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sábado, 14 de maio de 2016

Memória: Relembrando o juiz Sílvio Caldas

RELEMBRANDO O JUIZ JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

A Arte e a Literatura em sua Vida
                                                                                       
Por Odúlio Botelho Medeiros/IHGRN*
                                          
Joaquim Sílvio Caldas foi, na verdade, um de nós. Nordestino, sofrido, telúrico, talentoso e inteligente. Filho amantíssimo do professor Joaquim Caldas, sergipano de boa cepa, que o inspirou a escrever o livro Conselho de Pai. Sílvio Caldas nasceu em Aracajú e fez do Recife o seu segundo berço. Ali, estudou, cresceu, amou tantos amores que nunca mais deixou de amar a vida, o mundo, a música, os amigos, a magistratura e a justiça.

Para vencer na vida, Sílvio Caldas teve que produzir muito. Nada lhe chegou de graça ou por obra do Espírito Santo, a não ser a indispensável e divina proteção. Segundo os seus familiares, foi um estudante aplicado, até por obrigação, uma vez que o seu querido pai foi destacado professor na cidade do Recife. De outra sorte, o autor de A construção do Brasil dedicou boa parte de sua juventude aos trabalhos gráficos, quando aprendeu a lidar com textos dos escritores e intelectuais pernambucanos. Essas atividades, aí se incluindo o magistério, alicerçaram na índole do jovem promissor o gosto pela leitura, o respeito pelas inteligências de sua geração e, porque não dizer, pelos prazeres sonoros da poesia. Quem da poesia gosta, da música certamente gostará. E foi o que aconteceu com Sílvio Caldas, não somente por herança de sangue, mas por irresistível vocação artística. Sílvio fez do piano o seu instrumento de estimação, alternando suas tocatas, com os estudos do Direito na tradicional Universidade Católica de Pernambuco.

Após graduar-se e ensaiar os primeiros acordes na árdua e prazerosa missão da advocacia, o autor escolheu a magistratura como forma ideal de praticar e operar o Direito, levando-se em consideração o seu temperamento forte, o elevado sentimento de justiça, sempre cultivado ao longo de sua trajetória. Com todos esses ingredientes, estava moldado o perfil do juiz, que foi decano do TRT – 21ª Região. Paralelamente à magistratura Sílvio Caldas jamais se afastou da atividade intelectual.

Publicou três livros: Como era grande aquele meu gigante, Enquanto houver uma flor e Conselho de pai. Para surpresa de seus amigos e leitores, vem agora com A construção do Brasil que, no entender do escritor Nei Leandro de Castro, não é livro próprio de estreante, pois o autor revelou-se um experimentado poeta popular. Este novo trabalho de Sílvio Caldas tem tudo para cair no gosto do povo. O autor exercita com muita individualidade o seu amor à pátria e ao homem como agente principal das atenções sociais. O leitor vai colher neste livro muitas manifestações de brasilidade e de percepção critica, como esta: Na sua carta afamada,/ Descrevendo a arrojada/Aventura de Cabral,/Com muito puxa-saquismo/Fez nascer o nepotismo,/Corrupção e coisa e tal...
              
Joaquim Sílvio Caldas foi sócio-fundador da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, titular da cadeira número 36, que tem como patrono José Augusto Bezerra de Medeiros. Escreveu semanalmente em um jornal de grande circulação na capital do Estado foi livre-pensador e amigo fraternal dos seus amigos. Por merecimento, recebeu o título de Cidadão do Rio Grande do Norte, aprovado unanimemente pela Assembleia Legislativa do Estado.

Inegavelmente, o saudoso e múltiplo Dr. Joaquim Sílvio Caldas muito contribuiu em várias áreas de atuação para o desenvolvimento social e cultural da Cidade do Natal, que ele amou com muita profundidade.

*Com post na página do Jornal Zona Sul
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