acesse o RN blog do jornalista João Bosco de Araújo [o Brasil é grande; o Mundo é pequeno]


domingo, 24 de agosto de 2025

INCLUSÃO CULTURAL

  Por Fernando Luiz*

Até alguns anos atrás a cultura era tida como exclusividade da elite. Era considerada como a produção do belo, a expressão dos desejos, a linguagem dos sentidos,” uma arma que tem que tomar partido até manchar-se” (segundo as palavras do poeta espanhol Gabriel Celaya). Qualquer criação artística que não se enquadrasse nesse conceito era considerada “baixa cultura”. Segundo o Relatório da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento promovido pela UNESCO, com o avanço das políticas públicas e sociais, este parâmetro foi se quebrando. A hierarquia cultural se esfacelou e atualmente as potencialidades da cultura são armas importantes para o “reencantamento  do mundo, a construção de uma cultura de paz e o exercício da liberdade criativa em favor das coletividades e projetos de civilização antagônicos”.

O governo federal reconheceu esta realidade ao criar, há alguns anos os Pontos de Cultura. Como em qualquer lugar, os habitantes das comunidades carentes de Natal têm uma cultura própria no seu modo de agir, de vestir, de falar etc. Possuem uma produção cultural que tem que ser levada em conta. Na periferia, no morro e nas favelas dos bairros populosos, existem cantores, compositores, instrumentistas, artistas plásticos, atores e uma gama de jovens talentosos aos quais o poder público não dá a devida atenção. Conheci essa realidade de perto quando idealizei o Show das Comunidades em 2000, que durante 16 anos, através da Lei Djalma Maranhão e com o apoio de empresas parceiras realizou um total de 109 shows descobrindo e valorizando talentos em bairros periféricos de Natal.

Segundo a UNESCO não existem culturas superiores e sim culturas diferentes. Reconhecer essa diferença é importante para afastar os jovens da ociosidade, do vício, da violência e do crime organizado. Ao idealizarmos o Show das Comunidades o fizemos reconhecendo diferenças e pudemos abrir espaço para artistas das comunidades da nossa capital, levando arte, lazer e cultura gratuita para uma população carente.

O Show das Comunidades foi um projeto pioneiro que contribuiu de forma decisiva para fortalecer a cena cultural de Natal e para o desenvolvimento de uma nova política cultural com desdobramentos na área social.

@fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assess

sábado, 23 de agosto de 2025

Ecopraça ocupa a Vila de Ponta Negra com a edição "A Rua da Cultura" neste final de semana

 

Nestes dias 23 e 24 de agosto de 2025, a Vila de Ponta Negra será palco de mais uma edição do Ecopraça, projeto cultural que há mais de 10 anos transforma espaços públicos em territórios de arte, encontro e convivência. Este ano, a iniciativa apresenta a edição especial “A Rua da Cultura”, que convida a ocupar e ressignificar uma rua hoje sem nome oficial, localizada ao lado do Figa Bar & Cultura, nas imediações por trás da Igrejinha da Vila.

A proposta é unir arte, cultura popular e participação comunitária para transformar simbolicamente o espaço em um novo ponto de referência para a comunidade e para a cidade. A ação é realizada pelo Instituto Ancestral, com apoio do Governo do Estado do RN, Secretaria de Cultura do RN, Fundação José Augusto e da Deputada Isolda Dantas (emenda parlamentar).

O Ecopraça nasceu com o propósito de ocupar áreas públicas urbanas por meio de uma metodologia que integra escuta comunitária, atividades formativas e intervenções artísticas. Ao longo da última década, o projeto já passou por diferentes bairros e municípios potiguares, sempre com a missão de promover acesso democrático à cultura, fortalecer vínculos comunitários e valorizar as identidades locais.

Na edição “A Rua da Cultura”, a escolha da Vila de Ponta Negra não é por acaso. O território é um importante polo cultural da cidade, conhecido por suas manifestações de tradição popular, como o boi de reis, o coco de roda, o pastoril e o trabalho artesanal das rendeiras. “A ideia é reconhecer e amplificar o que já pulsa ali, ao mesmo tempo em que propomos uma ocupação artística que traga novas dinâmicas para a rua e para o bairro”, explica Geraldo Gondim, idealizador e diretor do projeto.

A programação, que será divulgada em breve, terá início no sábado, 23, com oficinas, atividades participativas e momentos de diálogo com a comunidade. No domingo, 24, o espaço será tomado por apresentações musicais, performances cênicas, intervenções urbanas, feira criativa e manifestações da cultura popular local. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

Além de oferecer uma experiência cultural diversificada, a edição busca sensibilizar o poder público e a comunidade para a importância de investir em espaços de convivência e lazer. “Queremos que essa rua seja oficialmente reconhecida como Rua da Cultura e que continue sendo ocupada por iniciativas culturais e comunitárias ao longo do tempo”, afirma Geraldo.

SERVIÇO

Ecopraça 2025 – A Rua da Cultura

23 e 24 (sábado e domingo) de agosto de 2025

Vila de Ponta Negra – ao lado do Figa Bar & Cultura, próximo à Igrejinha da Vila – Natal/RN

Programação gratuita

Mais informações: @ecopraca

por assessoria de comunicação

Imagem relacionada à divulgação


©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assess

Nova tecnologia em nova rota para a produção de hidrogênio e adoçantes

 UFRN cria tecnologia em nova rota para produção de hidrogênio e adoçantes

Uma invenção que pode ser aplicada no processo de armazenamento e produção de hidrogênio e, ainda que pareça inusitada, também pode ser útil na capacidade de transformar a lactose do soro de leite (um subproduto da indústria de laticínios) em lactitol, um adoçante anticariogênico e de baixo teor calórico. Não bastasse, é potencialmente eficiente no tratamento ambiental de resíduos do petróleo. Este é o resultado que gerou o mais novo depósito de pedido de patente feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no mês de julho.

As funcionalidades ocorrem em virtude das características presentes no carbeto de mononíquel (NiC), novo material cujo desenvolvimento é o resultado da dissertação de mestrado de Fábio André Moura Nóbrega, um dos cientistas envolvidos na pesquisa. Fábio identifica que os objetivos principais do método são apresentar uma alternativa tecnicamente e economicamente viável para a produção de carbeto de mononíquel, que seja facilmente ampliada para escala industrial, propondo uma alternativa mais simples e com menos operações unitárias que os demais métodos. Assim, cria-se um catalisador voltado para aplicações como produção de hidrogênio e de células de combustível.

“Simultaneamente, permitindo controle sobre os tamanhos de partícula, morfologia e fase cristalina do material produzido, obtendo carbeto de níquel em escala nanométrica, com estrutura cristalina cúbica e alto teor de pureza. Por conseguinte, gerando grandes benefícios econômicos, sociais e ambientais para nossa região”, lista o egresso do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química. Um número aumentado dessas operações unitárias está intimamente associado ao custo desses processos, os quais se tornam, por vezes, inviáveis. Além disso, a quantidade afeta as questões de segurança de processos, que se tornam sucessiva e exponencialmente mais complexas.

Além de Fábio, participaram dos estudos que resultaram no pedido de patenteamento André Luis Lopes Moriyama, Camila Pacelly Brandão de Araújo, Carlson Pereira de Souza e Ila Gabriele Diniz Dias de Azevedo. O depósito recebeu o nome de “Processo de obtenção de carbeto de mononíquel nanométrico em reator de leito fixo por reação gás-sólido”. O grupo pontua que os estudos de carbetos de metais refratários vêm ganhando atenção devido às propriedades que esses materiais apresentam, tais como elevado ponto de fusão, alta dureza, alta estabilidade térmica, alta resistência à corrosão e atividade catalítica, fotocatalítica e eletrocatalítica. A conjunção dos atributos os torna atrativos para indústrias diversas, como catálise (quando se quer controlar a velocidade de uma determinada reação entre substâncias), produção de sensores e produção de materiais semicondutores.

Orientadora do estudo, a professora Camila de Araújo frisa que os testes iniciais foram realizados em escala laboratorial, com planos para ensaios futuros em uma planta maior. Ao todo, foram realizados mais de 50 ensaios. Ela destaca também que a pesquisa foi desafiadora devido à pouca literatura existente sobre o carbeto de mononíquel e seu processo de obtenção, que se mostrou inovador. O produto final, considerado o protótipo da invenção, é um pó escuro, com fina granulação.

“Exemplos de diferenciais são o custo-benefício e a segurança, pois a tecnologia utiliza níquel, um metal mais abundante e barato que os materiais nobres como platina e paládio, usualmente empregados em catalisadores, e é considerado mais seguro operacionalmente que o níquel de Raney, que é explosivo”, explica a docente da Escola de Ciência e Tecnologia (ECT). Camila de Araújo complementa que a pesquisa que Fábio desenvolveu sob sua orientação é voltada para aplicações relevantes na área de transição energética. Ela identifica que, recentemente, a ECT aprovou a criação de um novo Programa de Recursos Humanos (PRH) da Universidade, junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Ela descreve que a expectativa é que a criação e consolidação desse PRH na ECT intensifique o desenvolvimento de mais pesquisas de qualidade e impacto para esse setor de transição energética. O PRH é um programa fomentado pela ANP e voltado para formar pessoas para a área de transição energética, conceito que atualmente abrange as iniciativas especificamente da área de petróleo.

Química, física e engenharia

Para se chegar ao resultado final, alguns conhecimentos precisaram ser ativados. A produção de carbeto de níquel foi feita através de reação heterogênea do tipo gás-sólido, entre um sólido de nitrato de níquel calcinado e carvão ativado, e os gases metano e hidrogênio, em um reator. Em seguida, quatro etapas principais: dentre elas, um “tratamento térmico” ao qual o nitrato de níquel é submetido; do resultado, mistura e homogeneização do pó calcinado com carvão ativado; após, adição de carbono, em condições específicas de reações químicas e físicas diversas; ao fim, resfriamento do material.

Dessa conjunção de saberes, Camila Pacelly Brandão de Araújo enfatiza a importância da forte colaboração interdepartamental na UFRN, em um entrelaçamento de saberes de pesquisadores do Departamento de Engenharia Química e da Escola de Ciência e Tecnologia, com um enlace de conhecimento de áreas como química, física e engenharia.

Na perspectiva específica, o grupo vem desenvolvendo uma cooperação científica internacional com instituições da França, Inglaterra e Canadá. Isso porque o desenvolvimento do estudo foi realizado no âmbito do Laboratório de Materiais Nanoestruturados em Reatores Catalíticos, unidade com pesquisas atualmente baseadas em anos de expertise do grupo em carbetos e com conexões para além das fronteiras nacionais. O produto da patente, bem como outros frutos de pesquisas no laboratório, deverão ser testados nessas universidades.

Por Wilson Galvão - Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN

84 991936277

Foto: Cícero Oliveira/UFRN


©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assess

Vendedor ambulante da Zona Norte de Natal vive em condições precárias e terá sua casa transformada pelo projeto ReforAMAR Acessível

 Do barraco à dignidade: no mês dos pais, seu Adailton se prepara para um novo lar

Às 5h da manhã, enquanto a cidade ainda desperta, Seu Adailton já está a caminho das praias de Natal. Entre colares e pulseiras que ele mesmo produz, o artesanato é hoje sua única fonte de renda — e também sua forma de resistir.

Aos 61 anos, morador do bairro Lagoa Azul, na Zona Norte da capital potiguar, Seu Adailton vive sozinho em um pequeno barraco sem energia elétrica, sem acessibilidade e com estrutura que ameaça diariamente sua saúde e segurança. Uma rampa íngreme e deteriorada já provocou quedas e, a cada subida ou descida, o medo de um acidente grave acompanha seus passos.

Em 2024, diante dessa realidade e sem recursos para mudar o cenário, a filha de Seu Adailton decidiu inscrever a casa do pai no site da ONG ReforAMAR. Ela não sabia quando ou se ele seria selecionado, mas acreditava que um dia a mudança chegaria. E chegou.

Em 2025, o lar foi escolhido para receber uma transformação completa através do projeto ReforAMAR Acessível, realizado em parceria com a Fundação Salvador Arena. A obra prevê ajustes estruturais, instalação de rede elétrica, melhorias de acessibilidade, modernização hidráulica, além de mudanças que garantam ventilação, iluminação e mais conforto.

As melhorias têm início neste mês dos pais e devem ser concluídas até outubro, mas, para que isso se concretize, a organização está mobilizando recursos e arrecadando doações. Qualquer pessoa pode contribuir, seja tornando-se doador mensal, doando materiais de construção ou oferecendo mão de obra voluntária durante a reforma.

A ação conta também com o apoio do influenciador Matheus Angelo, criador da página Todo Natalense e embaixador desta transformação, que mobilizou seguidores para dar visibilidade à história e destacar a importância de garantir moradia digna para todos.

Para a equipe da ReforAMAR, o caso de Seu Adailton representa muito mais que uma obra: é um ato de reparação social. “No mês em que celebramos o Dia dos Pais, lembramos que dignidade é um direito, não um presente. Muitos pais e avôs nas periferias de Natal ainda vivem em condições que colocam em risco sua saúde e segurança, mesmo depois de uma vida inteira de trabalho”, afirma a organização.

Para Seu Adailton, mais do que paredes novas, será o início de um recomeço. “O melhor presente é saber que vou poder entrar e sair de casa sem medo, e receber minha família num lugar que me dá orgulho”, diz ele, com um sorriso que mistura gratidão e esperança.

Sobre a ReforAMAR

Desde 2018, a ReforAMAR já realizou mais de 58 reformas humanizadas, impactando cerca de 50 mil pessoas no Rio Grande do Norte. A ONG atua com voluntários, doações e parcerias para transformar moradias precárias em lares dignos, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente a moradia adequada, a redução das desigualdades e cidades inclusivas.

📍 Saiba mais:

 🌐 www.reformar.org.br

 📲 Instagram: @reforamar_

Por Luciana Oliveira/Assessora de Imprensa

luciana@sollarcomunicacao.com.br/(84) 98728-0813

Imagem relacionada à divulgação



©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assess

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Brasil Sorridente: RN recebe 10 unidades odontológicas móveis para levar atendimento à população

 Entrega faz parte do Novo PAC Saúde e amplia o atendimento em áreas remotas e de difícil acesso. Investimento federal para o estado é de R$ 3,8 milhões e marca a retomada, após 10 anos, de uma ação estratégica do Brasil Sorridente, que garante acesso à saúde bucal em regiões rurais, remotas e de difícil acesso

Nesta quinta-feira (21), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entregaram 400 Unidades Odontológicas Móveis (UOMs) a 400 municípios, durante cerimônia em Sorocaba (SP). O Rio Grande do Norte foi contemplado com 10 unidades, resultado de um investimento de R$ 3,8 milhões. Os recursos são oriundos do Novo PAC Saúde, e o investimento total é de R$ 152 milhões em todas as unidades da federação. Ao todo, na região Nordeste, são 207 UOMs previstas para os nove estados.

A entrega marca a retomada, após 10 anos, de uma ação estratégica do Brasil Sorridente, que garante acesso à saúde bucal em regiões rurais, remotas e de difícil acesso.

“As unidades móveis do Brasil Sorridente não estão chegando só à Sorocaba. Elas estão chegando a todas as regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. E chegam principalmente onde o povo mais precisa, porque o SUS tem esse compromisso: o de estar ao lado dos brasileiros e brasileiras em cada canto do país”, destacou Padilha.

As UOMs levam atendimento odontológico onde vivem populações que têm dificuldade de acesso a esse serviço, incluindo, por exemplo, indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua e assentadas. Com isso, o Ministério da Saúde busca garantir assistência a todos os brasileiros e brasileiras.  Até 2026, outras 400 unidades vão reforçar o atendimento em todo o país, totalizando 800 novos veículos.

Os municípios contemplados foram selecionados com base em critérios de vulnerabilidade socioeconômica, extensão territorial e proporcionalidade regional, buscando evitar a concentração de recursos e ampliar a cobertura em saúde bucal no Sistema Único de Saúde (SUS) onde mais precisa.

Confira aqui a lista de municípios contemplados em todo país

- Portal do MS > Saiba mais

Foto: João Risi/Ascom MS

©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assess



quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Dispositivo odontológico de baixo custo traz mais precisão ao diagnóstico em tratamentos complexos

 Dispositivo odontológico da UFRN traz mais precisão ao diagnóstico em tratamentos complexos

Um novo dispositivo para a área odontológica, de fácil manuseio e utilização, custo baixo e alta reprodutibilidade, foi objeto de pedido de patente no mês de junho por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Com ele, é possível medir a quantidade de dente anterior que fica exposto em uma posição que os profissionais chamam de repouso — posição representada pelos músculos da face relaxados, com os dentes sem contato. A professora Adriana da Fonte Porto Carreiro, orientadora do projeto que resultou na invenção, explica que o dispositivo pode ser utilizado em todas as áreas odontológicas que tenham interesse em mensurar com precisão a exposição da coroa dos dentes incisivos superiores ou inferiores, já que, quando adaptado no dente, permite medir a quantidade de exposição de dentes anteriores.

“É um dispositivo intraoral, ou seja, usamos dentro da boca do paciente. Ele permite mensurar e acompanhar modificações faciais e dentárias, como as que ocorrem com o envelhecimento, que provocam a diminuição da exposição dos incisivos superiores e o aumento da exposição dos incisivos inferiores. Essa alteração, com o envelhecimento, transforma desde a oclusão até o sorriso”, pontua Adriana Carreiro.

A docente Hallissa Simplício, coorientadora do projeto, lista outro exemplo de aplicação nas áreas de Cirurgia e Ortodontia: nos casos de cirurgia ortognática, indicada para melhorar a função mastigatória, respiratória e a estética facial. Nessa situação, o planejamento da cirurgia é norteado pela posição dos dentes anteriores superiores, o que torna a mensuração essencial. Outra situação é em casos de harmonização facial, em que o dispositivo é útil para o acompanhamento dos procedimentos estéticos faciais que alterem a posição dos lábios. Simplício frisa que o dispositivo consegue fornecer as informações para guiar o plano de tratamento e indicar a necessidade de correções da posição dos dentes, seja com procedimentos reabilitadores, com ortodontia ou com a combinação de especialidades.

Egressa do Programa de Pós-Graduação em Clínicas Odontológicas, do Departamento de Odontologia da UFRN, Marina Bozzini Paies acrescenta outros exemplos de aplicação do equipamento: na reabilitação oral e na área de Dentística, onde pode justificar ajustes estéticos e quantificar o incremento necessário para tratamentos estéticos que sugerem a jovialidade do paciente, ou ainda na área acadêmica, possibilitando comparações precisas em pesquisas científicas clínicas, com padronização e alta reprodutibilidade.

“Parece fácil medir com precisão a exposição de dentes anteriores. A dificuldade está relacionada ao fato de que, com métodos convencionais, ao aproximarmos a régua ou o paquímetro dos lábios e dentes, o paciente reage involuntariamente com contração muscular, alterando a quantidade de exposição dos dentes. Destaco ainda que esta invenção é inovadora devido ao fato de permitir quantificar com precisão os casos em que o lábio cobre totalmente os dentes anteriores. Mensurar essa diferença entre a borda incisal do incisivo e o lábio, em casos orto-cirúrgicos, é uma dificuldade que o cirurgião Ruy Veras Filho, também inventor do dispositivo, enfrentava clinicamente. Usualmente, essa medida é feita de forma extraoral, com paquímetros ou réguas convencionais, o que exige a atuação de dois operadores. O nosso dispositivo de mensuração intraoral se torna inovador por reduzir a necessidade de outro profissional para conferir a mensuração, tanto em casos de conferência clínica imediata quanto em casos de avaliação por aquisição fotográfica para realizar a medição, já que o profissional consegue fazer isso sozinho, pois não é necessário segurar este dispositivo na boca do paciente”, circunstancia Marina Paies.

Além das três, integram o grupo de inventores Lucas Cavalcante de Sousa, Anne Kaline Claudino Ribeiro e Ruy Veras Filho. O pedido de patente recebeu o nome de “Dispositivo intraoral para mensuração de exposição de dentes anteriores”. Os protótipos desenvolvidos foram impressos em resina e estão em processo de ajustes finos, melhoria de impressão e produção em aço cirúrgico. Segundo o grupo de pesquisa, o intuito é verificar a forma mais prática e menos onerosa de ser comercializado. Eles descrevem que o dispositivo é uma peça única, rígida, de vinte milímetros em seu maior comprimento, que pode ser fabricada em aço cirúrgico ou por impressão 3D de alta precisão com resinas, como foi o caso do protótipo. Por fim, os inventores salientam que o dispositivo oferece uma medida crucial para a análise facial e dentária, um momento minucioso, o qual atualmente não conta com um dispositivo similar para aferição.

Patenteamento

Na UFRN, o primeiro passo para os interessados em proteger a tecnologia é fazer a notificação de invenção dela. O procedimento ocorre no próprio sistema SIG, na aba Pesquisa. Os passos seguintes recebem o acompanhamento da Agência de Inovação da Reitoria (Agir). Dessa maneira, a Universidade procura garantir aos seus cientistas suporte no processo de pedido, auxiliando na escrita e até em questões burocráticas, como a responsabilidade pelo pagamento de taxas. Assim, uma série de atividades necessárias à existência da patente, como a quitação de anuidades, o pedido de exame e a concessão do pedido, são exemplos de atribuições da UFRN, especificamente da Agir.

O ponto culminante é a concessão da patente. Também chamada de Carta Patente, é um documento concedido pelo INPI após análise sobre, entre outros aspectos, os requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. A carta é um ato administrativo declarativo e confere a seu titular a exclusividade de uso, comercialização, produção e importação de determinada tecnologia no Brasil.

A caminhada para a concessão de uma patente exige obediência a critérios temporais previstos em lei. Após o depósito, o Instituto guarda o documento por 18 meses em sigilo. Em seguida, o estudo é publicado e fica, pelo mesmo período, aberto a contestações. Passados os três anos, o Instituto parte para a análise em si. Por esse motivo, é comum a concessão ocorrer após quatro anos do depósito.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN-84 991936277

Imagem relacionada à divulgação


©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assess

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

A salvação da lavoura: Águas do São Francisco chegam ao Seridó e abrem nova era hídrica no RN

 Águas do São Francisco chegam ao Seridó e abrem nova era hídrica no RN

O primeiro toque da água no Seridó foi recebido com silêncio e expectativa. Às margens do Rio Piranhas, em Jardim de Piranhas, moradores se aproximaram da estação de captação da Caern para ver o que, até então, parecia distante.

A governadora Fátima Bezerra, emocionada, ressaltou o caráter histórico do momento. “O que nós estamos fazendo aqui hoje é história. Nós estamos celebrando a chegada das águas do São Francisco ao Seridó, agora de forma planejada, consistente, eficiente e contínua. Isso significa que, a partir de agora, o povo do Seridó conta, para sempre, com essas águas para saciar a sede e para promover o desenvolvimento”, afirmou.

A cerimônia começou em Jardim de Piranhas, às 15h, e seguiu às 17h para a abertura das comportas da barragem de Oiticica, em Jucurutu, permitindo que o fluxo seguisse em direção à barragem Armando Ribeiro Gonçalves.

Ao lado de Fátima, o Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, reforçou a importância do investimento para além do abastecimento humano. “Nós não estamos falando só de água para matar a sede. Estamos falando de desenvolvimento, de turismo, de agricultura, de geração de oportunidades. O presidente Lula deixou claro: é preciso acelerar para que a água também seja motor do desenvolvimento econômico do semiárido”, disse.

O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do país, com 477 quilômetros de extensão em dois eixos. Ele vai garantir segurança hídrica a 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Com a abertura das comportas da barragem de Oiticica, as águas seguirão em direção ao maior reservatório do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, inaugurando uma nova etapa de segurança hídrica. “Estamos conectando infraestrutura e vida. Não se trata apenas de engenharia, mas de dignidade para o povo potiguar”, disse a governadora Fátima.

Participaram do evento o ex-senador Garibaldi Alves; a deputada federal Natália Bonavides; os deputados estaduais Isolda Dantas, Francisco Medeiros (Chico do PT), Divaneide Basílio e Hermano Morais; os prefeitos Carlos Augusto de Paiva (Luís Gomes), Judas Tadeu Alves dos Santos (Caicó), Joaquim José de Medeiros (Cruzeta) e Elvécio Gurgel de Sales (Janduís); e Isaac Alexandre dos Santos, vice-prefeito de São Fernando; e Maciel dos Santos Freire, prefeito de Cerro Corá.

Foto: Joana Lima

JBAnota - Como sertanejo e neto e filho de agricultor, sei da importância da água no solo do Sertão, por isso: A salvação da lavoura, ditado sertanejo, como também a salvação para a vida do sertanejo.


©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assessorn_

Pesquisadores obtêm patente de curativo com propriedades de liberação de medicação

 Pesquisadores da UFRN obtêm patente de curativo com propriedades de liberação de medicação

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) recebeu do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o patenteamento definitivo de uma fita cerâmica com aparência similar a um curativo, como os da marca ‘band-aid’, capaz de, ao ser colocada em uma ferida, liberar uma medicação gradualmente, auxiliando na cicatrização.

O grupo de cientistas envolvidos é composto por Sibele Berenice Castellã Pergher, Anna Karla de Carvalho Freitas, Iane Maiara Soares de Souza, Ana Paula da Silva Peres e Wilson Acchar. O depósito da invenção ocorreu no ano de 2017 e recebeu o nome de “Nanocompósito LPM13 para liberação controlada de neomicina a partir do argilomineral paligorskita via tape casting aquoso”. Os pesquisadores identificam que a fita pode ser moldada em diferentes formatos e tamanhos, conforme a necessidade.

Professora do Instituto de Química, Sibele Pergher pontua que o material utilizado no estudo é uma argila chamada paligorskita, também conhecida como atapulgita. “Trata-se de um material natural, abundante e de baixo custo, com propriedades fibrosas e porosas. Nestes poros, inserimos a neomicina, um fármaco que é liberado de forma lenta e controlada no local da ferida. Além da argila e do medicamento, há também um agente ligante e um biopolímero, que conferem maleabilidade e facilitam o uso”, descreve.

O objetivo é que a fita proporcione o tratamento da ferida, liberando o medicamento por um período prolongado, sem a necessidade de aplicações frequentes. Um efeito colateral positivo é que, dessa maneira, o material agride menos a pele, por exemplo, ao reduzir a necessidade de trocas recorrentes de curativos. A fita cerâmica com o antibiótico tende a absorver a umidade, sendo especialmente útil em feridas de difícil cicatrização, como as de pacientes diabéticos. Outro inventor envolvido, Wilson Acchar, salienta que a pesquisa envolveu o teste da tecnologia com o fármaco neomicina, mas ela pode ser aplicada a outros fármacos, o que demonstra a sua versatilidade.

“A tecnologia por trás da fabricação dessa invenção, desenvolvida durante o doutorado de Iane e Anna Karla, otimizou o processo para criar uma fita que pode ser cortada no tamanho desejado e aplicada em um esparadrapo, funcionando de maneira semelhante a um curativo comercial desses encontrados em farmácias. A espessura da fita pode variar dependendo da aplicação desejada, assim como a proporção dos ingredientes utilizados”, identifica o docente da UFRN.

Tecnicamente, o procedimento utilizado consiste na preparação do híbrido paligorskita-neomicina. Uma vez obtido este material, é possível iniciar a preparação da fita cerâmica via tape casting. A suspensão, para tanto, foi preparada através da mistura da paligorskita-neomicina, água destilada, dispersante e etanol, sendo esta colocada sob agitação em um moinho de bolas. Após, são incluídos o ligante, o plastificante, o etanol, o surfactante e o antiespumante. Em seguida, a suspensão é levada novamente para o moinho de bolas.

A colagem da fita é efetuada através do movimento da superfície coletora sob uma lâmina fixa, e a secagem é realizada em temperatura ambiente. Após a fita cerâmica ser produzida, ocorreu a fase de testes, a fim de verificar a capacidade de controle de liberação, o que comprovou que o nanocompósito LPM13 apresentou controle na liberação do fármaco neomicina, sendo de interesse para uso tópico, como curativos, com atividade antimicrobiana.

Entre o depósito e a concessão

“Apesar do tempo decorrido entre o depósito da patente e a expedição da carta patente, estamos trabalhando para dar continuidade ao projeto, visando sua implementação e disponibilização ao público. As desenvolvedoras chegaram a criar uma startup chamada TAPE Care que, embora não tenha avançado, demonstra o potencial do produto. A simplicidade da fita facilita a sua utilização, mas o desenvolvimento exigiu anos de pesquisa para definir a quantidade ideal de fármaco e a sua liberação prolongada”, narra Sibele. A pesquisadora acrescenta ainda a importância de parcerias e aproximações entre grupos de pesquisa, como ocorreu no caso, que juntou pesquisadores da engenharia de materiais e da química. Para Pergher, a interdisciplinaridade otimiza a pesquisa e acelera o desenvolvimento de novos produtos.

“Por exemplo, eu trabalho com a parte de materiais porosos, enquanto que o professor Wilson Acchar tem mais expertise na obtenção de fitas cerâmicas (com várias teses defendidas neste tema), e precisamos também de competências na parte de liberação de fármacos. A gente tem uma patente, com a participação do Artur de Santana Oliveira e Ana Clécia Santos de Alcântara, que é a liberação controlada da olanzapina, substância utilizada no tratamento da esquizofrenia”, pontua Pergher. Essa tecnologia foi também objeto de outra reportagem, cujo acesso pode ser feito clicando aqui.

Juntando as concessões de patente que ambos participaram, Sibele e Achar contam com doze cartas-patente, o que os coloca entre os principais patenteadores da UFRN. Essa é a 97ª concessão da UFRN, número que também a insere em um patamar de relevância regional, sendo a instituição de ensino com mais concessões entre as localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 1340/

Assessor de Comunicação AGIR/UFRN/84 991936277

Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN


©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assessorn_

Aeroporto de Natal registra crescimento de 3,6% no primeiro semestre de 2025

 Mais de 1,19 milhão de passageiros passaram pelo terminal potiguar entre janeiro e junho

O Aeroporto Internacional de Natal, localizado em São Gonçalo do Amarante, operado pela Zurich Airport Brasil, encerrou o primeiro semestre de 2025 com 1.190.636 passageiros transportados, segundo dados operacionais da concessionária que administra o terminal. O número representa um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 1.147.528 passageiros.

O avanço acompanha a retomada consistente do setor aéreo e reforça a importância do terminal como principal porta de entrada do Rio Grande do Norte. Tanto os voos domésticos quanto os internacionais apresentaram aumento no período.

Entre as companhias aéreas, a Gol Linhas Aéreas liderou o fluxo de passageiros, com 423.163 viajantes transportados, o que representa 36% do total movimentado. Em seguida aparecem a Latam, com 409.748 passageiros (34%), e a Azul, com 300.719 passageiros (25%).

No mercado internacional, a TAP Air Portugal segue como destaque na ligação entre Natal e Lisboa, com 36.746 passageiros transportados, mantendo 3% de participação no total de embarques e desembarques do terminal.

Para Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil, os números refletem o esforço conjunto entre a concessionária, companhias aéreas e órgãos públicos para ampliar a conectividade do estado: “O aumento no número de passageiros reflete nosso compromisso em oferecer uma experiência cada vez melhor e ampliar as conexões. Acreditamos que 2026 será ainda melhor com o início de operação da JetSMART, e estamos trabalhando de forma estratégica para consolidar o aeroporto como um parceiro do turismo e da economia da região.”

A JetSMART, cia aérea chilena conhecida pela operação low-cost (baixo custo), irá operar voos entre Natal e Buenos Aires, a partir de 30 de dezembro de 2025. O anúncio foi feito no início deste mês.

Mais informações: Anna Paula Andrade (84) 99208-8873

Crédito Foto: Alessandro Mike/Cedida

©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assessorn_

domingo, 17 de agosto de 2025

RÁDIO NO SANGUE

 Por Fernando Luiz*

No ano de 1972 trabalhei como disc-jóquei na rádio Nordeste AM de Natal quando não existia FM. Na época o Rádio natalense já tinha alguns radialistas famosos: Carlos Alberto, da rádio Cabugi, que graças à popularidade conquistada como disc-jóquei se elegeu ininterruptamente vereador, deputado estadual, deputado federal e senador, e Jota Belmont, que ingressou no rádio em 1964 na Rádio Trairy e em 1967 foi para a Rádio Cabugi, onde permaneceu até 1974.  Em 1975 mudou-se para Mossoró, onde trabalhou nas Rádios Difusora, Libertadora e Tapuyo, chegando a se tornar deputado estadual.

Outro nome que marcou época no Rádio natalense foi Gerson Luiz. Começando como disc-jóquei na rádio Trairy na segunda metade dos anos sessenta, Gerson se firmou como um dos maiores nomes da radiofonia potiguar, chegando a ser líder absoluto de audiência na Rádio Cabugi nos anos setenta durante as manhãs de segunda a sexta-feira. Além desses comunicadores, Natal conheceu outros nomes que fizeram história, cada um com um estilo próprio, entre os quais podem ser citados Ajosenildo Alves, Assis de Paula, Edson de Oliveira, Getúlio Medeiros, Alnice Marques, Wellington Carvalho, Betânio Bezerra, Coroné Bolachinha, (que marcou época com a Tarde Sertaneja) e José Eudo (“A voz sorriso do Rádio”), para citar apenas alguns. 

Como eu já disse anteriormente, em 1972 fui trabalhar na Rádio Nordeste, levado por Catolé, - na época discotecário da emissora e empresário do conjunto Apaches, do qual eu era crooner – para substituir Jota Belmont, contratado pela Rádio Cabugi. No final de 1973 me mudei para o Rio de Janeiro, de onde voltei em 1980, quando fui trabalhar na Rádio Trairy – depois Rádio Tropical.  Posteriormente trabalhei como disc-jóquei na FM 95, na FM 94 e na Rádio Poti AM. 

O Rádio sempre foi um meio projeção dos comunicadores. Os salários dos radialistas, com raras exceções, nunca foram grande coisa, mas ofereciam – e ainda oferecem - uma vantagem extra: os locutores, principalmente os líderes de audiência e com espírito empreendedor, além da fama, podem ganhar um bom dinheiro como promotores de eventos, apresentadores de shows e até mesmo como empresários artísticos. 

No Brasil, os anos 50 foram considerados como a “Era de Ouro do Rádio”. Na época, no Rio de Janeiro, o rádio chegava a cerca de 95% das residências, com uma média geral de três ouvintes por aparelho, de segunda a sábado, com um aumento para quatro ouvintes aos domingos. Foi aí que começou a se popularizar o famoso “jabá”; era quando os radialistas recebiam dinheiro, presentes e até shows de cantores como forma de pagamento para tocarem determinadas músicas em seus programas. Coincidência ou não, também foi nos anos 50, com a explosão do rock'n'roll, que a prática se expandiu nos Estados Unidos onde, desde os anos 1920, os donos de editoras de músicas pagavam a orquestras e a empresários de grupos musicais para que executassem certas músicas pois, além de incentivar a compra das partituras dessas músicas (nessa  época, a venda da partituras davam mais lucro que a venda de discos) também ajudavam a aumentar a vendagem de discos. 

Com o passar do tempo, a execução de músicas mediante pagamento também se intensificou no Brasil e passou a se chamar jabaculê, ou simplesmente jabá, termo este de origem incerta (embora exista uma versão segundo a qual um radialista nordestino, ao receber uma certa quantia de uma gravadora, teria dito que "hoje o jabá das crianças tá garantido"). O jabá nem sempre era pago em dinheiro; podia envolver a entrega de presentes a radialistas que executassem certas canções, ou brindes para sortear. No Brasil, acontecia também na televisão, onde as gravadoras pagavam para que os seus artistas se apresentassem em programas como os do  Chacrinha e Bolinha.

Independente do “jabá oficial” os comunicadores sempre se beneficiavam de alguma forma, em virtude da atividade que exerciam. Eu mesmo, como quase a totalidade dos comunicadores, durante o tempo que trabalhava na Rádio Trairy ganhava discos dos divulgadores, lembranças no dia do aniversário e embora nunca tivesse recebido dinheiro de nenhuma gravadora, também ganhava “um jabá” extra: recebia convites para shows e inúmera vezes era convidado pelo conjunto Brilho do Som para fazer apresentações curtas durante algumas festas recebendo um cachê razoável.

Hoje, como tudo, o “jabá” evoluiu e se oficializou; na verdade, atualmente nem é justo utilizar este termo, pois agora tudo é feito de forma profissional, com contratos entre empresários, gravadoras e veículos de comunicação envolvendo altos custos para a divulgação de obras musicais no Rádio, na TV e nas redes sociais.

Quem já foi radialista ou é atualmente, sempre terá o rádio no sangue e é praticamente impossível alguém ser radialista sem usufruir de algum tipo de jabá. Por isso, digo sem ter medo de errar que, embora antigamente o que era chamado de “jabá” possa ser denominado hoje “parceria”, tudo é a mesma coisa; o que mudou foi só a nomenclatura. 

Instagram: @fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assessorn_

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Postos ALE no RN participam de promoção com miniaturas exclusivas do carro do piloto Rubens Barrichello

 Clientes que abastecerem em postos participantes podem levar para casa a réplica do carro da equipe Mobil ALE Full Time na Stock Car

Até o dia 31 de setembro, 19 Postos ALE do Rio Grande do Norte participam da ação promocional "Miniatura na Pista", que vai dar oportunidade aos consumidores de levar para casa miniaturas do carro de Rubens Barrichello na Stock Car. A partir de R$ 100 em abastecimentos com a linha Energy nos postos participantes, o cliente pode obter o carrinho pagando R$ 49,99 adicionais.

Em sua segunda edição, a promoção "Miniaturas na Pista" conta com uma versão do novo carro pilotado por Rubinho, o "111", agora no modelo Corolla Cross. A miniatura é produzida com exclusividade para a ALE Combustíveis, o que representa uma oportunidade única para os fãs da categoria. 

No Rio Grande do Norte, a promoção está disponível em 16 municípios, incluindo Natal e cidades nas regiões Litoral Leste, Central, Seridó e Oeste Potiguar. Todas as informações da promoção estão disponíveis em http://www2.ale.com.br/promocao-miniatura-na-pista-ENERGY.

Neste ano, a ação destaca os combustíveis Energy, linha de transição energética exclusiva da ALE, que oferece, em média, 7% de economia no consumo e 30% em média de redução na emissão de poluentes. Com esse foco, a promoção foi desenvolvida especialmente para os clientes que abastecem com Energy nos postos participantes. "O objetivo é reforçar os diferenciais da linha e fortalecer a conexão entre inovação, tecnologia e a experiência real do consumidor nos postos", explica o diretor de Marketing da ALE, Diego Pires.

A promoção deste ano está presente em 19 estados brasileiros, com mais de 300 postos participantes em todas as regiões do país. "O sucesso da campanha em 2024 mostrou que a estratégia vai muito além das pistas. Conseguimos unir a paixão pelo automobilismo à vivência dos postos, gerando valor tanto para os clientes quanto para os nossos parceiros da revenda", afirma Diego Pires.

Sobre a ALE

A ALE, fundada em 1996, é a quarta maior distribuidora de combustíveis do país, com uma rede de cerca de 1,5 mil postos e 6,5  mil clientes ativos em 21 estados e no Distrito Federal. A empresa gera cerca de 14 mil empregos diretos e indiretos.

Para os revendedores, a companhia disponibiliza diferenciais, como a linha ENERGY (combustíveis de transição energética, mais eficientes e sustentáveis), o Clube ALE e Livelo (relacionamento e recompensas), a parceria com a Moove para fornecimento de lubrificantes da marca Mobil, a Academia Corporativa ALE (treinamento e capacitação), o programa Ligados na Qualidade (certificação do combustível), as unidades de Serviço Automotivo ALE Express e a loja de conveniência A Esquina.

Ana Beatriz Fonte

Interface Comunicação Empresarial - (32) 99829.3083 

Belvedere | 30320.760 | Belo Horizonte | MG 

Imagem relacionada à divulgação


©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assessorn_

domingo, 10 de agosto de 2025

PAI!

 Pai. Uma palavra pequena, mas que carrega dentro de si um universo inteiro.

Você é aquele que me ensinou que coragem não é ausência de medo, mas a força de seguir em frente mesmo quando ele aparece. Que amor não é só dizer, é estar presente, é segurar firme quando o mundo parece desabar, é sorrir junto nas vitórias e oferecer o ombro nas derrotas.

Ao longo da vida, percebi que você não foi apenas um pai: foi conselheiro, amigo, protetor e, muitas vezes, herói silencioso. A cada passo que dou, levo comigo os ensinamentos que vieram das suas palavras e, principalmente, do seu exemplo.

Que o seu dia seja tão especial quanto o papel que você desempenha na minha vida. Porque, para mim, não existe título maior nem pessoa mais incrível: você é, e sempre será, o meu pai.

- Maria Fernanda, 

Natal/RN, 10/08/2025, domingo, Dia dos Pais.


©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assessorn_


Pai é pai; é paidégua!

 Por João Bosco de Araújo

Jornalista ▶ boscoaraujo@assessorn.com  

Não tenho mais idade de ficar pendurado nos braços de meu pai. Também pudera, ele não vive mais neste mundo de mortais. Mas vivo pendurado nas suas recordações! Quem mandou ser ele um paizão? Dos sete filhos que deixou, também sei da possibilidade de ter contraído outros sete, vezes sete por onde andou em terras pernambucanas e caminhos deste sertão, montado em lombo de burro-mulo durante vinte anos.

Não tenho as provas, só as trovas. Parou aos 40, para se casar com minha mãe, véspera dos anos 1950, recomeçando vida nova no torrão onde nasceu, para nunca mais sair. Seu pedaço de terra no Umbuzeiro era um todo de sua vivência, em pleno sertão caicoense.

Não sei se por eu ter os traços dele – mais do que os outros filhos –, ele me reservava atenção especial, que me regozija a manter essa afinidade infinita. Cumplicidade de pai e filho. Revelava-me, sabiamente, laços de seus ancestrais, suas andanças, esperanças; apontava caminhos de retidão, labutas, crenças, desavenças, paixões. Que pensamento poderia frasear: “O Brasil é grande, o mundo é pequeno!”

Pai só se tem uma vez. E tem que viver como muita paixão. Emoção que um dia transcrevi, rabiscando numa folha de caderno e anotei:

Travessa, Travessia

Travessando a porteira eu cantei

Sorri, brinquei, chorei

Travessando a fronteira eu rezei

Senti, pensei, estudei

Travessando a ponte...

Eu não sei.

Faz pouco tempo que eu cheguei

Ainda não sei como se foi

É tanto tempo que passei

Distante daquele que me pôs.

Um dia, na mais pura sabedoria e inocência de uma criancinha eu também tive a bênção de ser pai. Aos dois aninhos de idade Maria Fernanda me adotou como pai, seu pai de fé, de verdade, de comunhão. Pai de todas as glórias.

A exemplo de meu velho e amigo Pai Pedro Salviano de Araújo, de tantas vidas por mim e a seus outros filhos, meus irmãos, dedicou com afinco, sem limites, sem restrições, na certeza do dever cumprido nesta terra como pai.

Um Paidégua, no melhor sentido da palavra.

E que Deus Pai abençoe a todos os pais, de todas as terras. Amém!

- Texto original publicado em 2009 (e noutras postagens), nos 102 anos de nascimento (1907) de meu pai Pedro Salviano de Araújo e 28 anos de sua morte (1981).

©2025 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo- Twitter @AssessoRN | Instagram:https://www.instagram.com/assessorn_


Postagens mais antigas Página inicial
Copyright © AssessoRN.com | Suporte: Mais Template