Equipamento da UFRN melhora funcionalidades na verificação de radiação solar
Denominada “Arquitetura de equivalência elétrica com espelho de corrente cascode e diferença de temperatura constante utilizando termorresistências”, a invenção é fruto do trabalho conjunto de Evandson Claude Seabra Dantas e Sebastian Yuri Cavalcanti Catunda. O primeiro foi responsável pela concepção da arquitetura do dispositivo, desenvolvimento dos cálculos teóricos, seleção dos componentes, modelagem do sistema, simulações e validações. Ele pontua que o sistema é inteiramente analógico e dispensa o uso de microcontroladores ou ajustes manuais, sendo robusto frente a ruídos, variações térmicas e adequado para ambientes externos ou sistemas embarcados.
“Os piranômetros têm amplas aplicações em áreas como energia solar, na avaliação da viabilidade técnica de fazendas fotovoltaicas e calibração do ângulo de instalação dos painéis, também na meteorologia e climatologia, pelo monitoramento da radiação solar para estudos do clima e agricultura, bem como na saúde pública, com a medição da intensidade da radiação solar para alertas de exposição e uso de protetor solar. Em outras palavras, embora passe despercebido pelo público em geral, esse tipo de sensor está presente em fazendas solares, ajudando na gestão da produção de energia; nas estações meteorológicas, auxiliando na previsão do tempo; e em centros de pesquisa, universidades e órgãos de meio ambiente”, enumera Evandson Dantas.
O desenvolvimento do projeto faz parte da tese de doutorado de Evandson, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e cuja orientação foi feita pelo professor Sebastian Catunda, em uma contribuição que abrangeu a definição dos princípios de funcionamento, análise de estabilidade térmica, estratégias de controle, além de acompanhar a construção dos modelos e a redação depositada. “O nosso dispositivo traz uma arquitetura mais moderna, eficiente e robusta, com ampla faixa de operação térmica, ideal para aplicações em diferentes condições climáticas. Ele é mais sensível, confiável e de menor custo em comparação com modelos disponíveis no mercado”, descreve o docente. Ele tem atuado na articulação com o programa de pós-graduação e nas perspectivas de desdobramentos tecnológicos do projeto.
Catunda acrescenta que, atualmente, o grupo de pesquisa tem explorado novas melhorias técnicas que poderão originar novos modelos de utilidade. Segundo ele, essa invenção, somada a outras já desenvolvidas, permitirá criar um piranômetro de alto desempenho, com baixo custo, tamanho reduzido e viabilidade comercial real. O objetivo é levar ao mercado soluções acessíveis tanto para consumidores industriais quanto residenciais, rompendo com os preços atualmente proibitivos desse tipo de equipamento. Essa é o terceiro produto que “virou” pedido de patente; os outros dois, inclusive, foram tema de reportagem anterior, que pode ser conferida clicando aqui. Com protótipos construídos em todas as invenções, a dupla continua em testes com os equipamentos, avaliando o desempenho em diferentes condições ambientais, bem como explorando seu desempenho a longo prazo.
“Essa nova tecnologia representa um avanço ao superar uma limitação dos modelos anteriores, a influência da variação da temperatura ambiente nas medições. A nova perspectiva resultou em um equipamento mais confiável, sensível e adaptável, como frisei anteriormente, o que favorece o uso em escalas comerciais e científicas”, identifica Evandson.
Atuando como profissional há cerca de dois anos junto a empresas do estado de São Paulo, o pesquisador cita que há a expectativa de que a continuação dos estudos gere outros depósitos de pedido de patente. “O patenteamento tem papel essencial na valorização da ciência produzida na universidade. É uma forma concreta de transformar pesquisa em inovação, gerando benefícios para a sociedade, seja por meio do desenvolvimento tecnológico, seja por incentivar colaborações com o setor produtivo”, salienta Evandson.
Patenteamento
O procedimento para um inventor submeter sua descoberta para patentear tem início no próprio Sigaa, na aba Pesquisa, com a notificação de invenção. Após executar esse procedimento, os pesquisadores enviam os dados dos inventores e o texto da patente para o e-mail da Agência de Inovação. Os pormenores seguintes são também acompanhados pela equipe da Agência, bem como os pagamentos de taxas, que são realizados pela Universidade.
O caminho até a concessão propriamente dita demora, usualmente, mais de quatro anos. Nesse período, o INPI avalia se a invenção atende aos critérios de patenteabilidade. O primeiro deles, a novidade, refere-se ao fato de que é algo diferente de tudo o que já existia. O segundo, a atividade inventiva, ocorre sempre que, para um técnico no assunto, a invenção não decorre de maneira evidente. Assim, deve apresentar um grau de criatividade e não ser apenas uma combinação óbvia de elementos já existentes. Por fim, ter uma concessão de patente significa também que ela é passível de aplicação industrial, isto é, pode ser utilizada ou produzida em qualquer tipo de indústria.
Entretanto, ao já fazer o depósito, a tecnologia passa a integrar a vitrine tecnológica da UFRN, grupo de invenções composto pelos pedidos e concessões de patentes e pelos programas de computador que receberam registro do INPI. A lista contém mais de 700 ativos e está disponível para acesso e consulta no site da Agência de Inovação (www.agir.ufrn.br). Dentro da Universidade, a Agência de Inovação (Agir) é a unidade responsável pela proteção e pela gestão desses ativos de propriedade intelectual.
Por Wilson Galvão- Jornalista DRT-RN 13400/
Assessor de Comunicação AGIR/UFRN/84 991936277
Foto: Cícero Oliveira/UFRN
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