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quinta-feira, 30 de abril de 2020

A Grande Desaceleração


A Grande Desaceleração


Por Sidney Caicó*

As pessoas estavam caminhando rápidas demais com invenções de valores que fundamentassem e dessem um sentido à vida. Agregaram valores, muitos virtuais e rituais, às diversas coisas, onde possivelmente não há nenhum: terras, papéis, metais, combustíveis, tecidos, trabalhos, comidas, energias, economia global e nacional, o dólar, tudo supervalorizado e muito além do que é necessário.

— E agora durante a Grande Desaceleração, por causa da Covid 19, o que realmente tem sentido e valor real? O que é real e o que era virtual na sua vida?

Uma supervalorização virtual das coisas é uma imperfeição do nosso intelecto, tendo em vista que engrandecer algo em níveis virtuais e muito além de seu valor real é um embuste. Essa supervalorização das coisas só tem sentido para uma minoria que habita o planeta terra; pois controlam e dominam as demais; o que é na realidade uma falha durante o processo da evolução do nosso intelecto e dessa forma nos prega uma peça.

Sabemos que na antiguidade o Ser Humano era um Ser mais instintivo, pois a natureza tinha o domínio e todo o intelecto circundava as formas biológicas da sobrevivência. Todas as preocupações estavam relacionadas ao comer, ao abrigo, à sobrevivência, a morte simplesmente passava, e o intelecto humano ainda estava em formação. Na modernidade o Ser Humano é mais racional, acredita que possui o domínio da natureza e todo seu intelecto submergiu parte dos mais primitivos aspectos biológicos e as preocupações com a sobrevivência passaram para um segundo estágio.

— Isso é ótimo! Hoje ainda pensamos o que comer e onde encontrar o abrigo, entretanto com algo bem maior no ápice das transformações do intelecto e das suas efêmeras preocupações: a Cognição.

A maravilha da Criação Divina, o farol dos náufragos, a luz fora da caverna: a magna Cognição. Essa maestria e fabulosa capacidade de pensarmos o tudo e não suas formas particulares. Podemos orquestrar os processos mentais e transformarmos numa majestosa sinfonia; grandes são as imensuráveis descobertas e inúmeras são as criações que podemos alcançar. Criamos mundos inimagináveis, sejam virtuais ou reais, vivemos em diversos mundos; e tudo de forma gratuita. Porém, agregaram às nossas criações e descobertas valores que são impostas e com condições para que todas as pessoas possam dimensionar algo com tamanha grandeza.

— Mas, o que realmente tem valor e que valor é esse que faz os instintos entrarem em erupção, submergindo a razão? Quando o Ser Humano ver o mundo real transcendendo o virtual, logo habita uma caverna.

Com o isolamento social, com o espírito da morte vigiando as ruas e o mundo, com mercados fechados, empresas fechadas, com crescimento econômico e especulações desvalorizadas, com templos fechados, com os grandes coliseus fechados, galerias de artes ou demais vendas de bugigangas fechadas, com esse grande e animado cabaré fechado, o mundo entrou no período da Grande Desaceleração. Agora podemos tirar as traves dos olhos e vermos a verdade que pode nos libertar.

Em que época realmente estais vivendo? Em uma primitiva ou racional? Supervalorizamos a modernidade e supervalorizamos as tecnologias. Os nossos guias até aqui foram os cegos, seguimos por atalhos que causaram bugs à nossa cognição.

— Olhem agora, tirem suas vendas, seus grilhões estão soltos, vejam a Grande Desaceleração.

A razão nos pregou uma peça. Vivemos ainda nas cavernas. Nunca fomos tão selvagens.

*Texto produzido por Sidney Caicó – colaborador de Assessorn.com

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