Williane
Silva – ASCOM-Reitoria/UFRN
“Somos os
herdeiros do futuro e, pra esse futuro ser feliz, vamos ter que cuidar bem
desse país”, canta Toquinho, reverberando o alerta de Luiz Gonzaga entoando os
versos “não posso respirar, não posso mais nadar, a terra está morrendo, não dá
mais pra plantar”. As canções reforçam a nossa responsabilidade com os recursos
naturais para as futuras gerações e para o desenvolvimento de ações
sustentáveis. Nessa perspectiva, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
avançou mais um passo com a criação da Política Ambiental da instituição de
ensino.
Com base na
Política Nacional do Meio Ambiente, que incentiva “a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida”, para assegurar condições
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana, a Política Ambiental da UFRN traz um
conjunto de princípios e diretrizes que visam implantar ou regulamentar ações
institucionais com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável na
Universidade e na sociedade, na perspectiva de um ambiente saudável e
ecologicamente equilibrado.
A discussão
sobre a criação da Política teve início há um ano em um seminário de meio
ambiente, quando foi formada uma comissão composta pela comunidade acadêmica,
com o intuito de elaborar uma minuta ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
(Consepe), conta a pró-reitora de Extensão e relatora da proposta, Maria de
Fátima Freire de Melo Ximenes.
Aprovado
pelo Consepe, no dia 10 de abril, o documento traz como princípios norteadores
o desenvolvimento sustentável, participação democrática e inclusiva; transparência
no acesso à informação; cooperação mútua com a comunidade interna e externa;
integração de saberes no planejamento e na gestão das suas ações; respeito às
especificidades e estímulo ao desenvolvimento socioambiental local; e
valorização do conhecimento produzido na UFRN.
Entendendo
que o meio ambiente é patrimônio público a ser assegurado e protegido para o
uso coletivo, na opinião da relatora da proposição, “com a política, estamos
dizendo que queremos contribuir com a resolução dos problemas ambientais do
presente e do futuro, por meio do ensino, da pesquisa, da extensão e da
gestão”.
A resolução
da Universidade vem cumprir ainda proposições da Organização Nações Unidas
(ONU), como a Agenda 2030 – “plano de ação para pessoas, para o planeta e para
a prosperidade”- e a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS), trazendo estímulo à criação de estratégias de uso e gestão do território
de forma sustentável, priorizando a recuperação de áreas degradadas, a
conservação de ecossistemas e da biodiversidade; aos modos sustentáveis de
transporte dentro dos campi da UFRN; à melhoria da qualidade de vida no
trabalho, segurança e saúde ocupacionais; à alimentação saudável; à valorização
da diversidade cultural, de gênero e de opiniões como vetores do
desenvolvimento acadêmico sustentável; entre outros objetivos.
Após a
publicação do documento, o próximo passo é formar um Conselho Gestor da
Política Ambiental, constituído pela Gestão Central da instituição. O grupo
terá natureza avaliativa, consultiva e deliberativa e será composta pela
Diretoria de Meio Ambiente (DMA), representantes das Pró-Reitorias, dos
Centros, Unidades Acadêmicas, alunos e de órgãos ambientais externos de nível
estadual e federal.
De toda
forma, quaisquer unidades, órgãos ou servidores da UFRN podem propor programas
institucionais de gestão ambiental cuja implementação estará condicionada à
avaliação e aprovação do Conselho Gestor da Política Ambiental. A resolução foi
publicada na íntegra no Boletim de Serviço, no Sistema Integrado de Patrimônio,
Administração e Contratos (SIPAC), no dia 12 de abril: www.sipac.ufrn.br
Ações
anteriores à Política
O Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFRN aponta a implantação de ações
sustentáveis e a Diretoria de Meio Ambiente (DMA), o setor responsável pelo
gerenciamento dos recursos produzidos na Universidade vinculado à
Superintendência de Infraestrutura (SIN), já desenvolve atividades nessa
perspectiva, como o cuidado com os resíduos, tratamento de esgoto, reuso da
água para irrigação, arborização e paisagismo do campus, controle de vetores e
zoonoses (dengue e felino), monitoramento da qualidade da água, estudos
ambientais das obras executadas, compostagem, além de ações educativas, a
exemplo das capacitações e treinamentos para a comunidade acadêmica e campanhas
de sensibilização para a diminuição de uso de papel e de copo descartável.
Segundo o
diretor de Meio Ambiente da UFRN, Herberte Hálamo, a Diretoria participou da
construção da Política Ambiental e acredita que o documento vai facilitar a
articulação entre os diversos setores da instituição. “É um avanço na
integração da área acadêmica com a administrativa, que vai proporcionar a
análise de projetos pedagógicos com base na sustentabilidade”, avalia o gestor.
Confira as
ações da DMA: http://www.meioambiente.ufrn.br/
Fotos: Cícero Oliveira
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