Por Paulo Tarcísio Neto / Paulo_tarcisio@hotmail.com
Medicina UFRN
Ao amigo Luiz Gonzaga Cortez
Prezado Cortez, é realmente admirável o fato de as
medicinas tradicionais, como o caso da medicina chinesa, ou da própria
homeopatia, não serem, na prática, reconhecidas e utilizadas por nossa ciência
atual. É admirável, porém entendível que assim o seja. Cada momento na história
da humanidade tem seus dogmas, tanto religiosos, quanto científicos. E assim
como o cristianismo é a religião do momento presente, a alopatia é a única
ciência médica verdadeira e capaz de ajudar o homem em seu caminho. “Só a
alopatia salva.”
Mas se uma pessoa decide deter-se um pouco mais
profundamente no estudo das religiões de todo o mundo verá que, no final das
contas, todas elas falam a mesma coisa, porém sob as mais distintas
vestimentas. Assim também o são as ciências médicas: se todas elas se referem a
um mesmo mistério, que é o homem, como haveriam de ser diferentes?
Como posso acreditar que uma ciência com mais de
5000 anos, como a acupuntura, não é mais do que baboseira, ou o produto da
imaginação de povos primitivos? Tal postura é semelhante àquela que todo
adolescente tem de rejeitar tudo o que vem de seus pais quando ainda é
demasiado imaturo para compreender a vida.
Tampouco podemos cair no extremo, em que se
encontram alguns terapeutas, de acreditar que a alopatia é demoníaca: cada
ciência médica tem suas potencialidades e suas limitações. O estudo comparado
delas permite que um médico tenha um “arsenal terapêutico” muito mais amplo,
eficaz e inócuo para “a coisa” mais importante de sua prática médica: o
paciente. A melhor forma de medicina, amigo Cortez, é aquela que Cura meu
paciente, com a maior eficácia, os menores efeitos colaterais e os menores
custos. Isso é uma medicina sem dogmas.
Nos próximos artigos, me deterei um pouco mais em
cada forma de medicina, falando sobre seus princípios gerais e sobre como
supostamente elas funcionam. Que uma verdadeira curiosidade científica nos guie
nessa pequena jornada.
Obs.: Artigo escrito a pedidos do jornalista Luiz
Gonzaga Cortez esclarecendo brevemente como funcionam as diferentes formas de
medicina. Uma pequena série de artigos seguirá a esse.
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