Por Paulo Tarcísio Neto
Medicina
UFRN / paulo_tarcisio@hotmail.com
Ao amigo Luiz Gonzaga Cortez,
Amigo Gonzaga, continuemos com nossa viagem pelas distintas
formas de medicina. Hoje vamos nos focar um pouco mais na Acupuntura,
reconhecida como uma ciência originária da China e que conta como dizem os
econômicos, cerca de 5000 anos de tradição. Obviamente, em poucos parágrafos
não é possível resumir com grande profundidade tão vasta ciência, mas vamos
introduzir um pouco o assunto.
Compreender a acupuntura é difícil para nossa visão ocidental
extremamente materialista e cartesiana por ser necessária a consideração de que
o homem é formado por algo que está além do corpo físico. Tanto um mineral
quanto um vegetal se caracterizam por apresentarem corpos físicos. No entanto, os
vegetais certamente têm algo a mais que os minerais. As filosofias orientais
antigas chamavam esse “algo a mais” de corpo energético, ou corpo prânico, ou
Qi.
O ser humano, assim como os minerais e vegetais, tem um corpo
físico e um corpo energético; mas, além desses, também apresenta um corpo
emocional e um corpo mental.
Com poucas exceções à regra, as doenças se caracterizam por
apresentarem “raízes” nos 4 planos do homem: físico, energético, emocional e
mental. Ao passo que a alopatia foca seu tratamento na raiz física da doença, a
acupuntura atua num plano mais sutil, no plano energético.
Mas como, por meio de algumas agulhas, consigo atuar no meu
corpo energético? A “energia” que
circula em nosso corpo não está distribuída de maneira aleatória, mas de modo
ordenado e lógico – baseia-se na ideia do equilíbrio dos opostos, Yin e Yang,
sobre o qual se baseia todo o universo segundo os chineses. Um desequilíbrio
permanente nesse fluxo energético pode ser a causa ou a conseqüência de nossas
enfermidades.
Por exemplo, se tenho uma tendinite, além da inflamação nos
tendões – raiz física da doença – há também uma alteração no fluxo da energia
do organismo. Se, através da acupuntura, reorganizo o fluxo energético, é
grande a probabilidade de reverter a inflamação que há no físico, cessando ou
reduzindo consideravelmente os sintomas da doença.
Essa é uma explicação extremadamente simplificada da fisiologia
e patologia das enfermidades sob a ótica da acupuntura e medicina tradicional
chinesa, mas é o que cabe num curto texto virtual. É certo que não há nada
melhor que um bom acupunturista para, pessoalmente, esclarecer suas dúvidas
sobre as doenças e se seu caso pode ser eficazmente tratado através dessa
medicina extremamente barata e de raríssimos efeitos colaterais. Cada caso é um
caso, cada paciente é um universo e um médico com uma boa dose de bom senso
poderá ser-lhe muito útil.
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