Evento promoveu o debate acerca dos
protocolos assistenciais, da atualização dos avanços e das inovações nas
pesquisas em diabetes durante a gestação.
A
Maternidade Escola Januário Cicco, da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (MEJC-UFRN), realizou nesta quinta (22) e sexta (23), o I Simpósio de
Diabetes Gestacional no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
Um dos temas
mais esperados do evento foi o da Professora titular do Departamento de
Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Elaine Christine Dantas Moises.
Especialista renomada no tema de diabetes gestacional, a médica apresentou o
panorama da realidade da diabetes no Brasil e no mundo, e trouxe um pouco da
prática do serviço realizado pela FMRP e de seu impacto social.
“A Organização
Mundial da Saúde (OMS) revela que em 1980, o número de pessoas diabéticas no
mundo era de 108 milhões e, em 2014, subiu para 422 milhões. O Brasil está em
4º lugar no ranking de países com o maior número de pessoas diabéticas na faixa
de 20 a 70 anos”, afirma a especialista.
É o caso de
Raquel de Araújo Oliveira, 26 anos, moradora da cidade de Natal, diagnosticada
diabética prévia. “Faço uso de medicamentos para controle da de glicemia desde
a época em que fui diagnosticada com o problema, após engravidar, precisei
mudar a medicação, mas mesmo assim, tive que ser internada para ajustar a
dosagem da insulina e, consequentemente, melhorar a taxa de açúcar no sangue”,
diz a paciente hospitalizada na enfermaria de alto risco da maternidade.
Para Elaine
Moises, a explicação está na grande mudança do estilo de vida dos brasileiros
nas últimas duas décadas, com o aumento do consumo de açúcar e na redução de
atividades física. “Em consequência disso, a população se tornou obesa. É
comprovado que mais de um a cada três adultos são classificados com sobrepeso e
a população feminina brasileira, segundo o Ministério da Saúde, sofreu um
aumento de 6% na taxa de obesidade, durante o período gestacional, acarretando
em síndromes metabólicas”, disse.
Para o
futuro, estima-se que em 20 anos, o número da população diagnosticada com
diabetes no Brasil aumentará em 9 milhões. Uma criança exposta ao ambiente
intrauterino hiperglicêmico tem seu futuro pré-determinado porque a mãe é
hiperglicêmica. Por isso a Federação Internacional de Geriatria e Obstetrícia
(FIGO), propõe para o mundo que a gestação se torne uma janela de oportunidades
de atuação assistencial.
“A gestação
é o momento em que se olha para a mulher. É uma oportunidade de trata-la não só
no pré-natal e no parto, mas sim estabelecer protocolos, serviços humanizados,
assistências multiprofissionais e políticas de saúde, prevenindo sobretudo
doenças maternas e repercussões na vida adulta da criança e, por consequência,
melhorando a saúde populacional como um todo”, comenta a Elaine.
Sobre a maternidade
A MEJC é um
centro de referência na gestação de alto risco, em cirurgias e endoscopia
ginecológicas, na reprodução assistida e nos ambulatórios especializados de
ginecologia, sendo símbolo de excelência no atendimento da mulher e dos recém-nascidos
no Rio Grande do Norte desde 1950.
Desempenha
um importante papel na formação de recursos humanos e no desenvolvimento de
pesquisas na área da saúde e desde 2013 integra a rede de hospitais
universitários federais geridos pela Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação que tem o
objetivo de, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de
atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o
ensino e a pesquisa nas 39 unidades filiadas espalhadas pelo Brasil.
João Pedrosa
Relações
Públicas
Maternidade
Escola Januário Cicco
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