A Câmara Municipal de Natal realiza amanhã (19) uma
audiência pública para debater “a atual situação de investimentos da Petrobras
no Rio Grande do Norte”. O debate foi proposto pelo vereador George Câmara
(PCdoB) e ocorre às 9 horas no plenário da casa. O objetivo da audiência é o de
identificar causas, dimensionar efeitos e propor alternativas de enfrentamento
para o problema do desemprego no setor petrolífero do Rio Grande do Norte.
São aguardadas as presenças de diretores do
Sindicato dos Petroleiros do RN (Sindipetro/RN) e da Petrobras, além de
representantes da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC) e
de Entidades de Pesquisa Socioeconômica como o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/RN) e o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE/RN).
Nos dois últimos anos a Petrobras adotou
nacionalmente um novo plano de negócios baseado na elevação de investimentos
nas áreas marítimas, sem uma previsão de novas aplicações nas atividades em
terra, como é o caso do RN. Os efeitos dessa diretriz já se fazem sentir,
sobretudo, na região oeste do Estado, com a extinção de milhares de postos de
trabalho.
Em terras potiguares, onde somos um dos maiores
produtores de petróleo em terra, a diretoria da estatal retraiu os
investimentos na prospecção e exploração dos campos terrestres do Estado e
priorizou as áreas com produção marítima ou onde o petróleo do Pré-sal foi
descoberto. O resultado desta investida em áreas de produção terrestre como é o
caso do RN foi a redução do número de trabalhadores diretos, o que ocasionou a
não renovação de contratos com empresas terceirizadas provocando a demissão de
milhares de trabalhadores e o enfraquecimento da economia regional.
No RN, a companhia vem apenas mantendo sua produção
local, ausentando-se de investir nos campos em terra potiguares e passando a
investir prioritariamente nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São
Paulo, onde se concentra a produção em área marítima, inclusive o petróleo encontrado
na camada do Pré-sal. Com isso, surgiu uma verdadeira onda de demissões em
massa que já alcançou quase 3 mil desempregados e provocou o esfriamento da
economia no Estado.
Arthur Varela
[arthurufrn@hotmail.com]
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