Arte Educadora - Casa Durval Paiva
Com as novas
tecnologias os brinquedos artesanais estão cada vez mais escassos nas feiras de
artesanato, como também na casa dos brasileiros. Hoje em dia é muito difícil,
se não quase raro, você ver uma criança brincando na rua, isso se dá por conta
de fatores como a violência e a era digital. Devido a violência, as mães não
deixam mais seus filhos saírem para brincar, por medo que algo aconteça e
acabam cedendo a essas crianças os brinquedos da era digital como: vídeo games,
tablets ou até mesmo os celulares. Hoje, cada vez mais cedo as crianças entram
no universo digital e, muitas vezes, sabem manusear os aparelhos melhor que os
próprios adultos, mas tudo isso tem um peso.
Por conta
das novas escolhas que os adultos são levados a tomar, as brincadeiras antigas
estão cada vez mais perdidas na sociedade. É raro, se não raríssimo, encontrar
uma criança brincando de pipa, peteca, amarelinha, queimada, esconde-esconde,
entre outras. Estamos perdendo cultura. Não que os pais não possam escolher de
que forma seus filhos possam brincar, mas o que vem acontecendo não permite o
poder da escolha e sim, uma imposição devido as circunstâncias. Se as crianças
não podem brincar na rua, os pais procuram um meio mais seguro para que isso
aconteça e hoje isso se dá dentro dos próprios lares, em um ambiente mais
seguro.
Remando
contra a maré, e lutando para que a cultura popular não seja esquecida,
acontece o Projeto Fazendo Arte, desenvolvido com as mães/acompanhantes da Casa
Durval Paiva. O projeto tem dado a oportunidade dessas mulheres desenvolverem
brinquedos artesanais como: petecas; bonecas de pano, baladeira, etc. Como
também vem oferecendo aulas no seguimento de arte e cultura.
As oficinas
de brinquedos artesanais e as aulas sobre arte e cultura vêm possibilitando a construção
de conhecimento e respeito à cultura. Esses ensinamentos também perpassam por
sentimentos de nostalgia, visto que, essas mulheres estão se envolvendo com
tanta intensidade no ato e processo criativo que acabam por desenvolver afeto
pelo objeto criado. Essa estima chega a tal ponto que elas já não quererem
vender seus produtos, mas ficar com os mesmos, como ocorreu com as bonecas de
pano.
É tão
maravilhoso, quanto gratificante, ver essas mulheres que passam por situações
adversas em virtude do tratamento de seus filhos, voltarem a ser criança, a
brincarem com as bonecas que elas próprias produziram, bonecas essas
construídas por suas próprias mãos. Vê-las recordando a infância e percebendo
como esse tempo era bom, como elas brincavam. Essa vivência tem favorecido um
ambiente mais alegre e ameno, como também, vem criando um espaço de mais
vivência entre mãe e filho, pois essas mães/acompanhantes acabam mostrando a
seus filhos como elas brincavam, favorecendo assim, a disseminação da cultura
nordestina.
Como já
disse o poeta chileno Pablo Neruda “Criança que não brinca não é criança.
Adulto que não brinca perdeu para sempre a criança que existe dentro dele.“.
Dessa forma, o resgate da cultura popular através das brincadeiras antigas além
de auxiliar na promoção da cidadania e respeito à vida das famílias assistidas
pela Casa, tem contribuído para a descoberta de novos talentos, na consolidação
de mães artesãs, como também, dá a essas mulheres a oportunidade de relembrarem
a doçura dos momentos de infância.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
Foto relacionada à divulgação
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