Além do excesso de peso, especialista
alerta para o tipo de mochila e o modo de uso
A partir de
fevereiro começam as aulas na maioria das escolas. São muitos livros e
cadernos, entre outros materiais, que crianças e adolescentes precisam
transportar todos os dias até o final do ano. Por isso, que pais e responsáveis
devem ficar atentos ao peso que será colocado nas mochilas dos filhos. O
professor do curso de Fisioterapia da Estácio Ponta Negra, João Luiz Pandolphi
dá algumas dicas para evitar os problemas provocados pelo leva e traz da
mochila de casa para a escola.
De acordo
com o fisioterapeuta, o peso, o tipo e o tempo que crianças e adolescentes
ficam com a mochila nas costas podem provocar sérios problemas de postura, por
atingir diretamente a coluna vertebral. Nestes casos, podem ocorrer dores,
cansaço, câimbra, ou até mesmo uma lesão por sobrecarga devido ao uso contínuo
da bolsa. “Um dos acometimentos mais comuns é a hipercifose, conhecido
popularmente como corcunda. A criança tende a curvar os ombros para frente para
equilibrar o peso da mochila e o seu peso corpóreo, acentuando a hipercifose”,
destaca João Luiz.
Para evitar
o problema, o professor alerta que na mochila não deve ser carregado mais do
que 10% do peso corporal. Então, por exemplo, uma criança com 40 quilos não
deve carregar mais que 4 kg nas costas. Além do peso, Pandolphi ressalta que os
pais devem ser cuidadosos na escolha da mochila e na forma de uso. “A comprar
as mochilas, observe se possuem alças largas e se são acolchoadas nas alças e
nas costas, pois estas distribuem melhor o peso por atenderem uma área maior
dos ombros e minimizam a sobrecarga”, explica.
Sobre o
posicionamento da mochila, o professor explica que ela deve ficar centralizada
na coluna vertebral com as alças ajustadas simetricamente nos ombros. Desta
forma, há uma distribuição adequada do peso, minimizando a necessidade de
inclinações para compensações, pois estas geram sobrecarga nos músculos, ossos
e articulações, o que potencializa o desenvolvimento de dores e lesões. “O
ajuste das alças deve feito de acordo com o tamanho da criança, reguladas de
forma que a parte inferior da mochila fique na linha da cintura ou um pouco
abaixo, mas nunca abaixo da altura dos glúteos”, afirma.
O
fisioterapeuta diz ainda que as mochilas com rodinhas também são aceitáveis,
desde que respeitem a carga de no máximo 10% do peso corporal, “com atenção
para frequentemente mudar o lado do corpo que puxa a mochila”, explica. Também
são recomendados alguns cuidados ao puxá-las, para que não gere lesões. “As
crianças não devem ficar inclinadas para trás, nem devem girar o tronco em
grande amplitude para carregar a mochila, que deve ficar próxima ao corpo,
quase ao lado e na altura da cintura para que a criança ande ereta e não
posicione a mão muito para trás”, explica.
Todas essas
dicas são fundamentais para a saúde corporal das crianças, alerta o professor.
“Também podemos destacar que o excesso de peso corporal, a ausência de
atividade física, o mobiliário inadequado às atividades escolares são fatores
que também podem levar a desvios posturais”, pontua. Para uma melhor avaliação
e orientação o indicado é procurar um fisioterapeuta. [por assessoria de imprensa]
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