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sábado, 25 de agosto de 2012

Violência, ela (quase) chegou à minha porta

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
A frase, meu amigo, você já ouviu muitas vezes. Aquela história do “a gente acha que nunca acontecerá com a gente”, referindo-se a um fato qualquer. Quase sempre relacionada a um ato negativo. E aí de repente somos surpreendidos. Não foi propriamente comigo por inteiro, mas pertinho de mim. A violência em sua forma bruta, insensível, dolorosa, humilhante, surpreendente, apavorante.
 
Chego em casa e já estava na tela da TV as imagens da novela das 9. Me dou direito a um banho tranquilo, reparador, iniciando um rito diário que é sucedido pelo prazer da leitura, da música ou de um filme. Enquanto iniciava esse roteiro, meu vizinho, duas casa após a minha, na rua pequena de pouco mais de uma dezena de casas, vivia momentos aterrorizantes. Ele, a mulher, a secretária deles, o vigia da rua e um amigo deste, todos rendidos, deitados na varanda da casa, sob a mira de revólveres, se perguntavam, em silêncio, o que aconteceria depois. Esse depois seria minutos, segundos, talvez.
 
Antes mesmo de concluir o banho, minha mulher bate à porta e, apressada, informa sobre o assalto que acabara de terminar, felizmente, agora, com todos juntos na sala de minha casa, contando a história. Tudo muito de repente. O casal vizinho, jovem no limite aí dos 30 anos, chegavam em casa. O tempo foi o suficiente para parar o carro em frente à garagem, esperando que o portão fosse aberto. Lateralmente, outro carro parou e quatro homens armados de revólveres, tensos, descem e anunciam o assalto.
 
Eles confundem o amigo vizinho, alto, forte, corte de cabelo quase zero, com um policial. Pede as armas. Outro momento de grande tensão, até que o bandido fosse convencido do contrário. Levaram alguns poucos objetos (o casal estava em processo de mudança).
 
Com eles foi também o carro da vítima, comprado recentemente. Todos os celulares foram tomados e, no rastro, deixaram o medo, a insegurança, uma jovem mulher quase em choque, precisando de atendimento médico. No dia seguinte, o vigia não apareceu. Voltou dois dias depois. Pânico. O casal apressou a mudança. Na rua, ficou a constatação reforçada de que somos, cada vez mais, reféns do medo; ficaram perguntas sem respostas: fazer o quê? Onde buscar a proteção? Reclamar a quem? Noite pesada, quase indormida. Não teve leitura, música ou filme. Pedi a proteção de Deus, vendo um novo dia chegar.
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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Um comentário:

  1. Anônimo disse...
    Lendo o texto fico a imaginar, será que nossos candidatos estão incluindo em suas propostas,saúde,educação e segurança como prioridades? estão todos brigando pelo poder...iso sim, sai governo entra governo e nada resolvido,em nosso tranquilo interior não é diferente....é uma vergonha nacional!!! M******

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