“A
aplicação é a incorporação da argila em resina epóxi para obtenção de
superfícies hidrofóbicas, ou que repelem água. É importante ressaltar que há
diversas áreas da indústria que necessitam proteção contra a presença de água
na superfície, tais como a naval, para evitar corrosão, e aeronáutica, para
livrar-se do acúmulo de água nas asas, impedindo o congelamento do líquido nas
asas”, contou Mauricio Roberto Bomio Delmonte.
Juntamente
com Arthur Gabriel Bezerra de Azevedo, Maria Carolina Burgos Costa do
Nascimento e Fabiana Villela da Motta, ele forma o grupo que realizou o estudo
vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais
(PPGCEM). Com apoio do CNPq, a primeira fase da pesquisa remonta ao ano de
2014, momento no qual foram estudadas rotas de funcionalização das superfícies
de nanopartículas, com incorporação em um polímero, no caso o silicone.
A
segunda etapa acontece a partir de 2018, com o trabalho de mestrado de Arthur
Azevedo, quando é iniciado o estudo da incorporação das argilas em resinas
epóxi. O resultado dessa dissertação rende como fruto direto a descoberta do
processo de tratamento e o posterior depósito de pedido para patentear a
invenção, denominado “Processo de modificação físico-química de argila
montmorilonítica”.
Hoje
doutorando, Arthur Azevedo assinala que atualmente acontece a continuidade dos
estudos para aprofundamento das pesquisas. Ele acrescenta que o objetivo
central da tese que está desenvolvendo é entender como a mudança das
propriedades superficiais das argilas modulam o grau de repelência da água na
superfície em que a resina epóxi for depositada.
O
viés da aplicação do que é pesquisado, presente em todas essas três etapas, é
utilizado por Maurício Bomio para defender a ideia de que a principal
relevância do processo de patenteamento “é demonstrar para nossos estudantes
que as pesquisas desenvolvidas em nossos laboratórios da UFRN podem
proporcionar o desenvolvimento de tecnologias aplicáveis para nossa sociedade,
o que acredito que motiva nossos estudantes a rever o pensamento científico
para o desenvolvimento de pesquisas mais aplicáveis”, finalizou.
Wilson
Galvão/Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação da Reitoria da UFRN
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