As
ocorrências de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes
infelizmente são mais comuns do que se pensa. Dados atualizados do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), por exemplo, mostram que 70% das
vítimas de estupro do País são menores de idade. O Rio Grande do Norte
contabilizou um total de 4.108 denúncias de violência sexual contra crianças e
adolescentes ao serviço Disque 100 entre 2011 e 2017, segundo dados do
Ministério dos Direitos Humanos. Casos podem ocorrer com crianças próximas.
Como identificar e abordar o assunto com a criança, ou adolescente, sobre a
situação?
O tema se
destaca, especialmente, porque esta sexta-feira, 18 de maio, é o Dia Nacional
de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes,
estabelecido pela Lei Federal 9.970/00.
De acordo
com a professora de Psicologia da Estácio, Elaine Eufrásio, não há um padrão
fixo comportamental para identificar um abuso, no entanto, há indícios comuns
na criança e/ou adolescente que merecem atenção. Mudanças bruscas de
comportamento, conversas de cunho sexual, referências constantes às partes
íntimas, podem ser indícios.
“Muitas
vezes a criança apresenta em desenhos, brincadeiras, ou na sua própria
linguagem. São pinturas com o órgão sexual em destaque; interesse súbito em
beijar, acariciar, de uma maneira não apropriada para a idade; uso de
vocabulário de cunho sexual incomum”, exemplifica a psicóloga.
Elaine
ressalta que o comportamento repulsivo, ou de aproximação sexualizada, com uma
pessoa específica merece observação também. De acordo com dados do Ministério
da Justiça, mais de 80% dos abusos sexuais cometidos contra crianças e
adolescentes acontecem dentro da casa da própria vítima.
Neste
cenário, os pais e responsáveis devem fazer com que a criança e/ou adolescente
se sinta ouvido e acolhido, sem questionamentos. “Daí a importância da base
familiar, do laço de confiança e afeto. Há estes sinais, mas se os responsáveis
não tiverem a atenção necessária, a situação vai passar despercebida. Hoje
temos muitos afazeres, mas é preciso separar um tempo de qualidade para essas
crianças”, ressalta a profissional.
Confirmada a
suspeita, é hora de fazer a denúncia
Também é
preciso entender a diferença entre abuso e exploração sexual. A professora do
curso de Serviço Social da Estácio, Annamaria Martins, explica que um abuso é
configurado por qualquer ato de cunho sexual com a criança/adolescente, e não
se restringe somente à consumação do sexo. Um toque diferente, o exibicionismo,
mensagens obscenas, ou qualquer outra conduta sexual prejudicial ao bem-estar
mental, emocional ou físico de uma criança é considerado um abuso sexual
infantil, esclarece.
“Já a
exploração envolve a mercantilização do corpo, e qualquer aspecto que indique
isto. Quando a criança/adolescente troca o ato sexual por dinheiro, comida,
roupa”, elucida a professora. Se identificado qualquer um destes casos, a
indicação é de denunciar imediatamente. “É muito importante isto, porque a
criança vai precisar do adulto para fazer a denúncia”, frisa.
O
denunciante pode ligar para o Disque 100 e relatar o ocorrido anonimamente, ou
também ir diretamente à Delegacia Especial de Defesa da Criança e do
Adolescente, já que se trata de um crime. A ajuda pode vir também do Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), ou até por meio do
Ministério Público.
Serviço
Gratuito
Com a
necessidade de auxílio psicológico, a família deve procurar por ajuda profissional.
A Clínica de Psicologia da Estácio Ponta Negra, denominada Serviço de
Psicologia Aplicada (SPA), oferece atendimentos terapêuticos e serviço de
plantão de escuta psicológica gratuitamente para a população, de todas as
idades. O SPA fica no prédio da faculdade, localizado na Av. Engenheiro Roberto
Freire, próximo ao Banco do Brasil. Para o plantão não é necessário
agendamento.
Plantão de
escuta psicológica
Terças e
quintas: das 13h30 às 17h
Quartas:
7h30 às 13h30
Quintas: das
13h30 às 17h
Triagem para
terapia
Quintas das
18h30 às 20h
Contato:
3642-7531
Por Assessoria de Impressa
Foto relacionada à divulgação
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