Só ontem de manhã, dia 10, vi a triste notícia do
falecimento de Dom Eugênio de Araújo Sales, aos 91 anos de idade. Logo
imaginei: Todas as portas do céu estão escancaradas para recebê-lo.
Nunca vi, de tão perto, um líder religioso tão
concentrado na sua fé. Tem razão o atual arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani
Tempesta: “Ele foi um homem que seguiu Jesus Cristo”.
Conheci-o mais de perto, quando entrei no Seminário
de São Pedro, em 1957. Dom Eugênio era bispo auxiliar de Natal. Com o arcebispo
de então, dom Marcolino Dantas, tolhido na sua força de trabalho por
encontrar-se cego, era dom Eugênio, ainda muito jovem, quem tocava o governo
arquidiocesano e, mais do que isso, comandava o chamado “Movimento de Natal”.
Durante um certo período de nossa convivência, eu e
um grupo de mais quatro ou cinco seminaristas, tivemos o privilégio de ter com
ele, a cada semana, um encontro mais fechado, no lanche que ele nos oferecia
todos os sábados, após a missa das 7 da noite que celebrava na antiga Catedral
de Natal, hoje matriz de Nossa Senhora da Apresentação, na Praça André de
Albuquerque.
O lanche era na sua casa, na Av. Rio Branco e
preparado por dona Teca, sua mãe.
Era a grande oportunidade que tínhamos de ouvir mais
de perto aquele grande líder, que nos entusiasmava e empolgava com a sua
contagiante disposição para o trabalho e com a capacidade que tinha de atrair
os outros para segui-lo. Isto mesmo. Dom Eugênio empolgava e entusiasmava não
só pelo que dizia, mas, essencialmente, pelo que fazia, pelos exemplos que
transmitia.
Não foi à toa que tornou-se um dos grandes nomes da
hierarquia eclesiástica brasileira, respeitado e ouvido nas mais altas esferas
do Vaticano. Que eu me lembre, de Pio XII pra cá, não teve um Sumo Pontífice,
passando pelos consagrados João XXIII e João Paulo II, que não fizesse questão
de escutá-lo sobre as questões mais polêmicas do tempo de cada um.
Vanguardista nato, apesar de priorizar mais a ação
do que a palavra, dom Eugênio sempre foi um comunicador por excelência. Começou
com ele o sistema de comunicação da Arquidiocese de Natal, primeiro com o
jornal A ORDEM, depois com a Emissora de Educação Rural, pioneira no ensino à
distância no Brasil.
Tudo que se disser para engrandecer os feitos de Dom
Eugênio em sua passagem por aqui – será pouco. Nada mais justo, portanto, do
que a grande festa que os santos estão fazendo no céu para recepcioná-lo com
toda pompa.
Muito obrigado pela publicação, amigo Bosco. Estou lhe esperando em Natal e lhe desejo boas férias.
ResponderExcluirPaulo, amigo,
ResponderExcluirFérias sim, que ninguém é de ferro! Por isso a moderação, mas nas atualizações (rs) da página. Nos encontraremos, fala pro Jorge Aldir.