Por Lady Kelly Farias da Silva
Terapeuta Ocupacional - Casa Durval Paiva
Crefito:14295-TO
A
resiliência diz respeito à capacidade de evolução ou de adaptação em momentos
de adversidade e, partindo desse pressuposto, surge o interesse em buscar por
uma maior compreensão sobre a capacidade de algumas crianças e adolescentes
lidarem com os estresses que surgem em suas vidas durante o tratamento
oncológico, enquanto outros enfrentavam as mesmas situações, com diferentes
atitudes frente à doença, de uma forma mais intensa, com comportamentos muitas
vezes depressivos, sem perspectiva de superação.
Sabemos que
o câncer acarreta prejuízos nos mais diferentes aspectos e as reações
emocionais estão entre eles, envolvendo o medo, a ansiedade e as inseguranças
durante o tratamento, trazendo significados na história de cada paciente, assim
como, na forma de vivenciar e relacionar consigo mesmo e com o mundo, já que
interfere diretamente nas questões sociais, tamanha mudança na sua rotina
diária, além dos prejuízos no que se refere à autonomia e a independência nas
suas ocupações. Essa realidade interfere exatamente na habilidade de
desenvolver a resiliência, nesse contexto, são poucas as pessoas que conseguem
superar o período de tratamento, ou seja, de tirar proveito dessa experiência.
Nesse
contexto, o setor de terapia ocupacional da Casa de Apoio à Criança Com Câncer
Durval Paiva, trabalha a resiliência como um revitalizador para enfrentar o
cotidiano do paciente em tratamento oncológico e faz uso da arteterapia como
recurso terapêutico, uma forma de expressão da vida, considerando/enfatizando o
indivíduo e não a doença em si, através de atendimento voltado para o paciente,
sua família, priorizando sempre a promoção da saúde e da qualidade de vida.
O terapeuta
ocupacional trabalha desconstruindo e enfrentando os problemas junto ao
paciente, criando possibilidades em busca da reestruturação das atividades
significativas, pois compreende que mesmo em meio a esse processo e predisposta
às limitações, a vida não pode perder o sentido e nem suas perspectivas. Sendo
assim, a arteterapia é utilizada como um dos viés da Terapia Ocupacional na
promoção da resiliência, na reorganização do cotidiano, enfatizando a
importância de realizar intervenções que favoreçam as expressões das emoções,
através de atividades corporais, pintura, desenhos, artesanato, a fim de
descobrir alternativas que desenvolvam suas potencialidades, ou seja, são
proporcionadas experiências que facilitem ao paciente além da expressão,
elaborar também seus medos, incertezas e angústias frente ao câncer, sendo um
facilitador de estratégia no enfrentamento das adversidades.
No cenário
da oncologia pediátrica, é percebido que o paciente com câncer, apesar de
parecer frágil, pode alcançar a superação das dificuldades, conseguir
ressignificar o sofrimento e retornar à vida, sabendo que cada pessoa vai
responder à determinada situação de uma forma diferente, de acordo com a
singularidade das atitudes resilientes, esse comportamento vai depender de como
a situação é vista e o que ela significa para cada um. Tendo a terapia
ocupacional como foco, o fazer humano, se faz importante para a construção da
atenção integral e humanizada em oncologia, objetivando acrescentar novos
projetos de vida e que estes sejam de fato significativos e produtivos, além da
oportunidade de proporcionar um ambiente onde seja possível acolher, priorizar
o vínculo e oportunizar a sociabilidade para uma vida com mais qualidade e
segurança sobre si e, consequentemente, a conquista da resiliência reaprendida.
Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval
Paiva
Assessoria de Comunicação
Imagem relacionada à divulgação
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