Coordenadora
do projeto, a professora Adriana da Fonte Porto Carreiro afirmou que para
chegar ao produto final, o grupo procurou integrar ao dispositivo moldeiras
para a execução da moldagem preliminar, na mesma etapa clínica do registro. “A
nossa expectativa é que com a sua aplicação, essa etapa se torne mais precisa e
realizada em menor tempo clínico, o que impactará em menor custo e maior
conforto para o paciente”, pontuou.
Tal
situação é possível, pois o invento proposto oferece a possibilidade de
realização, em uma única sessão clínica, da moldagem anatômica, do registro das
relações maxilomandibulares, das linhas referenciais e da delimitação do
corredor bucal em arcos totalmente edêntulos, etapas necessárias para a
confecção da dentadura. Rodrigo Falcão, doutorando na UFRN, explicou que essa
nova perspectiva é alcançada a partir da interposição e fixação do dispositivo
em meio intrabucal (no meio da boca), adequando-se tanto ao fluxo convencional
como à tecnologia de desenho e produção assistidas por computador.
Para
termos ideia do alcance dessa nova tecnologia, o estudo Percepções
Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança, feito pela Edelman
Insights e divulgado em 2018, identificou que, apenas no Brasil, 39 milhões de
pessoas usam próteses dentárias. Além disso, 16 milhões de brasileiros vivem
sem nenhum dente e 41,5% das pessoas com mais de 60 anos já perderam todos.
Destinada à área odontológica, o dispositivo objeto do pedido de patente tem
ampla utilização na especialidade de prótese dentária, embora sua aplicação
seja específica para as pessoas com arco dentário totalmente edêntulo, ou seja,
aqueles que não tem mais dentes na boca.
O
produto
O
equipamento é dotado de um garfo para determinação do plano oclusal, espaço
dentro da boca estabelecido por uma linha reta traçada da oclusal do último
dente inferior à borda incisal dos incisivos centrais inferiores. Com hastes de
fixação com regulagem telescópica, o invento possibilita ser ajustado às mais
variadas medidas, além de permitir uma união rígida e estável entre o garfo e
as moldeiras, sem a utilização de materiais de consumo adicionais.
“Atualmente,
estamos realizando a impressão do protótipo para avaliação. Será conduzido um
ensaio clínico controlado com o objetivo de avaliar a precisão, facilidade de
uso e impacto na redução do tempo do tratamento e conforto para o paciente”,
esclareceu Sandra Lúcia Moraes, professora da UPE, ao colocar em que estágio
estáo desenvolvimento da tecnologia.
O
projeto é vinculado ao grupo de estudos e pesquisa em Reabilitação Oral (GEPRO)
do programa de pós-graduação em Ciências Odontológicas do Departamento de
Odontologia da UFRN, e conta também com a participação de Ana Larisse Carneiro
e Anne Kaline Claudino. Para o grupo, o processo de patenteamento incentiva a
criação de soluções inovadoras. Na UFRN, a Agência de Inovação (AGIR) é
responsável pela orientação aos inventores quanto aos procedimentos e
requisitos de patenteabilidade dos resultados das pesquisas realizadas, bem
como sobre aspectos da própria gestão da propriedade intelectual.
O
diretor da AGIR, Daniel de Lima Pontes, frisou que a Agência de Inovação
propicia um vasto suporte aos cientistas, bem como trabalha também na
transferência dessa tecnologia. Ele colocou que, embora o período de pandemia,
as demandas dentro da Agência de Inovação continuam sendo recebidas pela equipe
através do e-mail patente@agir.ufrn.br.
Assessoria
de Comunicação da Agência de Inovação
da
Reitoria da UFRN
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