Por
Priscylla Kelly Abrantes
Nutricionista da Casa Durval Paiva
CRN 14096
Pacientes
com câncer apresentam diversas alterações metabólicas, bioquímicas e
fisiológicas causadas pela presença das células tumorais, levando a um estado
de hipermetabolismo ou um catabolismo exacerbado, aumentando as demandas
energéticas e estado inflamatório do organismo. Além disso, sabemos também que
o tratamento para este tipo de patologia traz consigo muitas consequências que
afetam diretamente a aceitação alimentar dos pacientes.
A
quimioterapia e a radioterapia, terapias mais utilizadas, trazem consigo
efeitos colaterais como náusea, vômito, diarreia, inapetência, mucosite, boca
seca, alterações no paladar, dentre outros; sintomas estes que influenciarão
diretamente no estado nutricional do paciente, podendo levar à um estado grave
de desnutrição e até mesmo à síndrome da anorexia-caquexia, diminuindo sua
resposta ao tratamento e elevando o risco de morte. No entanto, pacientes que
passarão por procedimentos cirúrgicos ou pelo transplante de medula óssea não
estão menos expostos às complicações e aos riscos nutricionais.
A
imunonutrição foi definida como “uma forma de alimentação artificial que
objetiva a renovação das células para resposta imune” (Hallay et al. apud
Oliveira H. S. D. et al, 2010). Trata-se de uma dieta especial enriquecida com
diversos nutrientes que possuem certo efeito terapêutico em alguns órgãos e/ou
sistemas vitais (sistema imune, intestino, fígado, etc.). Diversos estudos têm revelado
que esta estratégia reduz uma série de complicações perioperatórias e diminui o
tempo de internação hospitalar. Os principais nutrientes utilizados tem sido a
arginina, glutamina, ácidos graxos ômega-3 (de origem marinha) e antioxidantes
ácidos nucléicos e adicionais como vitaminas e minerais.
O ácido
graxo ômega-3 tem sido associado à redução do volume tumoral, melhora do peso
corporal e da anorexia, supressão da produção de substâncias pró-inflamatórias,
aumento da ação da insulina, além de diversos outros benefícios. A glutamina já
é conhecida por sua atuação na proteção da barreira intestinal, aumento das
células imune, e também prevenção contra mucosite grau III e IV (inflamação nas
mucosas orais – bochecha, língua, céu da boca, gengivas e garganta). As
vitaminas e minerais são componentes imunomoduladores essenciais, dentre eles
podemos destacar as vitaminas E e C, o selênio e o zinco. Estudos mostram que
vitaminas antioxidantes podem influenciar positivamente no prognostico de
pacientes criticamente doentes.
A
imunonutrição vem sendo estudada desde a década de 90 e hoje diversas
evidências não deixam dúvidas sobre seus benefícios no tratamento de pacientes
com câncer, tanto em adultos, como no público infantojuvenil. A combinação de
nutrientes para a terapia nutricional que será utilizada deve ser feita
respeitando a individualidade de cada paciente e a suplementação deve ser
iniciada a partir do diagnóstico e mantida até que não haja mais risco
nutricional.
Assessoria de Imprensa Casa Durval Paiva
(84) 4006.1600/ 9981-3474/ 9622-4544
Na luta contra o câncer, quanto mais cedo,
melhor!
Foto relacionada à divulgação
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