Natal que Manoel Dantas não viu
Por João Gothardo Dantas
Emerenciano
Avenida Rio Branco no final da década 1950 |
Com uma população de
aproximadamente 167.202 habitantes distribuídos em doze bairros – Santos Reis,
Rocas, Ribeira, Cidade Alta, Petrópolis, Tirol, Alecrim, Lagoa Seca, Lagoa
Nova, Dix-sept Rosado, Quintas e Mãe Luiza – Natal apresentava insuficiência
urbanística caracterizada pela modéstia das edificações, precariedade da malha
viária, transportes coletivos obsoletos e, sobretudo, ausência de indústrias.
Região do Baldo no final da década 1950 |
A educação era ministrada por
oito estabelecimentos de ensino superior (Escola de Engenharia, Escola de
Serviço Social, Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuarias,
Faculdade de Direito, Faculdade de Farmácia e Odontologia, Faculdade de
Filosofia, Faculdade de Medicina, Instituto Filosófico São João Bosco);
quatorze cursos secundários (Colégio Imaculada Conceição, Colégio N. Senhora
das Neves, Colégio Santo Antônio, Escola Doméstica, Escola Industrial, Escola
Normal, Escola Técnica de Comércio Alberto Maranhão, Escola Técnica de Comércio
de Natal, Escola Técnica Visconde de Cairu, Ginásio São Luiz, Ginásio 7 de
Setembro, Instituto de Educação do Rio Grande do Norte, Seminário e Instituto
Batista Bereiano, Seminário Menor de São Pedro); cento e sessenta escolas
mantidos pelo Governo do Estado e noventa e oito “escolinhas” mantidas pela Prefeitura,
além de vinte e um cursos particulares.
O sistema de saúde tinha o
atendimento de trinta e seis estabelecimentos (hospitais, casas de saúde e
ambulatórios) sendo o principal deles o Hospital Miguel Couto, atual Hospital
Universitário Onofre Lopes.
O cemitério do Alecrim continuava
a ser o nosso único Campo Santo, “onde o cipreste chora noite e dia a música
dorida de saudades pungentes”.
A inexistência de supermercado
forçava a população a fazer suas compras nos quatro mercados (Cidade Alta,
Alecrim, Quintas e Ribeira) e nas mercearias e bodegas.
O lazer era feito nos vinte e
cinco clubes recreativos existentes, no Teatro Alberto Maranhão, e nos cinemas,
Rex, Rio Grande, Nordeste, São Luiz, São Pedro, São Sebastião, São João e
Potengi, além do passeio de barco a motor e a vela até a praia da Redinha, com
saída do porto flutuante do Canto do Mangue.
Os jornais “A República”, “Diário
de Natal”, “Jornal de Natal”, “O Poti”, “Tribuna do Norte”, e as estações de rádio, Cabugi, Nordeste,
Poti e Emissora de Educação Rural, disputavam os leitores e a audiência da
população que tinha poucos divertimentos.
Afora os equipamentos e serviços
citados existiam em Natal, “no ano da Graça de 1959”, dez bancos, três
bibliotecas, nove cartórios, seis consulados, doze cooperativas, dez agências
de correios e telégrafos, treze hotéis, seis pensões, quarenta e sete templos
católicos, vinte templos protestantes, dezessete centros espíritas, quatro
lojas maçônicas, oito “praças” de automóveis de aluguel, trinta e um sindicatos,
nove agências de transportes fluvial (Natal/Redinha), vinte e uma agências de
transportes rodoviário e a Rede Ferroviária do Nordeste, que fazia o tráfego
com municípios dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, além da cidade do
Recife.
- Texto reproduzido do Jornal
Zona Sul - tendo como fontes:
Natal daqui a cinqüenta anos, de Manoel Dantas, Fundação José Augusto/Sebo
Vermelho, Natal 1996; Guia da Cidade do Natal de J.A. Negromonte e Etelvino
Vera Cruz.
-Quem foi Manoel Dantas, confira em:
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/a-inteliga-ncia-de-manoel-dantas/534948
©2023 www.AssessoRN.com | Jornalista João Bosco Araújo - Twitter @AssessoRN | Instagram: www.instagram.com/assessorn/
0 comentários:
Postar um comentário