Por
João Bosco de Araújo
Sempre que vejo uma pessoa dançando bem,
com estilo e elegância, me lembro de meu Tio Antenor Tavares, irmão de minha
mãe. “Titenor” - era assim que os sobrinhos o chamavam em Caicó - viveu o auge
dos anos cinqüenta no esplendor de sua juventude, promovendo festas e
arranjando amigos por onde andava. Rapaz pobre com prestígio na sociedade local
– meu avô Severino Tavares, pioneiro na região na arte de fazer chapéu de
couro, migrado de São Mamede na vizinha Paraíba, educou os quatro filhos no
melhor colégio da cidade –, logo percebeu seu carisma em fazer novas amizades
no ceio das melhores famílias, tanto que o seu talento o fez dirigente de clube
social, criando e inaugurando festas, como o Baile das Debutantes.
Ainda em sua juventude criou blocos
carnavalescos, escolas de samba, ao lado de Chico Pindoba, Chiquinho Avelino,
sendo parceiro de Mané de Neném na alegria de autênticos foliões dos carnavais
de ouro dos anos cinqüenta e sessenta. Nos anos seguintes, já nos salões
paulistas, aonde foi tentar uma vida melhor, dançou em clubes do Parque São
Jorge (Clube Corinthians), Casa Verde, Bom Retiro, quando conheceu a neta de
italianos e espanhóis, tornando-se sua esposa que lhe presenteou com dois
filhos.
Mas nem por isso esqueceu sua terra Caicó.
Foi assim desde o primeiro Baile dos Coroas, em que o amigo-anfitrião Darci
Fonseca lançava a festa glamourosa em
1974, ainda hoje uma tradição que orgulha a sociedade caicoense. Já morando em
Natal, nos anos oitenta, continuou freqüentando a Festa de Sant’Ana, e como não
poderia deixar de ser, o Baile dos Coroas. Ao ritmo de boleros, mambos e
tangos, abrilhantava a mesa dos amigos, ao som contagiante da orquestra que
emociona e faz sonhar.
Ainda hoje, os amigos, José Nilson de
Barros, Doutor Chiquinho (Francisco de Assis Medeiros), Alcimar de Ameida,
apenas para citar esses, pois são muitos, lamentam sua
ausência na festa nesses anos e não cansam de pedir para que ele volte a
participar do baile! Comerciante empreendedor, não soube enfrentar os passos do
então programa econômico do País, o
Real, escorregando e pagado alto o preço da queda.
No dia 15 de novembro, Dia da República e
de seu aniversário, Titenor completará
81 anos de idade. Sua irreverência não envelhece, nem sua vontade de viver.
Parabéns antecipados ao Titenor desse grande amigo, jornalista e conterrâneo Bosco Araújo. Como diz o ditado popular, "quem puxa aos seus não degenera". Um abraço, Bosco, e ótima Festa de Sant'Ana.
ResponderExcluirMeu caro Roberto, tivemos uma excelente festa de Nossa Gloriosa Sant'Ana. Valeu por visitar a página. Grande abraço!
ResponderExcluir