Por Geraldo Anízio*
Ao lado do Mercado Público de Caicó no Rio Grande do Norte, havia três pontos de bicicletas de alugueis. O primeiro ponto da esquina do Mercado era de Crizeude, mais adiante, ao meio, Seu Manoel das bicicletas e por último Seu João da Bicilcetas que toma a outra esquina de quem ia para a feira das frutas. De uma ponta a outra do Mercado era lotada de bicicletas estacionadas.
O aluguel podia ser marcado ao minuto ou por hora conforme o tempo cronometrado em uma plaqueta pelo dono, número da bicicleta e a hora de saída. Quando acontecia de furar um pneu, Crizeudo, remendava ali mesmo na calçada. Improvisado, um ferro de engomar sem tampa com brasa dentro e uma chapa de ferro em cima pressionando o remendo sobre a câmara de ar. Demorava uns 10 minutos. Em seguida testava numa bacia velha de rosto cheia d’água suja pra ver se havia ficado bem vedado. Não faltava bicicleta arrebentada e pneu furado todo santo dia.
Aos poucos, a frota de carros de Caicó aumentava e por volta dos anos 70s, quase nada restava dos alugueis de bicicleta. Crizeudo morreu, Seu João foi morar em Parnamirim e, Seu Manoel veio falecer um pouco depois, mas isso durou pouco pra chegar ao término das bicicletas de alugueis em Caicó, pois, não houve substituto nas praças das bicicletas já que os pontos foram ocupados pela praça de automóveis.
Ouro Branco foi à primeira cidade em que eu presenciei os alugueis de bicicletas. Lá, recordo-me dos dias de feiras - o pessoal do sítio aprendendo a andar de bicicleta na decida que dava em procura da prefeitura da cidade. Depois pude presenciar os alugueis em 1964 na cidade de Florânia, mas como em Caicó, ficou para acontecer disputa maior entre os três pioneiros em alugueis de bicicletas no Seridó.
*Geraldo Anizio é compositor, poeta, professor em Rondônia e edita um blog
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