Zé
Praxédi
por Leide Câmara
Zépraxédi (O Poeta Vaqueiro) ao escrever “Luiz
Gonzaga e outras poesias“ jamais pensou que entraria para história como autor
da primeira biografia em versos do Rei do Baião. E disse bonito, bem ao seu
estilo de poeta, que tão bem conhecia o Nordeste, Luiz Lua Gonzaga, o sertão,
seu povo e sua gente. Com prefácio de Luiz da Câmara Cascudo e com o apoio de
outro potiguar, João Café Filho (Vice-Presidente da República), a obra foi
publicada pela Continental Artes Gráficas, de São Paulo/SP, em 1952.
Praxédi parecia adivinhar que o ícone que Luiz Gonzaga mais tarde se
tornaria, pois em sua última estrofe do
poema biografia finaliza assim “... Mas o TITO, que me abrange, minha
arma, meu coração, foi dado pelo povo da praça e do meu sertão. É a voz do meu
Brazí: GONZAGA O REI DO BAIÃO”. E foi mesmo consagrado pelo povo como a maior
expressão da música nordestina. Luiz criou um estilo ao se caracterizar com a
indumentária do nordestino e cangaceiro em suas apresentações. Transformou
costumes com o xote e o baião e fez mudanças para estória da música brasileira
divulgando o Nordeste e nacionalizando o forró. Imortalizou a trilogia do baião
- Luiz Gonzaga, Zé Dantas e Humberto Teixeira, que até hoje é seguido por
legiões de fãs que cultuam sua memória e sua obra, que é um patrimônio
imensurável.
O Sebo Vermelho, leia-se Abimael Silva, para
comemorar o centenário de nascimento do Rei do Baião (13 de dezembro de 1912 –
13 de dezembro de 2012) publicou uma edição Fac-similar do livro de Zépraxédi
(O Poeta Vaqueiro) “Luiz Gonzaga e outras poesias”, uma obra rara que tem
sessenta anos. O livro chegará a mãos de apreciadores tanto de Luiz Gonzaga
quanto de Zé Praxédi.
Uma memória
histórica
José Praxedes Barreto nasceu na Fazenda Espinheiro,
Angicos (RN), em 15 de novembro de 1916 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 de
março de 1982. Compositor, intérprete, escritor, poeta, radialista, cordelista
e jornalista (filiado a Associação Brasileira de Impressa - ABI/RJ em 1955).
Era o primeiro dos seis filhos do casal Francisco Praxédes Barreto (nasceu em
Martins/RN e faleceu em Currais Novos/RN) e Maria Segunda Praxédes Barreto
(nasceu em Martins/RN em dezembro de 1900 e faleceu em Natal/RN em 23 de junho
de 1975).
José Praxédes casou em 1941 com Hilda Pinheiro
Barreto, com quem teve um único filho, José Praxédes Barreto Júnior (Bahia/BA
em 09 de novembro de 1947) que reside no Rio de Janeiro. Zé Praxedes foi morar
no Rio de Janeiro em 1950 e no ano seguinte, com o patrocínio de João Café
Filho, ele e Luiz Gonzaga fizeram uma consagradora apresentação no Teatro
Copacabana.
Foi contratado pela Rádio Nacional, onde apresentou
por muitos anos o Programa “Sertão é assim”, todos os dias às 6 horas da manhã,
era um momento em que os nordestinos ausentes conseguiam matar a saudade de sua
gente. O programa dava grande audiência e isso foi muito importante para
conseguir patrocinadores e mantê-lo no ar. [com
post
na página do Sebo Vermelho]
Acho que a informação de Leide Câmara, uma grande pesquisadora, merece muito mais crédito, mas existem controvérsias quanto ao local de nascimento de Zé Praxedes, mas acredito, que o trabalho feito por Leide, tirou qualquer dúvidas a respeito...
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