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sábado, 29 de junho de 2013

Os aboios de Tio Joca ecoam na memória de Umbuzeiro

Por João Bosco de Araújo
Jornalista boscoaraujo@assessorn.com  
 
Meu tio-avô paterno João Ferreira era um vaqueiro e amansador de burro-brabo no sertão de Caicó. A vocação herdada de seu avô Vicente Ferreira, considerado o maior vaqueiro da região, vindo do Piauí pelas mãos de Cosme Pereira, do Umari, o fez também um vaqueiro de coragem e destemido nas façanhas de guerreiro embrenhado no mato, seu habitat de trabalho.
 
Tio Joca, como todos nós chamávamos e assim ficou conhecido, era uma figura inconfundível, baixinho, pernas tortas, sempre de botas e esporas, fala mansa, pausada, viveu sua vida da luta de gado, não poderia ser diferente, sua sina de vaqueiro corria no sangue.
 
Assim como o avô Vicentinho do Umbuzeiro, Tio Joca nasceu no século 19, mas foi no início do século 20 que ficou famoso por ter transportado os dois policiais mortos por cangaceiros do bando de Antônio Silvino até a cidade de Santa Luzia, na Paraíba. O fato se deu em 1901, no histórico Fogo da Pedreira, fazenda localizada em Caicó, onde Tio Joca fora criado. Sua avó Aninha também tem origem na Pedreira de onde se casou com o valente vaqueiro Vicentinho.
 
Ouvir suas conversas ainda criança no alpendre da casa de meu pai era uma diversão e uma aula de suas vivências dos anos calejados. Gostava de comer rapadura e aboiar. Sua voz forte ecoava aos quatros cantos do Umbuzeiro, sua terra por onde viveu sem medo e segredos.
 
Tio Joca era irmão de minha avó Virginia e faleceu já passando dos 90 anos, na década de 1960. Memórias que me fazem recordar meu pai Pedro Salviano que nesta dada de 29 de junho comemorava aniversário com festa e fogueira de São Pedro.    
 
Ê, ê, ô, ô, ê boi; Vida de gado!
 


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6 comentários:

  1. Parabéns ao pai (pelo aniversário) ao tio (pela história) e ao filho (pelo excelente texto) .
    Roberto Homem

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  2. Valeu, meu caro Roberto, obrigado pela visita e o estimulo. Grande abraço!

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  3. Parabéns triplo, nunca esquece as raízes, isso é o que faz a difernça. Marlene

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  4. Parabéns, primo!!!! Lembrei do meu pai e até chorei. Ouvir muito ele contar histórias de tio Joca, as festas de aniversário de tio Pedro Salviano... Esse vídeo aumenta mais ainda a saudade!
    Abraço primo: Elinete

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  5. São nossas raízes, prima, e não podemos esquecer, eles nos ensinaram mantê-las vivas, sempre!

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