Por Emanoel
Barreto*
O Instituto
Vladimir Herzog denunciou o apoio que o assim chamado presidente Temer vem
dando a empresas que se utilizam da utilização de mão de obra sujeita a
condições análogas à escravidão. A não divulgação dos criminosos implica, a meu
ver, apoio a que tal situação tenha continuidade.
Segue a íntegra do texto do instituto. Logo
abaixo comento.
“A
divulgação da lista suja do trabalho escravo, que vinha sendo publicada
anualmente há uma década pelo Ministério do Trabalho, foi suspensa por
determinação do governo Temer, que entrou numa disputa judicial para evitar que
o nome de empregadores que cometem essa violação aos direitos humanos venha à
tona.
“Na tarde da
última terça feira (7 de março), Ives Gandra Filho, presidente do Tribunal
Superior do Trabalho, suspendeu a medida liminar da Justiça do Trabalho de
Brasília que obrigava o Ministério do Trabalho e Emprego a publicar a lista
suja de empresas que foram flagradas submetendo trabalhadores à condição
análoga à de escravo. A ação de suspensão de liminar foi promovida pela União.
“O caso
trata do anúncio pelo governo de Michel Temer, em dezembro, de que não
publicaria a lista e, ao invés disso, formaria um “grupo de trabalho” para
discutir uma nova forma de publicá-la. A omissão motivou o Ministério Público
do Trabalho (MPT) a ingressar com ação judicial para que o documento voltasse a
ser divulgado.
“O caso
chegou às mãos do juiz do Trabalho Rubens Curado Silveira, da 11ª Vara do
Trabalho de Brasília, que obrigou em liminar o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira,
e a União a publicar a Lista Suja de empregadores flagrados impondo trabalho
análogo à condição de escravo. Na decisão, o juiz afirmou que “o combate ao
trabalho escravo é uma política de estado, perene, independente e sem nenhum
viés ideológico, motivo pelo qual a publicação da lista precisa ser feita”.
“Essa
decisão é a que foi suspensa por Ives. Para ele, não cabe ao Poder Judiciário a
ingerência na estratégia implementada para publicação ou não da lista suja. O
ministro argumentou que “o nobre e justo fim de combate ao trabalho escravo não
justifica atropelar o Estado Democrático de Direito, o devido processo legal, a
presunção de inocência e o direito à ampla defesa, concedendo liminar ao se
iniciar o processo, para se obter a divulgação da denominada ‘lista suja’ dos
empregadores, sem que tenham podido se defender adequadamente”.
“A lista era
publicada anualmente e é reconhecida, inclusive por organismos internacionais,
como uma das medidas mais relevantes e eficazes no enfrentamento do tema. Agora,
a publicação está suspensa por tempo indeterminado.”
..............
Temer e a procissão do inferno
Os atuais
detentores do Poder perderam por completo o sentido mais mínimo e tosco do que
seja humanidade.
Temo que, se
pudessem, voltariam à época da Primeira Revolução Industrial; pior:
retrocederiam aos tempos dos faraós a fim de erguer, ao peso de chibatas e
fome, suas pirâmides, vale dizer seus túmulos.
Começo a
suspeitar que Temer venha a implantar algo como um grande plano nacional de
construção de pirâmides, doando, em algum Vale dos Reis, áreas onde seus iguais
sejam enterrados, transformando-se efetivamente em horrendas múmias – já que em
vida já o são, em atos e brutalidade.
A ocultação
da lista suja revela de forma crua a essência moral – ou imoral – do que seja
esse suposto governo. A defesa dos que literalmente escravizam é documento que
atesta à história uma lamentável a podre face da realidade brasileira.
Revela nosso
atraso, a crueldade de segmentos da elite; desnuda, acima de tudo, a hipocrisia
de um sistema que, de tão depravado, sequer se peja de negar que algo de podre
existe nessa dinamarca degenerada.
Admite que
há algo de podre, mas que não se o deve conhecer. Temer tornou-se num caiador
de sepulcros. Ele, mumificado, incentiva o estalar do açoite. Sem dúvida está à
frente da procissão do inferno.
Foto via Internet
*Publicado na
página do autor – Coisas de Jornal
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