Envio de equipes voluntárias, investimento e assinatura de termo de compromisso para continuidade da atenção à saúde dos envolvidos foram algumas das ações do Ministério da Saúde
Como
forma de apoio à emergência local, 67 voluntários foram enviados ao estado por
meio da Força Nacional do SUS. Eles se juntaram às equipes de saúde local logo
no primeiro dia, onde permaneceram por quase um mês. O Ministério da Saúde
investiu R$ 3,3 milhões para atendimento da tragédia. Pelo menos 97% dos
pacientes graves levados até os hospitais da região foram salvos pelo Sistema
Único de Saúde.
Junto
aos 25 enfermeiros, 24 médicos, 11 técnicos de enfermagem, três
fisioterapeutas, dois psicólogos, um administrativo e um profissional de
comunicação, estava Paulo de Tarso, coordenador-geral de Urgência e Emergência
da FN-SUS à época.
“Em
Santa Maria foi feito o primeiro transporte com mais de dois pacientes; eram
seis pacientes graves, de Santa Maria para Porto Alegre. Esse foi o maior
transporte aeromédico da história: 56 pacientes críticos foram removidos”,
relembra Paulo, em trecho disponível no documentário.
Apoio
psicossocial
Segundo
levantamento da pasta, a asfixia em função do cianeto - gás tóxico produzido
pela queima da espuma que revestia o local - causou a maior parte das vítimas.
Com isso, o desafio das equipes de saúde foi atender a um grande número de
pessoas com problemas respiratórios e, ao mesmo tempo, dar apoio psicossocial
às famílias. Ainda assim, 577 pacientes foram atendidos na primeira hora
pós-incêndio.
Um
Núcleo de Atenção Psicossocial foi constituído no próprio dia 27 de janeiro,
composto por voluntários, profissionais de saúde mental do Estado, do município
e de outras regiões do país. Entre janeiro e fevereiro daquele ano, mais de 1
mil atendimentos foram realizados.
Ivan Paiva, então consultor de Urgência e Emergência da Força Nacional do SUS, recorda da preocupação em dar assistência imediata. “Logo foi feito um mapeamento de todos os pacientes que tinham ido à óbito”, conta Ivan, no documentário.
Legado
A
metodologia de montar uma política de atendimento psicossocial para familiares
e profissionais envolvidos, ao mesmo tempo em que se atendiam às vítimas nos
hospitais, ficou como legado para outras emergências, como o rompimento das
barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Além disso:
O
Ministério da Saúde ocupou posição oficial de porta-voz, disponibilizando
dados, orientações e atualizações;
O
antídoto ao cianeto, a hidroxicobalamina, não era um remédio autorizado para
uso no Brasil. Em poucos dias houve articulação do Ministério da Saúde para a
liberação do remédio na Anvisa e o transporte das doses doadas por outros
países. Em razão disso, há estoque do remédio no Brasil atualmente;
Foi
firmado um termo de compromisso entre Ministério da Saúde e organizações locais
para continuidade da atenção à saúde das vítimas, familiares e profissionais de
saúde envolvidos;
Houve
aumento da fiscalização sobre a estrutura necessária para evacuação de grandes
públicos em eventos e normas técnicas de prevenção a incêndios.
Força
Nacional do SUS
Para
apoiar estados e municípios no enfrentamento a emergências de saúde pública ou
situações críticas que afetem diretamente a rede de saúde local, o governo
federal criou, em novembro de 2011, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde
(FN-SUS). Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, entre
outros profissionais, atuam conforme a necessidade.
Desde
a criação, a Força Nacional do SUS realizou missões de apoio a situações de
desastres naturais, como enchentes e deslizamentos; gestão de grandes eventos,
como Rio+20, Círio de Nazaré, Copa do Mundo e Olimpíadas; desassistência e
apoio à reorganização da Rede de Atenção à Saúde, como migração de haitianos e
assistência indígena, a exemplo da crise humanitária vivida atualmente pela
população Yanomami; além de atuar em situações de tragédia, como o incêndio na
boate Kiss. Entre 2020 e 2021, a FN-SUS também participou ativamente no
enfrentamento aos momentos mais críticos da pandemia por Covid-19.
- Assista aqui ao trailer do
documentário: Saúde no Limite da Dor (2023)
Texto
publicado por Comunicação Secretaria de Vigilância em Saúde (SVSA) do
Ministério da Saúde
Imagem
relacionada à divulgação
©2023 www.AssessoRN.com | Jornalista
João Bosco Araújo - Twitter @AssessoRN | Instagram: www.instagram.com/assessorn/
0 comentários:
Postar um comentário