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sábado, 11 de janeiro de 2014

Doido por Caicó, Moacy Cirne deixa de luto o RN e o mundo todo

Foto: superpauta/entrevista
São José da Bonita, Chico Doido, Caicó, quadrinhos, cinema, poema/processo, futebol/Fluminense; paixões de Moacy Cirne que sai de cena para entrar na eternidade. São Saruê? Quiçá, o único ateu devoto da Senhora Sant’Ana, padroeira do sertão. Moacy (poeta e cangaceiro como gostava de se proclamar) morreu neste sábado, 11 de janeiro, em Natal. Sua última entrevista, provavelmente fora agora em dezembro, para o jornalista Roberto Homem, no SuperPauta (confira).
        
 
 
 
 
- No Balaio Porreta 1986 foram mais de 20 anos de publicação, nos últimos anos na internet
 
O primeiro poema publicado  
 
Moacy Cirne
[in Folha Estudantil, Jardim do Seridó, 2° sem. 1962]
 
Contrariando
John Donne,
sou uma ilha deserta.
Será que os sinos dobrarão
por mim?
 
Mais poesia de Moacy Cirne
[in Cinema Pax, 1983]
 
a cidade, de sol a sol,
principia pelo fim
no poço que, santana, a protege
 
a cidade, de açude em açude,
afoga os minerais
nas pescarias noturnas transparências
 
a cidade, de sábado a sábado
completa o sertão
com seus horizontes mágicos cordéis
 
a cidade, de rua em rua,
transborda de amor
nos becos bêbados botequins
 
a cidade, de ponte a ponte,
margeia os rios
da memória fluvial seridó
 
a cidade, de pedra em pedra,
constrói o branco
de seu silêncio limpo fugidio
 
a cidade, de festa a festa,
recolhe os frutos
da noite que, sant'ana, se faz julho
 
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