Por Fernando Luiz*
Na quinta-feira passada, o presidente Lula sancionou a lei que cria o Dia Nacional do Brega, que a partir do próximo ano será celebrado anualmente no dia 14 de fevereiro, dia do nascimento do cantor pernambucano Reginaldo Rossi.
O projeto nasceu na Câmara Federal, através do Deputado Federal do PSB por Pernambuco, Pedro Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos (falecido tragicamente em um acidente aéreo). No Senado, a relatoria ficou a cargo da senadora Augusta de Brito, do PT do Ceará, que afirmou: “o brega se caracteriza por expressar sentimentos como amor, ciúme e sofrimento, representando a vivência de grande parte da população brasileira”.
No Rio Grande do Norte, foi instituído o Dia Estadual do Brega em 2023, num projeto do deputado Ubaldo Fernandes, que foi aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa, a ser comemorado anualmente no dia 1º de junho, data de nascimento do novacruzense Carlos Alexandre, um dos maiores nomes da música brega nacional. O projeto virou lei que foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra em 1º de junho de 2023.
Eu sempre defendi que o brega é uma manifestação cultural que gera renda, fortalece a economia criativa, estima o surgimento de novos talentos e colabora com a inclusão de centenas de profissionais da música no mercado de trabalho. Minha luta se intensificou a partir do ano de 2000 quando, ao criar o Show das Comunidades, percebi a riqueza cultural dos bairros periféricos de Natal, onde inúmeros artistas do estilo brega – entre outros estilos musicais - foram descobertos.
Pessoalmente, enfrentei muito preconceito e discriminação pelo fato de cantar brega: fui chamado de cafona, cantorzinho de circo, intérprete de músicas de cabaré, etc... Nunca me desestimulei; pelo contrário: além de seguir firme no meu trabalho, comecei a lutar pelo reconhecimento do brega como uma música que, apesar da simplicidade dos acordes e das letras, representava – e representa - algo que está permanentemente ligado ao dia a dia das pessoas, principalmente das mais humildes.
A criação do Dia Nacional do Brega mostra que eu sempre estive no caminho certo e eu torço para que, a partir de agora, os cantores de brega tenham mais espaço não só na mídia, mas nos projetos culturais nas três esferas de poder e que continue, como disse a senadora cearense, a “representar a vivência de grande parte da população brasileira”.
Instagram: @fernandoluizcantor
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