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terça-feira, 27 de maio de 2014

Alunos dramatizam em sala de aula diálogo entre sertanejos sobre a chegada do automóvel no Seridó


Foto: acervo da escola/divulgação

Alunos de uma escola municipal em Caicó apresentaram um trabalho em sala de aula textualizando o surgimento do automóvel na região Seridó. A atividade faz parte do projeto "Leitura na Escola e Prática de Leitura e Escrita”, através do qual foi apresentado um diálogo entre dois alunos, com base no texto de uma mini-peça teatral escrita por este blogueiro-jornalista.

O trabalho, apresentado em outubro de 2013, foi realizado pelos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, José Emanuel e Victor, da Escola Municipal Mateus Viana, no bairro João XXIII, onde a professora Ana Maria de Lima  orientou os alunos da turma do 4º ano “A” a fazerem uma pesquisa com fatos relacionados aos primeiros meios de transportes elegidos na região. Segundo relato da professora, o trabalho “foi muito proveitoso, pois os alunos se dedicaram a fazer, fielmente, a dramatização”.

A encenação do diálogo ocorre entre os irmãos Manoel e Pedro Salviano, nascidos na localidade rural Umbuzeiro, em Caicó, respectivamente em 1906 e 1907, cujo fato verídico aconteceu na juventude dos dois sertanejos. A professora Ana é neta de Manoel e Pedro era o pai deste blogueiro, os dois irmãos das raízes da comunidade, cuja peça intitulada “Nas pisadas do Umbuzeiro” trata de retratar as origens da localidade.

Na foto, os dois alunos em cena.
  
Confira, abaixo, trecho da peça com o diálogo do automóvel:

[Pedro] - Ô cusdiacho, Manel, como você dirigiu o carro do coroné Santa Rosa, em Acari?

[Manoel] - Pedro, o carrinho tava parado na frente da casa do coroné, numa ladeira. Ai entrei, me sentei e achei bonito o daneco, foi quando pisei num troço quinem um estribo.

[Pedro] - Ô cusdiacho, esse meu irmão é maluco!

[Manoel] - Vige Maria, Pedro, o carro começou a andar, mas só fiquei aperriado depois que o bicho desembestou.

[Pedro] – Por que num pisou no freio, home!

[Manoel] – Meu irmão Pedro, eu fiquei pegado firme na direção, puxava prá trás, mas o carrinho descia ladeira abaixo.
 
[Pedro] - Ô daneco, o freio é embaixo, Manel!

[Manoel] – Vige, meu irmão, eu pensava que era quinem as rédias de animá. Fiquei esticado no volante até o carro bater no tronco de um pau.

[Pedro] - Ô cusdiacho, capaz de fazer um arte, um acidente maior. Foi Deus que botou a mão!

[Pedro e Manoel] – (Os dois irmãos sorrindo!)

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