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domingo, 7 de setembro de 2025

A NOVA PÉROLA DA MÚSICA POTIGUAR

  Por Fernando Luiz*

Rejane Medeiros nasceu em Acari. Aos 18 anos foi pro Rio de Janeiro tentar a vida artística. Na “Cidade Maravilhosa” foi descoberta pelo cineasta Roberto Farias e depois tronou-se uma das atrizes mais famosas do Brasil, conhecida internacionalmente. Terezinha de Meneses Cruz nasceu em Florânia e nos anos oitenta tornou-se uma das cantoras mais conhecidas do nosso país, com o pseudônimo Terezinha de Jesus; como contratada da gravadora CBS, gravou cinco LP’s.

Izabel Cristina de Medeiros nasceu em Currais Novos, mas mudou-se cedo para Acari. Quando tinha 19 anos estreou no Teatro, na peça A Bela Adormecida, sob a direção de Jesiel Figueiredo. Posteriormente fez parte da companhia Clowns de Shakespeare e em 2012 conquistou notoriedade nacional, quando participou da novela  Cheias de Charme da TV Globo. 

 Rejane Medeiros, Terezinha de Jesus e Titina Medeiros: três joias que o Seridó deu ao Brasil e contribuíram para colocar o nome do Rio Grande do Norte no cenário artístico nacional. Já escrevi aqui sobre elas, mas agora vou falar de uma jovem que tem tudo para ser mais uma joia artística que nosso estado pode dar ao Brasil. 

No programa Talento Potiguar de ontem, recebi uma jovem que, a meu ver tem tudo para se tornar uma joia musical – repito - que o nosso estado pode dar ao Brasil:  Bia Gurgel. Simpática, talentosa, carismática, Bia, que no Mossoró Cidade Junina cantou ao lado de João Gomes, mostrou que tem tudo para ser uma grande estrela da música nordestina; além de cantora ela também é compositora. Ao se apresentar no projeto Seis e Meia na quarta-feira passada, mostrou todo o seu potencial em um show que arrancou aplausos da plateia presente ao teatro Riachuelo, ao abrir o show da cantora Ana Cañas. 

Bia Gurgel é bisneta de Glorinha Oliveira por parte de mãe e, como se isso fosse pouco, também é bisneta de Deífilo Gurgel, por parte de pai.

Guardem o nome dessa garota, pois todos nós ainda vamos ouvir falar muito dela; pessoalmente, não tenho dúvidas que Bia Gurgel é a mais nova pérola da música potiguar. E um dia será sucesso nacional.

@fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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sábado, 6 de setembro de 2025

Série Sinforosa 1: A camioneta do fazendeiro e o homem da bicicleta

 Por João Bosco de Araújo*

Jornalista  boscoaraujo@assessorn.com  

À primeira vista, o leitor estará a pensar que se trata de uma disputa entre dois veículos. Mas o inusitado é que  realmente o fato aconteceu e seria cómico se não fosse trágico, nem poético! Foi em uma estrada de barro, nos idos dos anos sessenta e o automóvel era uma camioneta Chevrolet, modelo e ano 1951. O veículo estava sendo dirigido por seu proprietário, Pedro Salviano de Araújo, figura muito conhecida na região, dos mais autênticos tipos sertanejos. Embora nunca houvesse passado por um banco escolar, ele sabia, como poucos, as lições da vida e como enveredá-las. No entanto, essa da bicicleta e do automóvel não foi fácil para um velho marinheiro de primeira viagem, digamos assim.

A camioneta ainda estava muito nova, apesar dos seus mais de dez anos de estrada. Se bem que carro naquela época durava uma vida inteira, como diziam, por se tratar de fabricação estrangeira. O veículo ele adquiriu depois de muitas economias e foi buscá-lo na Paraíba, negócio empreendido por um vizinho seu, o fazendeiro Luiz Gonzaga da  Nóbrega, que por sua vez articulou a negociação junto ao primo deste e dono da 51, o Juiz de Direito, Dr. João Medeiros da Nóbrega, da Comarca de Campina Grande. Quem a trouxe foi Manoel Avelino, mais conhecido como “Manoel Boquinha”, que foi motorista de Dinarte Mariz. As primeiras lições de como guiar um automóvel foram dadas pelo veterano Poti, de uma família de mecânicos e motoristas da cidade, que também trabalhou com os americanos em Natal, no período da Guerra.

E lá vai Pedro Salviano a dirigir sua camioneta pelas estradas da vida. Não demorou muito e foi convidado à transportar uma dupla de cavalos de raça para uma festa de boi, na fazenda de seu amigo José Uchoa, em Belém de Brejo do Cruz, na vizinha Paraíba. Como não quis ficar na vaquejada, de volta a Caicó encheu a camioneta com madeira de lenha até o “gigante” e despediu-se dos amigos.

Na viagem, aconteceu o que o mecânico e motorista ‘Chico Mundiça’ gostava de comentar entre amigos e companheiros de oficina. Segundo contava, Seu Pedro dirigia tranqüilamente sua camioneta quando, de repente, viu passar pelo lado esquerdo um homem pedalando uma bicicleta. Qual não foi sua surpresa, em fração de segundos aquele homem montado naquele veículo de apenas duas rodas ultrapassava seu carro e desaparecia na estrada sem deixar rastro, só poeira.

“Que sujeitinho mais atrevido, teria reclamado Seu Pedro, aumentado a velocidade do carro e gesticulando esbravejava: Eu não posso dar cabimento a um pestinha desses, ao mesmo tempo em que mudava de marcha e empurrava o pé no acelerador, narrava ‘Mundiça’.  

Foi como um furacão. A camioneta desceu o aterro da rodovia, indo esbarrar lá embaixo, num barranco, depois de capotar por várias vezes e ficar de pneus para cima. Baixada a poeira, e o susto, Seu Pedro teria indagado: “Cadê o home e a tal da bicicleta? Vige Maria!”, concluía assustado, segundo dizia ‘Chico Mundiça’. 

Foi tudo muito rápido. Como num truque de mágica, aquele homem sumia com a sua bicicleta na velocidade de uma bala e Pedro Salviano nunca mais o vira. Tampouco, jamais perdoara uma pessoa pedalando uma bicicleta, atravessando o seu caminho, enquanto ele dirigia seu automóvel. Nem ‘Chico Mundiça’ jamais esqueceu de contar a história da camioneta do fazendeiro e o homem da bicicleta.

Esse fato realmente aconteceu, embora de circunstâncias diferentes, porque o próprio protagonista afirmava que o homem da bicicleta passara por ele em sentido contrário, ou seja, vindo ao encontro dele em ziguezague, cuja confusão resultou no acidente, e não como ‘Chico Mundiça’ gostava de comentar, evidentemente por causa de sua verve humorística, que por sinal sempre foi muito aguçada. Quem o conheceu sabe muito bem disso.

Os dois são duas figuras de saudosas memórias. Chico recebeu esse apelido ainda jovem, quando foi motorista do fazendeiro Zé Antônio, do Umbuzeiro, e Pedro Salviano foi o meu pai, que tudo isso guardo com muita alegria.

Foto de arquivo (há mais de 50 anos): meu pai Pedro Salviano, minha mãe Alzira
 e meus irmãos Flávio e Sueli que deu nome à camioneta de Sinforosa

*Inicio esta Série Sinforosa para retratar a história da camioneta de meu pai Pedro Salviano que vivenciei com ele, em Caicó/RN, na localidade rural de Umbuzeiro e esse texto foi publicado originalmente no ano 2000 no jornal Tribuna do Norte e posteriormente reeditado para o Diário de Natal/DN Seridó em 27/09/2008 e outras postagens em Assessorn.com

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Samba de Arruar na Cidade Alta: Sábado especial de música, encontro e celebração cultural

 Neste sábado, 06 de setembro, a partir das 14h, o Largo Ruy Pereira, na Cidade Alta, recebe a terceira edição da temporada 2025 do Samba de Arruar. O projeto retorna ao centro histórico com sua roda de samba ao ar livre, reunindo artistas, público e tradição em uma tarde dedicada à música e à valorização da cultura popular.

Idealizado e conduzido pela cantora e compositora Valéria Oliveira, o projeto reafirma seu compromisso com o fortalecimento da cena artística local, a ocupação sensível dos espaços públicos e a celebração de quem produz e consome arte em Natal.

Igualdade na roda, diversidade no ritmo

Com uma formação equilibrada - quatro mulheres e quatro homens -, a roda desta edição representa a diversidade do samba e valoriza a participação de mulheres instrumentistas, ainda pouco visíveis nesse segmento. Estão na formação: Valéria Oliveira (voz e cavaco), Kelliney Silva (voz e percussão), Jubileu Filho (violão 7 cordas), César Sampaio (banjo e cavaco), Mirelly Angélica, Deny Nascimento, Ninho Brasil e Cecília Hermínio (percussão).

Três vozes femininas que ecoam no samba potiguar

Esta edição conta com participações especiais de três artistas que contribuem com sua trajetória e identidade para o fortalecimento da cena:

Heli Medeiros, cantora e atriz com sólida presença nos palcos e interpretação marcante;

Luanda Damasceno, da nova geração, com destaque em rodas de samba e pagode pela cidade;

Nega Buluka, símbolo de força e autenticidade, com seu canto vibrante e engajado em causas culturais e sociais.

Valéria, Kelliney e as convidadas conduzem um repertório que homenageia grandes nomes do samba - compositoras e compositores - em interpretações cheias de expressividade. Como de costume, a roda é aberta a participações espontâneas, fortalecendo o espírito coletivo que define o projeto.

Mais que um show: uma experiência cultural viva

O público está convidado a viver uma tarde de samba no Largo Ruy Pereira - reencontrando amigos, conhecendo artistas, cantando junto e celebrando o samba como forma de convivência e identidade. O evento conta com os serviços do Bar do Zé Reeira, parceiro do projeto, além de outros fornecedores da área. Também estará presente a lojinha do Kombi Nação, que conecta cultura e economia criativa em um espaço de trocas afetivas e simbólicas.

Sobre o projeto

Criado em 2024, o Samba de Arruar é uma realização de Valéria Oliveira Produções, com produção de Mônica Mac Dowell. O projeto percorre espaços públicos de Natal promovendo a música potiguar, a representatividade feminina no samba e a ocupação cultural de ruas, praças e centros históricos.

A temporada 2025 conta com patrocínio da Prefeitura do Natal, Fundação Capitania das Artes e do Professor Robério Paulino. Esta edição conta ainda com o apoio do Bar do Zé Reeira, Hélio Lima Cabelo e Arte e HC Cardio.

SERVIÇO

Samba de Arruar - Roda de Samba na Cidade Alta

Dia 06 de setembro de 2025, sábado, a partir das 14h, no Largo Ruy Pereira – Cidade Alta

Atrações: Valéria Oliveira, Kelliney Silva, Heli Medeiros, Luanda Damasceno e Nega Buluka

Entrada gratuita

Siga e acompanhe: @sambadearruar

Por assessoria de imprensa/Imagem relacionada à divulgação

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Programa de Incubação do Metrópole Parque abre inscrições para startups

 Edital oferece oito vagas na modalidade remota. Inscrições encerram em dezembro

O Parque Tecnológico Metrópole Digital (Metrópole Parque) abriu hoje, 1º de setembro, um novo ciclo de inscrições para seu programa de incubação e pré-incubação de empresas. O processo segue com formação de ciclos de avaliação até 28 de dezembro e oferece oito vagas, todas na modalidade remota (não residente).

A seleção segue as diretrizes do Edital Nº 01/2025 e as inscrições podem ser realizadas mediante formulário on-line disponível no site do Metrópole Parque. Após o preenchimento, será gerada uma Guia de Recolhimento da União (GRU) com taxa de R$ 100.

Para a etapa de pré-incubação, podem se inscrever empreendedores que ainda não possuam empresas formalizadas e que tenham um protótipo funcional com potencial de se tornar um negócio de tecnologia de informação.

Já na etapa de incubação, podem se inscrever empresas formalizadas que possuam produto ou serviço em fase de comercialização no mercado. As startups também devem apresentar produtos ou serviços inovadores na área de TI, comprovando faturamento.

Uma vez selecionados, os empreendedores passam a integrar o programa de incubação do Metrópole Parque. A associação não residente garante o acesso, de maneira remota, aos benefícios da incubadora – como consultorias, assessorias e suporte técnico – não abrangendo a instalação física da empresa na sede do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN).

Seleção

O processo é organizado em ciclos de avaliação: após a confirmação do pagamento da primeira inscrição, será iniciado um prazo de 15 dias corridos para que novos projetos submetidos sejam avaliados em conjunto no respectivo ciclo de avaliação, respeitando o limite de vagas de cada etapa do programa.

As propostas inscritas passarão por duas etapas: análise documental e avaliação da proposta. Na primeira, será verificado se os candidatos atendem aos requisitos do edital. Já na segunda, uma comissão de especialistas analisará a formação e a disponibilidade dos empreendedores, além do potencial de mercado da solução ou negócio apresentado.

Para mais informações, acesse o edital completo no site do Metrópole Parque.

Assessoria de Comunicação do Metrópole Parque (IMD/UFRN)

Imagem relacionada à divulgação

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Tecnologia promove independência funcional em atividades simples

 Tecnologia da UFRN promove independência funcional em atividades simples

Passar slides em uma apresentação qualquer é uma atividade relativamente simplista, bem como manusear o controle remoto de uma televisão. Mas e para quem tem dificuldades na chamada “motricidade fina” dos dedos? Pensando na dificuldade enfrentada por pessoas com paralisia de membros superiores, paralisia cerebral, acidente vascular ou até com lesão medular, um grupo de cinco pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Santos Dumont (ISD) desenvolveu um equipamento denominado “Passador de slides para pessoas com deficiências motoras”, que auxilia pessoas com dificuldades de realizar movimentos precisos e delicados utilizando os músculos menores do corpo, como os das mãos e dedos.

Nele, com o auxílio de dois botões conectados sem fio ao computador, pessoas com deficiência podem utilizar qualquer parte do corpo para controlar a apresentação de slides durante uma palestra ou aula. Assim, o dispositivo pode ser posicionado ou colocado sobre uma mesa, cadeira ou mesmo no piso. Dessa maneira, a pressão nos botões pode ser feita com qualquer parte do corpo, como mãos, cotos em amputados e pés. “Os controles comerciais de passar slides são inviáveis para quem não consegue controlar movimentos finos dos dedos, segurar um controle ou mesmo que não tenha partes do membro superior”, descreve José Carlos Gomes da Silva, um dos inventores envolvidos.

Ele destaca que o material do suporte dos botões do passador pode ser confeccionado em diferentes tipos, para permitir flexibilidade e ser acomodado em superfícies côncavas ou convexas, ou mesmo em material rígido para superfícies planas. Inclusive, os botões arredondados podem ter diferentes alturas para se adequar à necessidade da pessoa com deficiência. Esse aspecto é uma das singularidades da invenção. “A faz diferir dos dispositivos de apresentação disponíveis no mercado, pelo fato de realizar o passar dos slides com botões grandes e separados, mesmo para quem não possui controle motor fino, enquanto os apresentadores sem fio similares exigem controle motor manual fino. Assim, permite que pessoas com deficiência possam fazer palestras ou aulas sem depender de outra pessoa para controlar os slides, e o dispositivo também pode controlar outros equipamentos eletrônicos, como uma smart TV”, pontua José Carlos.

Professor da UFRN, Paulo Moreira Silva Dantas salienta que não há no mercado, nem em pesquisas científicas, um passador de slides que seja adaptado para pessoas sem coordenação motora fina. Ele retrata que o dispositivo criado é composto por um suporte confeccionado em material rígido ou flexível para se adaptar à superfície de apoio do usuário, dois botões com tamanhos e resistências variadas, para facilitar o pressionar do usuário de acordo com a deficiência motora; e o microcontrolador sem fio que transmite os comandos para controlar a apresentação dos slides. Paula Dantas destaca que, com essa concepção, o dispositivo pode ser customizado para atender diversas necessidades.

Ele cita que atualmente existem teclados de computador adaptados para pessoas com deficiências, mas não existe um passador de slides para pessoas com deficiência utilizarem durante apresentações com slides em salas de aula e auditórios. Os teclados adaptados exigem coordenação motora fina e limitam o uso de slides durante a apresentação da pessoa com deficiência.

Além de Paulo Dantas e José Carlos, participaram do desenvolvimento da invenção Cícera Bruna Silva de Sousa, Edgard Morya e Luiz Henrique Bertucci Borges, cientistas também vinculados ao Programa de Neuroengenharia do ISD. O pedido para proteção intelectual do equipamento foi feito no mês de julho, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão nacional responsável pela análise e concessão de patentes, bem como pela emissão de registros de computador.

O grupo de pesquisadores identifica que o dispositivo surgiu da necessidade de uma pesquisadora em tecnologia assistiva que é palestrante – inclusive, o protótipo foi testado e está em funcionamento. Segundo eles, o próximo passo é fazer equipamentos com mais opções de controle, para aumentar as funcionalidades de acordo com a deficiência. Edgard Morya, gerente do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), instituição à qual o ISD é vinculado, realça que os inventores do Instituto e da UFRN compartilham o desenvolvimento em tecnologias assistivas, desde a parte científica até a necessidade de resolver problemas reais de quem está precisando de soluções.

É um contexto que abarca também a quantidade de pessoas, número de ações e de patentes de um grupo de pesquisa: o de Atividade Física e Saúde (Afisa). Formado pela aliança entre graduandos em Educação Física, Fisioterapia e Nutrição, além de mestres e doutores em Educação Física e em Ciências da Saúde, a Afisa tem como base de sustentação seis linhas de pesquisa: saúde e indicadores biofísicos e culturais na motricidade humana; atividade física e qualidade de vida em portadores de necessidades especiais; atividade física, qualidade de vida e estilo de vida; descoberta de talentos esportivos; herdabilidade e aptidão física; e bioquímica da nutrição no contexto do exercício.

A junção de teoria e prática, ensino, extensão e pesquisa, casada com a inclinação de enxergar a inovação como aspecto de crescimento da importância científica da instituição, contribuiu para a existência de um rol de novas tecnologias que se alargou a ponto de despertar o interesse de grupos europeus pelas pesquisas desenvolvidas. “A gente não foca apenas em um equipamento, a gente foca em soluções, tendo em vista que o nosso grupo é um grupo de estudos e pesquisas em tecnologias de saúde. Então estamos também com outras demandas, de outros problemas, que a gente está desenvolvendo outras soluções”, descreve Paulo Moreira Silva Dantas.

Como exemplos da produtiva parceria científica existente, a UFRN e o ISD são cotitulares de quase uma dezena de pedidos de patenteamento de descobertas científicas. Uma delas busca patentear um invento que promete facilitar a identificação precoce da Esclerose Lateral Amiotrófica. Outra trata-se de um aparelho que possibilita maior independência a pessoas que têm alguma patologia ou que sofreram algum acidente que as impossibilite de realizar certos movimentos por falta de força muscular nas pernas. Outro pedido realizado é de um jogo virtual que treina pessoas com lesão medular para o uso de cadeiras de rodas motorizadas. “Parcerias institucionais como esta com a UFRN reforçam o compromisso do ISD em desenvolver soluções inovadoras e de baixo custo, capazes de ampliar o acesso a novas tecnologias com potencial para gerar impacto social para a população”, contextualiza Edgard Morya.

A tecnologia passa a compor a Vitrine Tecnológica da UFRN, grupo de tecnologias protegidas formado por Programas de Computador e Patentes, totalizando atualmente mais de 800 ativos. Essas invenções podem ser acessadas pelo site da Agência de Inovação (Agir) da UFRN: www.agir.ufrn.br. A Agência é responsável pela gestão da propriedade intelectual dessas inovações, bem como pelo apoio aos ambientes promotores de inovação, como incubadoras, parques e polos tecnológicos. O objetivo desse entrelaçamento funcional é ampliar a capacidade inovadora e empreendedora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, permitindo que projetos com potencial comercial sejam transformados em benefício para a sociedade, por meio de empresas, novos produtos ou patentes.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessoria de Comunicação AGIR/UFRN/

Foto: Cícero Oliveira


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Forró potiguar ganha palco na França em busca de reconhecimento mundial



 Festival Internacional de Forró de Raiz acontece entre 11 e 14 de setembro em Lille (França); Artistas do RN compõem delegação, que  irá formalizar candidatura do Forró como Patrimônio da Humanidade

O Rio Grande do Norte marcará sua presença no cenário internacional com a participação de três artistas potiguares no 1º Festival Internacional do Forró de Raiz, que acontece entre 11 e 14 de setembro em Lille, na França. O evento, que se insere na Temporada Brasil-França 2025, servirá como palco para a formalização da candidatura do Forró como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO, em uma articulação do Consórcio Nordeste. A programação contará com a entrega simbólica do dossiê de candidatura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


“O forró é mais do que música e dança: é a alma do povo nordestino. Levar nossos artistas potiguares para a França, num festival que celebra a raiz dessa tradição, é reafirmar a força da nossa cultura e dar um passo importante para que o forró conquiste o reconhecimento mundial que merece. O Rio Grande do Norte tem orgulho de estar presente nessa luta coletiva em defesa da nossa identidade e da nossa história", disse a governadora Fátima Bezerra

A delegação do RN é composta pelos músicos Jarbas do Acordeon, Deusa do Forró, e Cláudio Araújo. Os três artistas são ativos na defesa do forró de raiz no estado e atuarão para fortalecer a candidatura global. A secretária de Cultura do RN, Mary Land Brito, destacou a importância da iniciativa. "A participação dos nossos artistas em um festival deste porte é um passo crucial para valorizar o forró potiguar e contribuir para que essa manifestação cultural, tão genuína do nosso Nordeste, alcance o merecido reconhecimento mundial. O forró representa nossa identidade e nossa história, e a sua salvaguarda em nível global é uma prioridade. Em julho, os representantes do RN se apresentaram no evento Pôr do Sol na Rampa, que foi um excelente momento para que a comunidade local os conhecesse antes de embarcarem para a França", afirmou.

A realização do festival é uma parceria do Consórcio Nordeste com a Secretaria de Cultura da Paraíba e demais secretarias de Cultura, a Associação Cultural Balaio Nordeste e a Associação Lille3000. O secretário de cultura da Paraíba e coordenador da Câmara Temática de Cultura do Consórcio Nordeste, Pedro Santos, ressaltou a importância da ação. "Trata-se de uma iniciativa conjunta inédita. Pela primeira vez, o Nordeste se articula para promover o forró internacionalmente e fortalecer a candidatura deste gênero nordestino como Patrimônio Imaterial da Humanidade", afirmou. A candidatura do forró à UNESCO reforça um movimento que já rendeu ao ritmo o reconhecimento de Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan, em 2021.

O processo no Brasil contou com a atuação direta da governadora Fátima Bezerra. Ainda como senadora, ela defendeu o reconhecimento do forró como patrimônio imaterial, presidindo uma audiência pública sobre o tema em 2018. Como governadora, ela sancionou, em 2023, a lei de autoria da deputada Divaneide Basílio que reconhece o projeto "Forró com Turista" como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Norte. O tradicional evento acontece desde 1987 na noite natalense.

A artista Iranilda Albuquerque, conhecida como Deusa do Forró, celebra 35 anos de carreira dedicada ao forró de raiz. Com uma trajetória marcada por prêmios e participações em eventos internacionais, ela expressa grande expectativa para o evento. “Pela minha luta diária em manter o forró sempre vivo, em manter o forró nas tradições das festas juninas, isso para mim é de extrema importância. Esse reconhecimento do forró, que já foi uma luta que venho acompanhando desde 2018, é um mérito muito bacana para todos nós forrozeiros. Estou pronta, com tudo o que há de melhor do Nordeste, com autenticidade, com música boa, e tudo que eu puder dar para esse festival eu vou fazer”, disse.

O músico Jarbas do Acordeon, coordenador do Fórum do Forró de Raiz no RN, expressou sua gratidão pelo apoio do governo e a oportunidade de representar seu estado. "O governo do Rio Grande do Norte é parceiro do Fórum do Forró de Raiz desde o início e hoje fico muito feliz em presenciar o apoio do governo nessas ações que vão chegar até o reconhecimento do Forró como patrimônio mundial. Acredito que a minha participação na França, representando o nosso Rio Grande do Norte, nosso povo potiguar, será muito importante", declarou.

Cláudio Araújo, que também é coordenador do Fórum Estadual de Forró de Raiz do RN, fará parte da programação do Festival. No domingo, 14 de setembro, ele conduzirá a palestra “Ensino Coletivo e o Universo do Forró, a prática das Orquestras Sanfônicas no Rio Grande do Norte”, no Fórum Internacional de Forró Raiz, inserida no âmbito do Festival. A programação completa contará com shows, workshops, palestras, oficinas e quadrilhas juninas, e abordará temas relacionados ao imaginário nordestino, como forró pé de serra e forró de salão, sanfona nordestina e xilogravura. A apresentação musical do artistas do RN está agendada para o mesmo dia, a partir das 20h.

Fórum de Forró de Raiz luta por reconhecimento e valorização

O Fórum Forró de Raiz é um movimento dedicado à valorização e reconhecimento dos artistas e detentores do forró em todo o país. O movimento, responsável por conseguir que o forró fosse reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro pelo Iphan, busca garantir a preservação da ancestralidade da música nordestina para as futuras gerações. O Fórum atua em diversas frentes, como a promoção de pesquisas e articulações com governos nas esferas federal, estadual e municipal para garantir políticas públicas que valorizem o forró.

O requerimento para o reconhecimento junto ao Iphan em 2011 para o registro das matrizes do forró como Patrimônio Cultural do Brasil contou com apoio de 423 forrozeiros em diversos estados. No Rio Grande do Norte, o Fórum conta com a coordenação estadual de Jarbas do Acordeon e coordenação regional no Oeste Potiguar de Cláudio Araújo, ambos integrantes da delegação que irá à França.

História e tradição

O forró, Patrimônio Cultural do Brasil desde 2021, é uma expressão cultural multifacetada que inclui música, dança, festas e tradições. A palavra "forró" pode se referir a uma festa popular, um gênero musical ou um tipo de evento. Embora seja profundamente ligado ao Nordeste, o forró é encontrado em todo o Brasil e contribui para a identidade nacional.

O forró se popularizou em Pernambuco no século XIX e, após a gravação de "Forró de Mané Vito" por Luiz Gonzaga em 1949, o nome passou a ser usado para designar o ritmo e a dança. Ele se difundiu pelo Brasil com a migração nordestina nas décadas de 1960 e 1970. Com o tempo, o ritmo evoluiu, incorporando novos instrumentos como bateria, guitarra, baixo, teclado e saxofone em diferentes fases de sua história. 

O Dia do Forró é celebrado em 13 de dezembro, em homenagem ao nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

Por equipe de Comunicação da Secretaria de Cultura/RN

Imagens relacionadas à divulgação


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domingo, 31 de agosto de 2025

HIPOCRISIA CULTURAL

 Por Fernando Luiz*

Na semana passada eu escrevi aqui sobre inclusão cultural. Hoje eu vou propor aqui duas situações diferentes. 

Na primeira situação vou falar sobre a música Não Se Vá, gravada pela dupla Jane e Herondy, um dos maiores sucessos do ano de 1977, que até hoje é uma das canções mais conhecidas do Brasil. Considerada pela elite preconceituosa como uma música cafona, durante muito tempo a canção jamais foi executada em emissoras FM, que naquela época iniciavam um processo de popularização. A música em questão era a versão do sucesso francês Tu Tan Vas, gravada pelo cantor Alan Barbiere. Ao contrário da versão gravada pela dupla brasileira, a gravação original era executada incessantemente por FM’s brasileiras, que tinham então um público elitizado. O curioso é que a gravação francesa e a versão brasileira eram idênticas: mesmo tom, mesma introdução, mesmo arranjo, mesma interpretação. Só uma coisa mudava: o idioma. E essa única diferença foi suficiente para alçar a gravação original à condição de “clássico internacional da música romântica” e colocar a versão em português na condição de “suprassumo do brega.” 

Vamos à segunda situação. O ano era 1979. Uma pessoa de um bom nível intelectual ouve, por acaso, numa AM, uma canção do cantor Fernando Mendes, cujo refrão, apesar de desconhecido pelo suposto ouvinte de bom nível intelectual - e, por extensão um admirador de um tipo de música considerado por ele como música de qualidade – estava na boca do povo: “Agora, que faço eu da vida sem você, você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer...”

Ele acha a música horrorosa, embora a letra tenha um forte conteúdo romântico e no arranjo haja trechos com acompanhamento de um naipe de violinos com um solo de violão acústico à moda de Paco de Lucia - tudo no estilo de grandes boleros latinos. A canção gravada por Fernando Mendes, um cantor que “canta pra dentro” (como João Gilberto) entrou no rol das canções bregas desprezadas pela elite intelectual.

Vinte e cinco anos depois da gravação de Fernando Mendes, em 2004 Caetano Veloso, ao participar do show de lançamento do Criança Esperança da Rede Globo, canta uma música que faria parte da trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro.  A letra da música retrata o desespero de alguém que é abandonado pela pessoa amada. Vamos continuar no campo das suposições: digamos que o nosso personagem fictício que tem bom gosto musical assistiu àquele programa e ficou encantado com a canção “estranhamente bela” interpretada pelo artista baiano. No dia seguinte, com o refrão da música sem sair da sua cabeça ele  percorre as lojas de discos à procura do CD de Caetano que tem aquela música (em 2004 ainda existiam CD’s e lojas de discos). Nosso personagem não se lembra, ou finge não se lembrar que aquela canção é a mesma que ele ouviu numa rádio AM muitos anos antes, interpretada por Fernando Mendes.

Se tivéssemos que definir as duas situações, que termos usaríamos? A versão de uma música francesa é considerada cafona só porque foi cantada em português e uma música brasileira também considerada cafona vira clássico da música romântica depois de gravada por Caetano Veloso.

Eu defino isso como hipocrisia cultural.

Instagram: @fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Pesquisa usa resíduo de salinas para produção de hidrogênio e água sanitária

 Pesquisa da UFRN usa resíduo de salinas para produção de hidrogênio e água sanitária

Um grupo de cinco inventores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveu um caminho adicional para a produção de hidrogênio, um combustível limpo, e para a fabricação do hipoclorito de sódio, a popular água sanitária. A geração dos produtos ocorre a partir de uma solução concentrada de cloreto de sódio, presente no efluente salino, por meio de um processo eletroquímico. O sistema proposto inclui etapas de pré-tratamento da água, nas quais um fluxo de água do mar é processado para gerar um fluxo de alimentação pré-tratado, baseado em água salobra. Portanto, a proposta evita o uso de água potável para a produção de hipoclorito.

“O nosso grupo de pesquisa foca no tratamento de efluentes industriais ricos em cloreto. Inicialmente, tratamos água produzida da indústria do petróleo para gerar hidrogênio. Essa experiência nos levou a trabalhar com o rejeito da indústria salineira, uma água de composição menos complexa, mas com alta concentração de sais, utilizando reatores híbridos. Desse rejeito, produzem-se simultaneamente hidrogênio e hipoclorito, commodities com diversas aplicações, como desinfetantes, tratamento de água e branqueamento de tecidos”, explica Elisama Vieira dos Santos.

Orientadora da pesquisa que resultou na tecnologia, Elisama frisa que o eixo central da invenção é a concepção de um sistema híbrido para a produção de hipoclorito de sódio e hidrogênio, a partir de águas salinas oriundas de rios, lagos, poços, água do mar, resíduos de salmoura provenientes da indústria salineira ou de processos de osmose reversa. Ela destaca que o produto (eletrolisador híbrido) pode ser aplicado em setores como o energético, tecnologias offshore de geração de energia, combustíveis, petroquímica, dentre outras subáreas, como têxtil, desinfecção de águas, como em estações de tratamento de esgoto, e superfícies.

A invenção teve seu pedido de proteção industrial depositado no mês de junho pela UFRN junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e recebeu o nome de “Sistema para a geração de hipoclorito de sódio por meio de fluxo de reciclagem de água salina combinado com a produção de hidrogênio”. Além de Elisama, são autores do estudo Karen Giovanna Duarte Magalhães, Luis Felipe Silva de Miranda, Jussara Câmara Cardozo e Carlos A. Martínez-Huitle. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Eletroquímica Ambiental e Aplicada, fazendo parte de uma dissertação de mestrado em Engenharia Química, vinculada também ao programa de pós-graduação em Química.

O grupo de cientistas pontua que a tecnologia está inserida em um contexto no qual diversas iniciativas estão impulsionando a implantação de energias renováveis em grande escala. Dentre elas, as metas de neutralidade de carbono propostas por diferentes países, a crescente participação global em resposta às mudanças climáticas e o desenvolvimento acelerado da economia verde na era pós-Covid. “Pensamos que, intrínseco ao estudo, estão os temas sustentabilidade e meio ambiente, crise hídrica e economia circular”, salienta Karen Magalhães, aluna da pós-graduação e orientanda de Elisama.

Ela identifica que, ao utilizar como matéria-prima um rejeito industrial, como o efluente salino, transformando-o em um produto útil, os pesquisadores buscam novas soluções na área de produção de energia e água, com o hidrogênio como vetor associado. Karen defende que o invento tem caráter inovador por conectar dois segmentos industriais: um, com a produção de espécies oxidantes, tal como o hipoclorito de sódio, uma possibilidade de tratamento de efluentes que apresentem alta salinidade; o segundo, com o hidrogênio, que é um combustível limpo.

Outro aspecto é que a produção de hidrogênio por eletrólise da água, utilizando energia renovável, permite a geração de hidrogênio com emissões reduzidas de CO₂, contribuindo para a transição energética sustentável. Além disso, considerando a crescente escassez de água doce no planeta, o uso de águas salinas e residuárias tem se mostrado uma alternativa promissora para a produção de hidrogênio verde, impulsionando o avanço da indústria.

Com relação ao hipoclorito, amplamente conhecido como água sanitária e cuja fórmula química é NaClO, é bastante utilizado na indústria devido às suas propriedades oxidantes, desinfetantes e branqueadoras. As aplicações vão desde a desinfecção de hospitais, laboratórios, indústrias alimentícias e piscinas, além de ser utilizado na produção de papel e celulose e no branqueamento de tecidos na indústria têxtil. Suas múltiplas aplicações destacam sua importância como um componente versátil e essencial em diversos setores industriais.

Carlos Martínez-Huitle fala também que, além disso, essa patente representa um avanço para as tecnologias de produção offshore, ampliando as possibilidades de exploração sustentável dos recursos hídricos disponíveis. Nesse sentido, a inovação da presente invenção consiste em um processo que utiliza um dosador atuando como corrente de reciclo de efluentes salinos para favorecer a produção de hipoclorito de sódio e a simultânea produção de hidrogênio. “Nosso grupo possui quinze anos de expertise em processos eletroquímicos e no design e construção de reatores, com uma destacada capacidade de desenvolver e produzir eletrolisadores internamente, de peças ou equipamentos completos, situação que contrasta com a dependência brasileira de tecnologia importada para a produção de hidrogênio verde”, destaca Martínez-Huitle.

Mexicano radicado no Brasil há quase duas décadas, ele descreve que o sistema compreende um reator eletroquímico de dois compartimentos separados; dois eletrodos, que se conectam com uma fonte de energia elétrica; uma entrada e uma saída de efluente; uma saída de gás; e demais peças vedadas. “São quatro etapas interligadas, que foram ajustadas para potencializarmos a relação entre a produção do hipoclorito de sódio para cada litro de solução salina utilizada”, enfatiza Martínez-Huitle.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN

Foto: cícero Oliveira/UFRN


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Orgulho potiguar: Natal Airport cresce em ranking nacional de satisfação geral dos passageiros

 

O Natal Airport registrou crescimento significativo nos indicadores de satisfação dos passageiros no primeiro semestre de 2025, ficando entre os melhores do país em limpeza e conforto e subindo cinco posições no ranking geral de aeroportos. Os dados são da pesquisa oficial do setor, a Pesquisa de Satisfação Geral da SAC (Secretaria Nacional de Aviação Civil), vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos, e realizada mensalmente nos 20 maiores aeroportos do país. O bom desempenho, comparado ao mesmo período de 2024, coincide com a nova fase do Aeroporto Internacional de Natal, que desde o ano passado tem uma nova concessionária, a Zurich Airport Brasil.

Com nota 4,64 em limpeza geral, o aeroporto conquistou o 4º lugar no ranking nacional, os sanitários atingiram uma nota ainda mais expressiva: 4,56, ficando em primeiro lugar no país nesse critério.  Esses resultados refletem investimentos e iniciativas como a revitalização da fachada do terminal, melhorias no paisagismo e a otimização do sistema de limpeza, além da limpeza profunda realizada no terminal pela nova administração. No total, a Zurich Airport Brasil já investiu R$ 50 milhões no aeroporto.

Em relação ao conforto na sala de embarque, os números também são positivos. A nota atribuída pelos passageiros domésticos subiu de 4,13 para 4,35, enquanto entre os internacionais, passou de 4,11 para 4,31. Essa evolução foi impulsionada pelas melhorias térmicas e acústicas implementadas no terminal, que incluíram a substituição das portas automáticas, novos sistemas de climatização e ajustes estruturais que minimizam a reverberação de ruídos.

No ranking geral entre os 20 maiores aeroportos do país, o Natal Airport saiu da 16 para a 11 posição.

“Está no nosso DNA operar aeroportos com foco na qualidade e experiência dos passageiros. E, pouco a pouco, os viajantes começam a perceber as melhorias no terminal, fruto do nosso estilo atento e cuidadoso com a infraestrutura e conforto das pessoas” observa Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil.

Desde abril deste ano, o aeroporto passou a contar com uma sala multissensorial, parte do programa Aeroporto para Todos, que consiste em uma série de ações da concessionária cujo propósito é ampliar a inclusão e a experiência de pessoas neurodivergentes.

O aeroporto também tem investido em inovação e tecnologia, com destaque para a implementação de um novo sistema no canal de inspeção, que tornou o processo de embarque mais intuitivo e ágil, além da oferta de rede Wi-Fi gratuita e ilimitada para todos os usuários — medidas que ampliam a conectividade e a conveniência no terminal.

Mais informações:

Anna Paula Andrade/(84) 99208-8873

Créditos: Anna Paula AndradeDivulgação Natal Airport 



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Rio Grande do Norte se candidata a Edital do MinC para impulsionar setor audiovisual

 Por meio da Secretaria da Cultura do RN com participação da sociedade civil, Estado se inscreve no Edital de Arranjos Produtivos e pleiteia recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)

O Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/RN), submeteu uma proposta para o Edital de Chamamento Público MinC nº 4, de 9 de junho de 2025, conhecido como "Arranjos Regionais". O objetivo do edital é investir recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para complementar o fomento de projetos de estados e municípios, fortalecendo a cadeia produtiva local. A inscrição do estado foi realizada na última sexta-feira, 22 de agosto.

A proposta do RN foi construída de forma participativa por um grupo de trabalho que incluiu representantes da sociedade civil e da gestão da política cultural do estado. A iniciativa se baseou em um levantamento feito por meio de um formulário online que traça um panorama do audiovisual potiguar, além de dados da Ancine sobre a realidade local e indicadores da aplicação da Lei Paulo Gustavo e da Política Nacional Aldir Blanc pelo RN.

O valor total do investimento pleiteado pelo Rio Grande do Norte junto ao FSA é de R$ 10 milhões, que se somam a uma contrapartida de R$ 2 milhões do estado. O RN faz parte do Grupo A do edital, que engloba as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e pode receber até cinco vezes o valor da contrapartida oferecida.

“Para cada R$ 1 investido, o estado selecionado recebe R$ 5, por isso o Rio Grande do Norte não podia ficar de fora do Edital. Inicialmente, o Estado iria entrar com R$ 500 mil, mas ouvindo o setor e dialogando com a equipe da governadora Fátima Bezerra, conseguimos chegar ao montante de R$ 2 milhões, garantindo um total de R$ 12 milhões para o audiovisual potiguar”, enfatizou a Secretária da Cultura, Mary Land Brito.

“Construímos nossa proposta de forma coletiva, com representantes do audiovisual potiguar e a equipe da Secult/RN, reconhecendo as vocações e as necessidades de investimento para garantir que esse recurso federal tão importante para o setor seja aplicado de forma coerente e estratégica”, avaliou. 

Os recursos do FSA serão direcionados para a produção de longas-metragens de ficção e obras seriadas de ficção, enquanto a verba local será usada para ações de formação técnica, difusão por meio de festivais, desenvolvimento de projetos de longas-metragens de ficção e documentário e produção de curtas-metragens de ficção. A divisão dos investimentos visa atender às demandas identificadas no setor, incluindo a necessidade de financiar produções de maior porte para que empresas locais possam evoluir seu registro junto à Ancine.

A proposta também inclui ações afirmativas para as linhas de fomento. Para os recursos do FSA, 50% das vagas serão destinadas a projetos liderados por mulheres e pessoas trans, e 25% para pessoas negras, indígenas ou com deficiência. Já para os recursos locais, há cotas específicas para produção de curtas-metragens, desenvolvimento de roteiros de longas e documentários, ações de formação e festivais de cinema, com vagas reservadas para mulheres, pessoas trans, pessoas negras, indígenas e pessoas com deficiência.

De acordo com a realizadora audiovisual potiguar Babi Baracho, o GT estudou diversas possibilidades de aplicação da verba, considerando diferentes cenários de linhas, valores, quantidades e porcentagens das políticas afirmativas, levando em consideração o histórico de fomento ao audiovisual no estado, o momento atual de produção, entre outros fatores pertinentes.

“O processo de construção do Plano de Ação do RN para os Arranjos Regionais, com o GT formado em reunião e a Secult, foi muito importante. Nós estudamos o regulamento, realizamos uma reunião com representante da Secretaria do Audiovisual (SAv) para tirar dúvidas e fizemos diversos encontros para discussão da proposta”, explicou a cineasta.

“A participação direta do setor na elaboração do Plano de Ação foi essencial e o esforço da Secult para conquistar a nossa meta foi notável. Estamos ansiosos pelo resultado e confiantes de que o Rio Grande do Norte será contemplado”, concluiu.

Crescimento do Audiovisual no RN

Na inscrição, a Secult/RN destaca o crescimento do setor audiovisual no Rio Grande do Norte, impulsionado pela criação da Secretaria de Estado da Cultura (2024) e pela implementação de editais da Lei Paulo Gustavo (2023). De acordo com dados da Ancine (2021), o RN responde por 2,04% dos empregos no setor audiovisual do Nordeste e, entre 2010 e 2021, registrou o crescimento proporcional mais expressivo da região.

O estado conta com 88 produtoras cadastradas na Ancine , e o edital da Lei Paulo Gustavo de 2023, por exemplo, apoiou 396 projetos no setor audiovisual. O Rio Grande do Norte busca manter investimento no setor com iniciativas como o Edital Estadual de Fomento ao Audiovisual Potiguar, que em 2023 destinou R$ 1 milhão para a área, e a restauração e reativação do Cine Panorama, uma sala pública de cinema para exibir as produções potiguares.

Além disso, o estado tem uma cinemateca própria, a Cinemateca Potiguar, que é mantida pelo IFRN como projeto de extensão, responsável pela salvaguarda de acervos audiovisuais, e 30 estúdios de gravação privados.

Com a inscrição enviada, a proposta do Rio Grande do Norte segue agora para a etapa de análise técnica, que acontecerá de 25 de agosto a 12 de setembro de 2025.

comunicacaoculturarn@gmail.com 

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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Ministério da Saúde seleciona médicos especialistas para atuarem em localidades onde há falta desses profissionais: 32 no RN

 O Nordeste concentra 51% do total de profissionais selecionados na 1ª chamada do edital para provimento de mais médicos especialistas. Atendimentos começam a partir de setembro

O Ministério da Saúde selecionou 501 médicos que vão atuar em todo o país pelo programa Agora Tem Especialistas. Distribuídos em 212 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal, eles serão destinados a regiões onde há falta desses profissionais. Para o Nordeste, que historicamente conta com menor número de médicos especialistas, serão destinados 260 profissionais. Todos os nove estados nordestinos serão contemplados com destaque para o Ceará, que receberá 64 médicos, e a Bahia, com 48. Já para o Maranhão serão destinados 43 profissionais; Rio Grande do Norte, 32; Piauí, 27; Pernambuco, 17; Paraíba, 14; Alagoas, 10; e Sergipe, 5.

Do total de médicos selecionados, 67% vão reforçar o atendimento no interior do Brasil em especialidades como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia. Assim, ampliarão a assistência à saúde da população, reduzindo o deslocamento para os grandes centros urbanos. Considerando as regiões remotas do país, 25,7% atuarão em áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade; 20% na região da Amazônia Legal; e 9% em áreas de fronteira.

Esses profissionais integram a primeira chamada de edital inédito do Agora Tem Especialistas que, pela primeira vez, selecionou médicos que já são especialistas para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS). Com 12 anos de experiência em média, eles vão reforçar o atendimento em 258 hospitais, policlínicas, centros de apoio diagnóstico e outras unidades da rede pública nas cinco regiões do país.

Médicos que só atuavam na rede privada passam a atender no SUS

Entre os 501 selecionados, 131 (26%) trabalharam anteriormente apenas em hospitais privados. Pela primeira vez, eles passarão a atender os pacientes da rede pública, o que representa um avanço do programa em vista da Demografia Médica de 2025. O estudo aponta que, atualmente, a maior concentração de médicos especialistas está na rede privada de saúde. Apenas 10% atendem o SUS exclusivamente.

Do total de selecionados, 75% serão destinados a hospitais públicos para a realização de cirurgias, internações e tratamentos, como radioterapia e quimioterapia. Outros 18% serão alocados em ambulatórios, onde farão consultas e exames, como endoscopia, ecocardiograma, colonoscopia, colposcopia e ultrassonografia. Os demais profissionais atuarão em unidades de apoio diagnóstico e terapêutico.

- Portal do MS > saiba mais

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