Na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o curso de Licenciatura em
Letras-Libras/Língua Portuguesa teve início no ano de 2013, contando somente
com um quadro de professores substitutos. Hoje, o curso conta com oito docentes
efetivos.
A professora
Simone Patrícia (pessoa surda), integrante do quadro docente do curso
desde 2015 e vice-coordenadora do curso
desde 2016, afirma que o principal objetivo da Licenciatura é a formação dos
professores com dupla habilitação, para atuarem no ensino de Libras e de
Português como segunda língua para surdos.
Os
professores formados na graduação Letras-Libras/Língua Portuguesa acessam o
mercado de trabalho na educação básica, podendo atuar no ensino fundamental (6°
ao 9° ano) ou no ensino médio, em escolas públicas e particulares. Para atuar
no ensino superior, também é exigido do profissional curso de pós-graduação.
Sobre a
divisão do curso, Simone Patrícia explica: “há três áreas: Ensino de Libras,
Estudos Linguísticos para Usuários de Libras e Estudos Literários para Usuários
de Libras”. Ainda de acordo com o ela, por ocasião da reformulação do Projeto
Pedagógico do Curso, está sendo criada a área de Ensino de Língua Portuguesa
para Surdos.
O ingresso
no curso acontece via vestibular, com um Teste de Habilidades Específicas (THE)
e uma Redação. Os inscritos na seleção passam, primeiramente, por uma prova
objetiva de múltipla escolha (THE), realizada em Língua de Sinais. O teste é
necessário, pois o curso é ministrado em Língua dos Sinais, e a maior parte das
aulas não contam com intérprete. A segunda etapa, consiste da escritura de um
texto de cunho argumentativo, cujo tema varia a cada edição.
Durante sua
existência, o curso já passou por problemas e vem avançando em sua resolução,
através de investimentos, conquista de espaços (salas), oferta de extensões
(eventos e cursos), parceria com diversos setores da UFRN, entre outros.
O
Letras-Libras/Língua Portuguesa foi avaliado em 2017 pelo MEC para
reconhecimento, recebendo nota três, o que para Simone Patrícia, “é bom para
uma área que está começando”. Mas a docente garante que a maior vitória da
Licenciatura foram os concursos para professores efetivos, possibilitando, com isso,
a organização de três laboratórios equipados, com filmadoras e computadores,
materiais indispensáveis para as aulas do curso, que demandam muitos recursos
visuais.
A professora
finaliza ressaltando os benefícios para quem decide seguir esta graduação: “É o
curso ideal para as pessoas surdas e ouvintes que têm vontade de ensinar
crianças, ou mesmo para aqueles que têm interesse na docência de modo geral,
bem como na Língua de Sinais”.
A Língua de
Brasileira de Sinais, Libras, é reconhecida pela Lei n. 10.436/2002,
regulamentada pelo Decreto n. 5.626/2005, e é composta por níveis linguísticos,
como as demais línguas, apresentando fonologia, morfologia, sintaxe e
semântica. Como as línguas orais-auditivas, possui itens lexicais (sinais).
Para se comunicar em Libras não basta conhecer os sinais, sendo de extrema
necessidade conhecer sua gramática, para concatenar as frases, estabelecendo,
assim, a comunicação.
A Libras é
usada pelos surdos do Brasil, e não é simplesmente uma linguagem gestual
brasileira, mas uma língua independente do Português. Prova disso é que os
surdos têm produção literária sinalizada que vem sendo disseminada, trazendo,
assim, mais visibilidade à cultura surda.
Assessoria de Comunicação
CCHLA/UFRN /(84) 3342-2243
Foto relacionada à divulgação
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