Por Wilson Galvão -ASCOM - Agência de Inovação da Reitoria/UFRN
“A
característica multifuncional deste material desenvolvido pelo grupo faz com
que ele tenha uma caraterística diferenciada que permite ser utilizado em
diferentes tipos de materiais têxteis e poliméricos, naturais, sintéticos ou
regenerados. Cientificamente, falamos que ele adere às superfícies tanto
catiônicas quanto aniônica. Podem ser aplicados por diferentes métodos, como
spray, processos de tingimento e estamparia têxtil, além de impressão digital”,
colocou o docente do Departamento de Engenharia Têxtil. Heriberto listou ainda
algumas características do produto que tornam sua viabilidade e importância
realçadas: fácil aplicação, excelente adesão nas superfícies, ecológico e não
tóxico, diferente dos corantes e pigmentos florescentes existentes hoje. Além
disso, acrescenta às superfícies dos materiais uma luminescência e proteção à
radiação únicas.
Ele
acrescentou que “os agentes de proteção UV aplicados em roupas, plásticos e
tintas, em sua maioria, não apresentam essas propriedades conjuntas”. Já
comprovada, a exposição prolongada à radiação ultravioleta (UV) proveniente do
sol pode resultar em uma série de problemas de pele, tais como aceleração do
envelhecimento, queimaduras, manchas e câncer de pele. Neste contexto, o uso de
produtos têxteis com propriedades anti UV se tornou uma alternativa prática e
eficiente na proteção a radiação solar. Um dos três pesquisadores envolvidos na
invenção, Brenno Henrique Silva Felipe situou que a descoberta carrega consigo
um produto tecnológico que impede a penetração de 99% de radiação UVA e UVB,
classificando-o com UPF 50+ excelente, conforme a norma australiana de sistema
de classificação.
“É
importante notar que a radiação UVA é a principal causadora da diminuição da
resposta imunológica das células epiteliais, enquanto que a UVB está
intimamente ligada ao câncer de pele. Além disto as cores apresentam maior
resistência a radiação UV, principalmente as cores complexas como as
florescentes, que são derivadas de corantes ou pigmentos tóxicos e altamente
poluentes”, expôs o doutorando do PPGEM. O estudante diz ainda que o grupo já
tem o domínio da síntese do produto, com parâmetros sendo otimizados há dois
anos.
Inclusive,
os cientistas estão estudando a existência de outras propriedades, como
bactericidas e relativas à combustão. Neste sentido, José Heriberto disse que
atualmente a equipe está finalizando os testes de outras propriedades que vão
além destas patenteadas, com a utilização de vários métodos em laboratório que
simulam escala industrial. “Acredito que muito breve, podemos fazer um teste
numa indústria”, colocou. O produto resultou em um depósito de pedido de
patente denominado “produto anti-uv e luminescente nanotecnológico para
acabamentos funcionais em materiais têxteis”.
Rivaldo
Leonn Bezerra Cabral, terceiro autor, somou algumas informações da patente a
partir do fato de que a base da invenção está na utilização de pontos quânticos
de grafeno dopado – com características modificadas – e não dopado. “Esses
pontos são nanopartículas caracterizadas por possuírem propriedades eletrônicas
responsáveis por tornar a superfície dos materiais coloridas, brilhantes e
luminescentes, com um elevado fator de proteção ultravioleta, pois protege
contra radiações UVA, UVB e UVC, e sua utilização dificultando a falsificação
destes materiais. De mais a mais, o material patenteado apresenta várias
tonalidades, ou gradientes, de cores, de tamanhos e de fatores de proteção,
inclusive classificado como excelentes”.
O que é uma patente?
Patente
é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de
utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores, autores ou outras pessoas
físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Assim, é o
primeiro passo para garantir direitos de comercialização exclusiva, por um
determinado período, de uma nova invenção com aplicação industrial.
Na
UFRN, a Agência de Inovação (AGIR) é responsável pela orientação aos inventores
quanto aos procedimentos e requisitos de patenteabilidade dos resultados das
pesquisas realizadas, bem como sobre aspectos da própria gestão da propriedade
intelectual. Esta é a 20ª patente depositada pela UFRN em 2020, aproximando-se dos
31 pedidos, número recorde da Universidade registrado nos anos de 2015, 2017 e
2019.
Segundo
o diretor da Agência de Inovação, Daniel de Lima Pontes, embora a pandemia, a
tendência é que em 2020 os números se repitam ou até aumentem, já que no ano
passado observou-se um aumento na celeridade das análises dos pedidos por parte
do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os pedidos de patentes
e as concessões já realizadas podem ser acessadas através do endereço
www.agir.ufrn.br, mesmo local em que os interessados obtém informações a
respeito do processo de licenciamento. O diretor da AGIR esclareceu que a
Agência está realizando atendimento e dando andamento aos depósitos de pedido
de patente através do e-mail patente@agir.ufrn.br.
Assessoria
de Comunicação da Agência
Inovação
da Reitoria da UFRN
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relacionada à divulgação
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