Copa do Mundo de 1970, no México, por exemplo, transmitida em cores pela primeira vez aqui para o país, sequer poderíamos acompanhar em preto e branco. O televisor instalado na sede social da AABB, onde assistíamos com outras dezenas de pessoas, eu particularmente acompanhando minha irmã Salete com seu namorado bancário, era pura imagem de chuvisco, sem uma definição de cor, aliás, aquele aparelho era genuinamente P&B e minha ignorância estava explicita quanto à existência de transmissão colorida naquela ocasião. Oficialmente, no Brasil, a inauguração da tevê colorida só aconteceu dois anos depois.

Nesse período, as novelas da TV Tupi faziam o maior sucesso nas calçadas de Caicó, no sertão potiguar. As cenas inéditas de Mulheres de Areia, de Ivani Ribeiro, lotavam as janelas da casa de Dona Aninha de Eustáquio, na esquina das avenidas Rio Branco e Renato Dantas. Pouquíssimas eram as residências (contavam-se a dedo) que possuíam a exclusividade do precioso aparelho, por isso aqueles primeiros telespectadores se amontoavam do lado de fora das casas, acotovelando-se em busca de uma melhor posição para assistirem aos seus nem tão prediletos programas de tevê. 

Confesso não me tornar um noveleiro assíduo, preferia o humor de Didi e suas trapalhadas aos domingos e as coreografias das chacretes de todos os sábados na Buzina do Velho Guerreiro. E assistir aos programas ganhou, em particular para mim e meus irmãos, progresso considerável, através da televisão de meu padrinho de vela, José Leônidas da Silva, pois éramos convidados a entrar na sala da sua casa, na esquina da Rio Branco com Olegário Vale, cujo cinema São Francisco estava do outro lado da esquina. A coqueluche da vez era ver televisão.

Mas aconteceu o inesperado: Certa vez meu irmão Flávio, contagiado pelas brincadeiras e piadas dos Trapalhões, soltou uma gargalhada das mais estridentes, contrastando com o silencioso ambiente doméstico, contrariando, por sua vez, nossa irmã Salete, também presente à sessão de tevê, e amiga íntima das moças da casa. De imediato, ela reprovou o comportamento nada inglês do visitante, nos expulsando da sala.

E para não perdemos o programa, a solução foi procurarmos a janela, só que não contávamos de encontrá-la fechada. Não teve outra saída. Do lado de fora, combinamos cada um olhar pela fresta da madeira por alguns instantes, enquanto isso o outro ficava apenas a ouvir a narração de quem estivesse a olhar pelo buraco.

E assim podíamos rir sem a censura imposta. Cada quadro humorístico tinha uma visão retransmitida pelo olheiro para o ouvinte, revezando-se, simultaneamente, para o outro também ver, dando seqüência à cena, repetidamente com as gargalhadas. Livres, a alegria nos chegava pelo buraco, extensão da janela da televisão.

Na Copa do Mundo de 1974, já morando em São Paulo, recebi carta de casa contando a novidade da chegada de um televisor Colorado, sem ser colorido, reunindo todos na sala de visita, deixando de lado o velho rádio de mesa transistor de 4 faixas. Na capital paulista, a televisão ainda me surpreendia; além do colorido, a imagem de um galego lateral-esquerdo encantava com suas jogadas os campos de futebol de uma Alemanha dividida. Era o nosso Marinho Chagas, de todos os potiguares.

Fico a imaginar, quarenta anos depois a nova imagem da televisão digital em alta definição, já no ar ainda em poucas capitais do país, quem saiba em tempo de assistir à Copa de 2010 (África do Sul), mas com mais precisão, ai sim, para a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil, com a esperança de ser transmitida, também, da nossa capital norte-rio-grandense.

A verdade é que os lares brasileiros, ultimamente, ocupam mais aparelhos de tevê do que geladeiras, conforme dizem as pesquisas, se bem que naqueles anos geladeira no interior era uma peça de móvel como outra na sala de estar da casa, e tv uma imaginação que poderia ser vista até do buraco de uma janela. A janela que passou a ver o mundo na televisão de nossas casas, como antevia o mestre McLuhan em sua Aldeia Global.

*Texto publicado há 16 anos, em 2009, no dia 3 de março no Diário de Natal/DN Seridó, posteriormente em outros jornais e publicações em assessorn.com. 

E agora esta republicação é oportuna pelos 75 anos em setembro da inauguração do primeiro canal de televisão no Brasil, a TV Tupi, em São Paulo, pelas mãos do jornalista Assis Chateaubriand, na época dono dos Diários Associados

Leia AQUI da Série Sinforosa

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Últimos dias de inscrições para os Cursos Técnicos do Instituto Metrópole Digital

 Estão sendo ofertadas 720 vagas, distribuídas para Natal, Angicos, Caicó e Pau do Ferros e inscrições se encerram neste 14 de outubro, no site da Comperve

O prazo para inscrição nos Cursos Técnicos do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) está na reta final e segue aberto até a próxima terça-feira, 14 de outubro. Estão sendo ofertadas 720 vagas, distribuídas para Natal e outras três cidades polo: Angicos, Caicó e Pau dos Ferros.

As inscrições podem ser feitas através do site da Comperve, com taxa de R$ 30. O exame de seleção será aplicado no dia 2 de novembro.

Serão oferecidos os cursos de Informática para Internet (a distância), Programação de Jogos Digitais (a distância), Redes de Computadores (a distância) e Inteligência Artificial (presencial). Os três primeiros estarão disponíveis para os polos de Angicos, Caicó e Pau dos Ferros. Já Natal vai disponibilizar todos os cursos, inclusive o de Inteligência Artificial.

Podem concorrer no processo seletivo candidatos que já tenham concluído ou estejam matriculados no ensino médio, bem como aqueles que estejam em fase de conclusão do 9º ano do ensino fundamental.

Do total de vagas, 50% serão destinadas a estudantes de escolas públicas, candidatos que se enquadrem em cotas sociais e pessoas com deficiência. As demais serão reservadas para ampla concorrência. Já a divisão das vagas por polos, prevê 600 delas para Natal e 40 para cada um dos outros municípios.

Seleção

A prova do processo seletivo será realizada em todas as cidades polo, sendo composta de 40 questões de múltipla escolha, divididas em dois campos de competência e habilidade: “Pensamento crítico, computacional e resolução de problemas” e “Matemática Essencial”.

Os selecionados na primeira chamada da seleção terão de 8 a 10 dezembro de 2025 para enviar a documentação. A convocação da segunda chamada será divulgada até o dia 19 do mesmo mês.

Assessoria de Comunicação do Instituto Metrópole Digital/UFRN

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Dra. Walkyria Fernandes recebe a jornalista e escritora Izabella Camargo na estreia da terceira temporada do RCA Podcast

 A Dra. Walkyria estreou nesta sexta (09/10), às 20h, no Youtube, a 3ª temporada do RCA Podcast.

A Dra. Walkyria Fernandes deu início a 3ª temporada do RCA Podcast, nesta semana, no canal RCA podcast, no Youtube. No primeiro episódio da nova temporada, Walkyria recebeu Izabella Camargo, jornalista, escritora e pesquisadora , que transformou o Burnout em missão de vida. Ela viveu o colapso, enfrentou o silêncio e hoje fala sobre saúde, bem-estar e longevidade com a autoridade de quem passou por tudo e voltou mais forte.

O episódio não é só uma entrevista. É um convite pra desacelerar, repensar e se reconectar com o que realmente importa. Porque crescer é importante, mas crescer sem se perder, é sabedoria. Tem conversa que distrai, tem conversa que ensina e tem conversa que muda o jeito que você trabalha, sente e vive.

Siga: @rca_podcast

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Confira o RCA Podcast da Dra. Walkyrya

Luciana Oliveira/Assessora de Imprensa

luciana@sollarcomunicacao.com.br

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Cientistas criam equipamento para ser usado como terapia complementar em casos de enxaquecas e zumbidos no ouvido

 Um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Santos Dumont (ISD) desenvolveu um novo equipamento que promete resultados como terapia complementar e não medicamentosa no tratamento de enxaquecas, zumbidos no ouvido, disfunção autonômica cardíaca, epilepsia resistente a medicamentos e diabetes. A invenção recebeu o nome de “Eletroestimulador Auricular do Nervo Vago com Sensor de Frequência Cardíaca Incorporado” e funciona acoplado ao ouvido, como se fosse um aparelho auditivo. Contudo, ao invés de um amplificador que aumenta a intensidade do som, o dispositivo criado atua por um sistema de estimulação elétrica não invasiva do nervo vago, associado a um sensor de batimentos cardíacos como mecanismo de segurança.

O nervo vago é também chamado de décimo par de nervos cranianos e desempenha um papel crucial no sistema nervoso autônomo, sobretudo nas funções parassimpáticas, atuando principalmente na recuperação da frequência cardíaca após esforço físico e durante o estado de repouso. O nervo vago também é responsável pelo reflexo anti-inflamatório; assim, o dispositivo pode ser utilizado no tratamento de doenças que provocam imunossupressão e inflamação.

“O sistema funciona de maneira semelhante a um disjuntor, protegendo o sistema contra variações extremas. O tipo de estímulo gerado é pensado para ser um tratamento complementar, pois, aplicado isoladamente, não produz o efeito desejado. O equipamento é sempre utilizado em associação. Primeiro, a medicação; depois, o equipamento entra como um tratamento secundário”, explica Jason Azevedo de Medeiros, idealizador da proposta e responsável por “trazer” o embasamento científico e fisiológico que deu origem à invenção.

Em vídeo, Jason Medeiros explica aspectos adicionais da descoberta científica.

O inventor salienta que, diferentemente dos dispositivos convencionais de eletroestimulação, que operam de maneira isolada e sem ajustes automáticos baseados na resposta fisiológica, esta invenção integra um sensor de eletrocardiograma diretamente ao sistema de estimulação, permitindo uma abordagem personalizada e mais eficiente no controle autonômico cardíaco. “O diferencial da tecnologia proposta está na adaptação inteligente dos estímulos elétricos, viabilizada pelo monitoramento contínuo da frequência cardíaca”, realça Jason de Medeiros.

Ele identifica que essa funcionalidade é que possibilita a otimização do efeito terapêutico, ajustando automaticamente a intensidade da estimulação conforme a necessidade do usuário. Além disso, o design do produto é ergonômico e ajustável, o que garante conforto, estabilidade e fácil adaptação a diferentes morfologias auriculares. “Outro avanço significativo é a portabilidade aprimorada, com uma estrutura dobrável que facilita o transporte sem comprometer a durabilidade do equipamento”, descreve. Em relação ao dispositivo associado ao eletroestimulador, ele é posicionado próximo ao coração para monitorar seus batimentos. Este dispositivo estabelece uma linha de base ou referência para a frequência cardíaca. Em geral, a frequência cardíaca em repouso de uma pessoa normal varia em torno de 60 batimentos por minuto, enquanto atletas podem apresentar valores inferiores a 50 batimentos por minuto.

“Ao estimular o nervo vago, a intensidade e o tipo de corrente, se contínua ou alternada, afetam a resposta. O sistema integrado ao dispositivo monitora a frequência cardíaca e, se esta exceder o valor estabelecido na linha de base, a estimulação é interrompida. Da mesma forma, se a frequência cardíaca diminuir abaixo de um determinado limiar, por exemplo, de 50 batimentos por minuto, a estimulação também é desativada e retomada quando a frequência cardíaca retorna ao intervalo definido”, frisa José Carlos Gomes da Silva.

Ele acrescenta que os estimuladores encontrados no mercado apenas realizam o estímulo sem nenhum parâmetro de segurança para o paciente, dando-lhe acesso direto ao estimulador. Esse aspecto é relevante, pois o nervo vago ‘influencia’ órgãos importantes, como coração, pulmão, baço e o trato digestório. Em virtude disso, alguns cuidados precisam ser tomados, pois é comum, por exemplo, que a estimulação possa gerar bradicardia, uma queda nos batimentos cardíacos. Desta forma, é recomendado que os pacientes submetidos a este tipo de intervenção sejam monitorados e, caso uma queda total de 35 batimentos por minuto ocorra, a intervenção seja imediatamente finalizada. Por este motivo, o dispositivo criado tem acoplado um sistema de segurança baseado em um marcador biológico.

Aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da UFRN, ele circunstancia que o grupo desenvolveu um protótipo inicial, especialmente da parte do fone. Esse foi impresso em 3D para avaliação sobre o melhor encaixe anatômico na região do ouvido. O processo passou por diversas tentativas até os pesquisadores alcançarem um formato considerado funcional e mais adequado. Desta maneira, chegaram à confecção de dispositivo auricular feito em material leve, com formato anatômico adequado para encaixe e posicionamento para diferentes partes do ouvido, bem como pensado para diferentes tamanhos de ouvidos, o que atende ao formato anatômico de boa parte da população. Embora estes aspectos, os cientistas envolvidos indicam que o material requer baixa manutenção e apresenta baixo custo, sendo assim, com uma aplicabilidade possível a qualquer área clínica, em um tratamento possível de ser feito na própria residência do paciente.

“Conseguimos alcançar uma solução confortável, com um sistema de fixação seguro que permite o uso prolongado, sem desconforto ou deslocamento dos eletrodos”, lista Amon Gonçalves de Melo Neto, inventor que contribuiu no design gráfico e de software. Além dos três, são autores do pedido de patente depositado em julho, para proteger a invenção, Rafaela Catherine da Silva Cunha de Medeiros, Paulo Moreira Silva Dantas, Jamilson de Medeiros Pereira Junior, Luiz Guilherme Oliveira Araújo, Leonardo Dantas Rebouças da Silva, Elcio Leão Martins, André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas e Edgard Morya.

Eles caracterizam que o dispositivo combina um sistema ajustável de fixação, eletrodos condutores, um módulo eletrônico de estimulação e um sensor de eletrocardiograma (ECG), combinação que permite a aplicação precisa da estimulação e o monitoramento em tempo real da resposta fisiológica do usuário. Os mecanismos responsáveis pela estimulação são posicionados estrategicamente para fazer contato com áreas específicas da orelha associadas à inervação do nervo vago. Estes eletrodos são conectados ao sistema por meio de fios condutores, garantindo a transmissão eficiente dos pulsos elétricos gerados pelo eletroestimulador.

O posicionamento dos eletrodos pode ser ajustado pelo paciente por meio de um parafuso de ajuste, que é capaz de mudar a inclinação e a pressão sobre a pele do equipamento, assegurando contato ideal e minimizando desconforto. O dispositivo pode ser utilizado em sessões programadas, com duração e intensidade ajustáveis, e pode ser facilmente transportado graças à sua estrutura dobrável e leve.

Tratamento de pessoas com HIV

O pedido de patente é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFRN e surgiu a partir das pesquisas realizadas por Jason Medeiros durante o doutorado. Ele relata que o estudo envolveu a estimulação auricular do nervo vago em pessoas vivendo com HIV e que, ao longo do processo, diversos desafios surgiram. “Um dos principais foi a dificuldade de acesso a dispositivos acessíveis e seguros, com controle adequado dos parâmetros de estimulação. A partir dessa necessidade, surgiu a motivação para desenvolver um dispositivo de baixo custo, com funcionalidades específicas voltadas à pesquisa e à aplicação clínica”, coloca o doutorando.

A ‘gestação’ da invenção ocorreu no âmbito do grupo de pesquisa Atividade Física e Saúde (Afisa), formado pela aliança entre graduandos em Educação Física, Fisioterapia e Nutrição, além de mestres e doutores em Educação Física e em Ciências da Saúde, com a coordenação do professor Paulo Dantas. Docente do Departamento de Educação Física, ele salienta que o grupo tem trabalhado no desenvolvimento de outras invenções em áreas diversas, o que demonstra a nossa vocação para a inovação, apesar dessas invenções não estarem diretamente relacionadas a esta patente específica. Ainda assim, o pesquisador acentua que a experiência adquirida no desenvolvimento desta invenção contribui para a maturidade e a capacidade técnica do grupo em novos projetos.

“O processo de patenteamento tem uma relevância acadêmica significativa, pois representa a transformação do conhecimento científico em inovação concreta, com potencial de impacto direto na sociedade. Ele evidencia que a pesquisa desenvolvida dentro da universidade não está restrita ao meio acadêmico, mas também pode gerar soluções práticas, tecnológicas e economicamente viáveis. Além disso, o patenteamento valoriza a produção intelectual dos pesquisadores, fortalece os indicadores de inovação da instituição e estimula a cultura do empreendedorismo acadêmico. No nosso caso específico, o pedido de patente reforça o compromisso da UFRN com a pesquisa aplicada e com a transferência de tecnologia para além dos muros da universidade”, defende Paulo Dantas.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/Assessor de Comunicação AGIR/UFRN

Foto: Cícero Oliveira/UFRN


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