Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
Passo em frente à rodoviária, Cidade da Esperança,
indo na direção do Potengi. No final da tarde, descortina-se o espetáculo
bonito que todos os dias se repete, mas raramente me empresto o privilégio de
vê-lo. Para os que ali trabalham ou moram, parece banal.
Acostumaram-se com o quadro. Pra mim, pintura
deslumbrante. A bola de fogo mergulhando no horizonte (ou no rio?), anunciando
que o dia vai acabar. Por que estou escrevendo isto sem o menor brilho, o
brilho que tantos outros já tiveram escrevendo sobre o mesmo assunto?
É que parei e vi o sol em mergulho e enxerguei nele
nossa Natal.O mergulho acontecendo, o brilho sumindo, uma réstia de luz, o
ocaso, os buracos, o lixo, as manchetes, o
anúncio do Natal sem luz, a festa que transmite alegria descartada, dinheiro
pouco, sumiu o sol, apagou. Noite longa. Em casa, me refaço. O celular ao
lado da cama vai despertar às 5.30 horas, minutos depois de, pelos lados do
leste, o sol se levantar.
E aí a gente espera que traga de volta tudo o que
levou naquele ocaso de triste memória, o brilho que Natal, um dia e ternamente chamada de Noiva do Sol, merece
ter. É o mínimo que se pede. Houve uma campanha recente e com ela, promessas de
luz. Haverá, em cada eleitor um programinha de contabilidade, com espaços para
cobranças. Resta ficarmos atentos.
*Texto publicado na coluna
do jornalista no NOVO JORNAL
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