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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Psicólogo alerta para perigo do abuso de bebidas alcoólicas durante pandemia

 Pesquisa revela aumento de consumo nocivo de álcool durante quarentena no Brasil

Fim do expediente no home office e você abre uma cerveja para relaxar: o que é um hábito inofensivo para muitos pode se tornar perigoso se adotado com frequência. De acordo com pesquisa feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o abuso de álcool subiu na América Latina durante a pandemia e, no Brasil, 42% dos entrevistados relataram alto consumo da substância.

Do total de 3.799 entrevistados no Brasil, 52,8% relataram o uso da bebida alcoólica como método para relaxar de ao menos um sintoma emocional como ansiedade, nervosismo, insônia, preocupação e irritabilidade. Para o psicólogo Zacarias Ramalho, docente da Estácio Natal - unidade Ponta Negra, esse comportamento é problemático, porque funciona como um refúgio não saudável para sentimentos de medo e de solidão.

“Esse hábito pode vir a se transformar em uma dependência, porque é um comportamento voltado às faltas que afloraram durante o isolamento. Há pessoas que não desenvolveram sua resiliência, que é a capacidade de atravessar situações conflituosas, e é perigoso fazer uso da bebida alcoólica como mecanismo de defesa, para não vivenciar um momento de sofrimento de fato”, afirma o psicólogo.

Na pesquisa realizada entre maio e junho de 2020 também foi observado nos entrevistados entre 30 e 39 anos um aumento do comportamento conhecido como Beber Pesado Episódico (BPE), que ocorre quando a pessoa ingere cerca de cinco doses de bebida, o equivalente a 60 gramas de álcool, em uma única ocasião.

O especialista alerta que o consumo nocivo de bebidas alcoólicas, antes do vício, já é considerado um transtorno mental. “Neste momento, o indivíduo já possui uma condição patológica que necessita de acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, porque o uso abusivo pode levar a transtornos mais graves, com consequências físicas, psicológicas e comportamentais, como agravamento da violência doméstica, acidentes de trânsitos, dentre outros”, explica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), três milhões de mortes por ano resultam do uso nocivo do álcool.

Além de afetar quem consome a bebida de forma desequilibrada, o alcoolismo é uma doença que atinge também todos os que estão à sua volta. “O sujeito que vivencia o alcoolismo, ou outros transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas, tem perdas no processo de interação que podem afetar seus empregos e família, já que se isola do meio no qual convive, devido aos prejuízos que o alcoolismo causa”, destaca.

Neste dia 18 de fevereiro é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Alcoolismo. No Brasil, o consumo de álcool per capita é de 8,9L por ano, número acima da média mundial de 6,4L por pessoa. Segundo dados da OMS, quase 3% da população brasileira acima de 15 anos de idade é considerada alcoólatra.

Diante desses números, o especialista adverte que é necessário abrir espaços para que os jovens possam falar sobre as suas emoções para tentar buscar formas de lidar com alguma problemática que possa resultar no contato tão precoce com o álcool. “Além disso, é necessário promover sempre políticas de prevenção ao uso abusivo de substâncias, seja na escola,  no trabalho, nas redes sociais e redes de amigos”.

Zacarias lembra como a Psicologia pode ajudar na compreensão das questões emocionais de quem faz uso nocivo do álcool e contribuir para o tratamento. “A psicoterapia pode ajudar na compreensão de algumas questões emocionais, desconstruir crenças e percepções, e ajudar a trabalhar o bem estar do indivíduo. Outro ponto muito importante é que hoje existem também serviços como os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) que dispõem de uma equipe multiprofissional que pode contribuir no tratamento da dependência química, avaliando o caso e traçando a melhor conduta terapêutica para cada pessoa”. [por assessoria de imprensa]

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