Cientistas da UFRN desenvolvem nova tecnologia para indústria ceramista
Por Wilson Galvão da
Agência de Inovação da Reitoria/UFRN
Também
professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Norte (IFRN), ela pontuou ainda que o carago foi analisado durante um ano,
através de ensaios, momentos nos quais o resíduo foi inserido no tijolo
solo-cimento com oito composições diferente e testes seguindo as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Dentre essas, a cientista
frisou que o melhor traço foi escolhido para a solicitação da patente, mas que
“em todas as composições obtivemos excelentes resultados, cerca de três vezes a
mais que a resistência padrão exigida pela norma”. Os materiais apresentaram-se
viáveis em alvenaria de vedação, ou seja, as que são dimensionadas para
suportar seu próprio peso.
Outro
pesquisador envolvido na pesquisa é o professor da UFRN Wilson Acchar.
Supervisor do doutorado de Priscylla no Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Engenharia dos Materiais (PPGCEM) da UFRN, ele complementou que a combinação do
resíduo da indústria salineira, o carago, substância de dimensão grossa e
lamelar, com o cimento e solo laterítico, ambos com granulometrias fina e
esférica, conferiu um bom empacotamento ao material formado, melhorando a
coesão entre as partículas, facilitando a trabalhabilidade.
Além
de Wilson e Priscylla, o grupo de inventores é composto por Sheyla Karolina
Justino Marques e João de Medeiros Dantas Neto, em uma pesquisa fruto de
parceria da UFRN com os Institutos Federais do Rio Grande do Norte e de
Alagoas. Eles ressaltaram ainda que o tijolo proposto pode ser utilizado para
construção de casas populares de baixo custo e a sua elaboração é realizada de
forma simples, confeccionando um material de baixo custo e de fácil produção.
Por não precisar de materiais sofisticados, tampouco de mão de obra
qualificada, acreditam que é uma ferramenta para proporcionar maior acesso à
moradia para populações de baixa renda.
O
pedido de patente deste novo tipo de tijolo passa a integrar o portfólio da
vitrine tecnológica da UFRN, juntando-se a quase outras 300 novas tecnologias.
A quantidade de novos pedidos realizados nos últimos anos faz com que a UFRN
figure em destaque em rankings alusivos à números de propriedade intelectual.
Um exemplo é o ranking dos maiores depositantes residentes 2020, publicação
divulgada em setembro e realizada pelo Instituto Nacional de Propriedade
Intelectual (INPI). Nela, a Universidade entre as 15 instituições com mais
pedidos de patente no Brasil. Os dados são relativos à 2019 e mostram que a
Universidade subiu 13 posições quando comparados os dados de pedidos aos
registrados em 2018, passando de 25° para 12°, empatada com a UFPR e a Robert
Bosch.
Falando
a respeito da importância do processo de patenteamento, Priscylla Gondim
sublinhou que “a patente é a concretização que seu produto foi eficiente e
eficaz, ou seja, que obteve bons resultados e que poder ser replicado e
inserido no mercado”. As orientações e explicações a respeito dos aspectos para
patentear uma determinada invenção, bem como os demais pedidos de registro
intelectual, como marcas e programas de computador, estão sendo realizados via
[ mailto:contato@agir.ufrn.br | e-mail ] da Agência de Inovação (Agir).
Imagens relacionadas à divulgação
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