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domingo, 26 de outubro de 2025

O CHORO DO CAÇUÁ

 Por Fernando Luiz*

O chorinho surgiu no Rio de Janeiro na segunda metade do século dezenove, sendo, portanto, um gênero musical autenticamente brasileiro. 

No início do século vinte, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazaré foram considerados os primeiros compositores conhecidos de chorinhos. Com o surgimento do rádio, a partir de 1920, o chorinho popularizou-se, tornando-se aos poucos nacionalmente conhecido, graças também ao aparecimento das primeiras gravadoras.  

 O compositor e músico Zequinha de Abreu, que tocava clarinete,  requinta e flauta, foi um dos maiores compositores de choros. Ele foi o autor de Tico-Tico no Fubá, chorinho que se tornou conhecido mundialmente através de Carmen Miranda e que depois tornou-se um clássico da música brasileira com a gravação da norte-rio-grandense natural da cidade de Macaíba, Ademilde Fonseca, considerada “A Rainha do Chorinho”. A macaibense também se notabilizou pela gravação de Brasileirinho, da autoria de Waldir Azevedo.

Ernesto Nazareth, Pixinguinha e Jacob do Bandolim, entre outros, são considerados grandes compositores de chorinho, esse gênero musical que influenciou diversas gerações e que continua vivo até hoje.

Em Natal existe um movimento que mantém viva a tradição do chorinho em terras potiguares. Trata-se do Choro do Caçuá, um projeto que teve início em 2017, através da iniciativa de Carlos Zens e outros músicos que são amantes da música brasileira, especialmente do nosso chorinho.

Temporariamente interrompido no período do Covid 19, depois da pandemia o projeto retornou contando com a produção do músico e professor Armando Souza, (diretor da Oficina Livre de Música, de Nova Parnamirim) e se realiza mensalmente, sempre no primeiro sábado de cada mês, pela manhã, na praça Padre João Maria, com a participação de músicos apaixonados pelo chorinho brasileiro. São eles:  Carlos Zens (Flauta Transversal), Armando Souza (Cavaco) Paulino (Percussão), Gilson Cavalcanti (Sanfona), Pedro Paulo (Violão de 6 cordas), Etevaldo Violão de 7 cordas) e Valério Felipe (Pandeiro).  Embora o projeto não tenha cantores fixos, sempre aparece alguém para “dar uma canja” e aumentar o brilhantismo do Choro do Caçuá.

Apesar da sua importância cultural e histórica, o chorinho enfrenta desafios para se manter firme no cenário musical do Brasil. Músicos determinados e persistentes se dedicam à preservação do gênero, através da promoção de eventos que estimulem o fortalecimento desse estilo musical, visando despertar o interesse das novas gerações por esse ritmo estritamente brasileiro.

Projetos como o Choro do Caçuá são exemplos do esforço coletivo de um grupo de abnegados que lutam para que o chorinho continue vivo, não só difundindo a riqueza musical do nosso país, mas também inspirando novos talentos da nossa terra.

Instagram: @fernandoluizcantor

*Fernando Luiz: Cantor, compositor, escritor e produtor cultural. Formado em Gestão Pública, apresenta o programa Talento Potiguar, aos sábados, às 8h30 na TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN.

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