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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Saúde: Tabagismo e dislipidemia são fatores de riscos para pessoas com hipertensão e diabetes

Fumar pode levar tanto ao surgimento de doenças quanto o agravamento das que já existem

Mesmo em algo tão pequeno como o cigarro, cabem mais de 4.700 substâncias tóxicas que são extremamente prejudiciais à saúde. De diversas maneiras, o tabaco pode ser um enorme fator de risco para a saúde. Ele pode estar tanto associado ao surgimento de doenças quanto ao agravamento daquelas que já existem. É o caso da dislipidemia, uma doença de alto risco cardiovascular que está também associada ao diabetes e à hipertensão.

O que é dislipidemia?

A dislipidemia é um fator de risco cardiovascular relevante pelo desenvolvimento da aterosclerose. Explicando por partes: a aterosclerose é uma inflamação provocada pela formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos nas artérias causando o seu entupimento e, consequentemente, uma piora na circulação e oxigenação do sangue. Essa obstrução é causada pelas placas de ateroma, de onde deriva o nome da doença.

A aterosclerose, por sua vez, acontece de forma sistêmica. Acomete simultaneamente em mais de uma artéria. O quadro apresentado pela pessoa vai depender de qual está mais significativamente obstruída. Caso sejam as coronárias (artérias do coração), a obstrução total ou mesmo parcial pode causar o temido infarto agudo do miocárdio. A obstrução de artérias cerebrais pode levar ao acidente vascular cerebral do tipo isquêmico.

Tendo isso em vista, a dislipidemia fala da formação de uma placa em específico: a de gordura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, ela é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue. Colesterol e triglicérides estão incluídos nessas gorduras, que são importantes para que o corpo funcione, mas quando em excesso oferecem um alto risco de infarto e derrame.

Entendendo os conceitos: Colesterol e Triglicérides

O colesterol desempenha funções essenciais no organismo. Ele faz parte da estrutura das células e é importante para a produção de alguns hormônios e de vitaminas. Além disso, o colesterol forma ácidos biliares, que são substâncias que atuam na digestão. Ele se torna um vilão quando existe a presença de uma partícula específica: a LDL.

Para ficar mais claro, é preciso entender que a composição do colesterol é uma só, o que muda é o seu meio de transporte, ou seja: a lipoproteína (partícula) à qual está associado. Ela pode ser de alta ou de baixa densidade, dependendo da composição, com funções diferentes.

Colesterol LDL: o colesterol combinado às lipoproteínas de baixa densidade é chamado de LDL. Em excesso, pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas de gordura que aumentam o risco de obstrução e consequentemente, de infarto e acidente vascular cerebral. Por isso, o LDL é conhecido como “colesterol ruim” e seu nível deve ser mantido baixo.

A principal consequência do excesso do colesterol LDL, e consequentemente da obstrução das artérias, é o aumento do risco de doenças cardiovasculares como: infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (mais conhecido como derrame).

Colesterol HDL: conhecido por ser quem “tira” o colesterol das células para ser eliminado, são lipoproteínas de alta densidade que, quando combinadas ao colesterol, são chamadas de HDL. Ele ajuda a evitar a obstrução das artérias, sendo conhecido como “colesterol bom” e seu nível deve ser mantido alto.

Triglicérides: assim como o colesterol, os triglicérides referem-se a uma molécula de gordura. Produzidos pelo fígado, eles que exercem uma função no corpo que, nesse caso, é ser uma reserva de energia. Em excesso, também está associado aos riscos cardiovasculares.

Qual é a relação entre dislipidemia, diabetes e hipertensão?

Um dos fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes mellitus é o colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue. Esses dois fatores, como visto no tópico anterior, são a base para o surgimento da dislipidemia. As duas doenças conversam entre si, pois quanto maior o índice de gordura no organismo, maior o nível de glicose e de lipídeos no sangue (dislipidemia). E o diabetes é uma doença causada pela resistência à ação da insulina ou deficiência na sua produção, sendo esse o hormônio responsável pelo metabolismo da glicose.

Por outro lado, a hipertensão ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela também está diretamente relacionada ao diabetes, já que a dificuldade em metabolizar aglicose endurece os vasos e colabora para a pressão sanguínea aumentar. São doenças que caminham juntas.

O que o tabagismo tem a ver com isso?

O cigarro é um fator de risco para o surgimento tanto do diabetes quanto da hipertensão, sendo comum encontrar fumantes que apresentem uma das duas doenças ou ainda as duas ao mesmo tempo. Isso porque o tabaco afeta praticamente todos os órgãos do corpo e, no caso do diabetes, os fumantes têm um risco ainda maior de desenvolver a doença. Até mesmo a exposição ao fumo passivo está associada ao desenvolvimento de diabetes tipo 2. No caso das doenças cardiovasculares não é diferente.

Em um cigarro, já foram catalogadas milhares de substâncias que, além do efeito de causar dependência, provocam o estreitamento das artérias e a inflamação e aparecimento da aterosclerose. Nesse sentido, estão associados ao cigarro efeitos prejudiciais sobre a pressão arterial e os vasos sanguíneos, sobre as artérias coronárias e artérias cerebrais. Por esse motivo, é possível identificar em fumantes riscos aumentados de derrames cerebrais (AVC), infarto e desenvolvimento da hipertensão. A situação é ainda mais grave quando o fumante já possui previamente algumas comorbidades, além do uso rotineiro do cigarro .

“Em geral, os pacientes tabagistas também possuem hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemias (presença de níveis elevados de gorduras no sangue). São combinações muito perigosas porque potencializam o efeito do cigarro na inflamação, no estreitamento e na obstrução dos vasos sanguíneos, bem como aceleram a evolução dessas condições, o que pode levar a infarto, derrame, angina (dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração) e morte súbita. Lembrando também do câncer, cujos fatores de risco são bem parecidos com os das doenças cardiovasculares”, explica Roberto Meirelles, médico cardiologista e presidente do corpo clínico do Instituto Nacional de Cardiologia (INC).

Por que e como parar de fumar?

Para a manutenção da saúde em geral, é importantíssimo parar de fumar! Essa é uma decisão que sempre vale a pena e que nunca é tarde para ser tomada. Minutos após o último cigarro tragado, já ocorre redução da frequência cardíaca. Meses depois, os riscos de problemas cardiovasculares graves e de câncer são reduzidos e, com o passar dos anos, podem chegar ao de uma pessoa que nunca fumou.

Diante da importância dessa atitude, o Ministério da Saúde lançou uma plataforma on-line que tem como objetivo contribuir com a redução do uso do tabaco e derivados, a partir dos caminhos que o cidadão pode percorrer dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). É a linha de cuidado para prevenção e controle do tabagismo. Saiba mais aqui.

Texto reproduzido da Ascom/MS

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