Por Larissa
Gregório Rocha
Assistente Social - Casa Durval Paiva
CRESS/RN 4793
O
diagnóstico de câncer causa um ‘choque’ não só para o paciente mas também para
a família que passa a sofrer mudanças de caráter social, econômico e cultural,
exigindo da família uma reorganização do cotidiano para se fazer presente no
tratamento e cuidados que a doença impõe. A maioria das famílias não aceita nem
ouvir a palavra câncer, por ser estigmatizada pela sociedade e por pensar que é
uma doença que mencionada pode ser atraída e remeter à morte. Há bastante
dificuldade de aceitação do diagnostico, tratamentos e limites que a
enfermidade exige, sendo importante ressaltar que quanto mais agressivo for o
câncer maior é a resistência.
É necessário
destacar que o grupo familiar diz respeito a todos aqueles que moram sobre o
mesmo teto. A composição desse núcleo perpassa sobre diversas formações
familiares estando além do padrão de família que se constitui por pai, mãe e
filhos. A família contemporânea passa a apresentar novos arranjos condicionados
a mudanças sociais, econômicas e culturais pertinentes a globalização, onde
segundo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) 40% das famílias são chefiadas
por mulheres que estão responsáveis pelo provimento do grupo familiar.
Questões
sociais de cunho socioeconômico, familiares e culturais dos pacientes e
familiares ampliam a vulnerabilidade social que a doença estabelece devido ao
impacto triplo: do diagnostico; financeiro, por um dos responsáveis ter que
sair do emprego para cuidar do paciente e, por fim, o tratamento que muitas
vezes é doloroso e longo, reproduzindo mudanças psíquicas, sociais e físicas
nos enfermos e/ou familiares.
É relevante
dizer que os profissionais que trabalham no segmento da oncologia têm como
ponto primordial voltar a atenção também às famílias dos enfermos, entendendo a
complexidade de cada diagnóstico e singularidade de cada pessoa.
Historicamente, o Serviço Social tem foco no trabalho com a família e como
objeto de trabalho a intervenção com o grupo familiar, já que é o alicerce de
formação de caráter e opinião da criança e do adolescente.
Cabe ao
assistente social, avaliar as condições sociais, culturais, socioeconômicas dos
pacientes e seus familiares, buscar saber qual o papel do enfermo no grupo
familiar, como a família se organiza, bem como, as dificuldades frente ao
diagnóstico. Essa análise permite delinear as questões singulares de cada
família, que perpassa o processo saúde, doença e tratamento, possibilitando ao
Serviço Social intervir com o aporte de direitos sociais, políticas públicas e
a rede sócio assistencial caso seja necessário.
Portanto, o
paciente e a família devem ser reconhecidos pela equipe multidisciplinar como
sujeitos corresponsáveis legais pelo processo de tratamento, sendo respeitadas
sempre as particularidades do arranjo familiar, a vulnerabilidade social e as
questões emocionais, culturais e financeiras.
Casa de Apoio à Criança com câncer Durval
Paiva
Assessoria de Comunicação
Foto relacionada à divulgação
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