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terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Conheça as principais recomendações para o tratamento da obesidade no SUS

A obesidade é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de origem multifatorial e complexa

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que os índices de obesidade e sobrepeso quase triplicaram desde 1975. Em nível global, existem pelo menos 650 milhões de adultos com obesidade. No Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2020, um em cada 4 indivíduos maiores de 18 anos tem obesidade, o que corresponde a aproximadamente 41,2 milhões de pessoas. E mais da metade - 96 milhões - têm excesso de peso (sobrepeso e obesidade.

Entre as causas da obesidade, estão os fatores biológicos, históricos, ecológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos. Independente do motivo, o que se sabe, levando em consideração os dados citados, é que a obesidade é uma doença crônica que tem se tornado cada vez mais crescente.

Muito dessa realidade está associada a significativa alteração do padrão alimentar, com a redução do consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e maior participação dos alimentos ultraprocessados. Além disso, hábitos não saudáveis que incluem o excesso de tempo gasto em comportamentos sedentários, impulsionados pelo uso excessivo de telas, atrelado à pouca ou nenhuma prática de atividade física, são cada vez mais recorrentes.

Tanto o sobrepeso quanto a obesidade se referem ao acúmulo excessivo de gordura corporal. E ambas as condições são fatores de risco para outras enfermidades, como: doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer. Isso sem falar da maneira como o problema é visto pela sociedade, podendo levar a estereótipos e discriminação. E é justamente nesse ponto que fica evidente como aspectos sociais e psicológicos do indivíduo podem ser afetados, para além da questão física.

Como a obesidade é influenciada por fatores biológicos e contextuais, são necessárias ações estruturantes e políticas públicas para promoção da saúde, implementação de medidas de prevenção do ganho de peso excessivo, diagnóstico precoce e cuidado adequado às pessoas com excesso de peso, bem como o estabelecimento de políticas intersetoriais e outras que promovam ambientes e cidades saudáveis.

O trabalho do SUS no cuidado à obesidade

A porta de entrada preferencial para o Sistema Único de Saúde é a Atenção Primária à Saúde (APS), onde as pessoas com obesidade são identificadas e acolhidas pela equipe multiprofissional nas Unidades Básicas de Saúde, que fazem o acompanhamento e, quando necessário, encaminham os usuários para a Atenção Especializada.

O atendimento na APS compreende desde ações de promoção da saúde (tais como o estímulo à prática regular de atividade física, o incentivo ao aleitamento materno e à alimentação adequada e saudável, a realização de práticas integrativas e complementares de saúde, como yoga e acupuntura) até a identificação das pessoas com obesidade pelos agentes comunitários e profissionais de saúde, focando nos desafios e nas estratégias de cuidado de maneira individualizada e integral.

Levando em consideração que, no âmbito do SUS, a obesidade é tratada como fator de risco e como doença, o Manual de Atenção às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade no Âmbito da Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) traz um conjunto de recomendações para qualificar a atuação dos gestores, das equipes e dos profissionais de saúde que atuam na APS para atenção aos casos de sobrepeso e obesidade.

Destacam-se algumas orientações-chave:

1 – Tirar o foco da perda de peso

O Manual do SUS tem suas ações baseadas na promoção da saúde do usuário com sobrepeso e obesidade, considerando a perda de peso apenas como um dos elementos e/ou resultados do processo de cuidado , mas não o único. Vale reforçar ainda que, quando perder peso é o único objetivo ou o foco principal, os meios para alcançá-lo podem se distanciar de atitudes saudáveis.

Além de reconhecer que o ganho (ou a perda) de peso não é resultado apenas de escolhas individuais, as orientações devem se fundamentar na ideia de que todos são capazes de alcançar saúde e bem-estar, independentemente do peso corporal, porque saúde e qualidade de vida são os verdadeiros objetivos.

Para se ter uma ideia de que as estratégias de cuidado vão além do peso ou do percentual de gordura corporal, em uma circunstância de sobrepeso ou obesidade, uma perda de 5 a 10% do peso corporal promove benefícios significativos para a saúde, uma vez que pode provocar melhora nos principais fatores de risco e nas comorbidades, como por exemplo: redução da pressão arterial, redução do risco cardiovascular, do colesterol e da glicemia, entre outros.

2 – Adotar uma alimentação adequada e saudável

A principal recomendação é ter uma alimentação baseada em alimentos in natura e minimamente processados, conforme orienta o Guia Alimentar para a População Brasileira. Junto a isso, evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, que estão amplamente associados ao ganho de peso.

3 – Praticar atividade física regularmente

Independente de resultados aparentes em relação ao peso, mudanças no estilo de vida devem ser valorizadas, ainda que possam parecer pequenas. Como o início de uma atividade física, mesmo que não seja na intensidade ideal ainda, mas que pode ir progredindo ao longo do tempo. Além disso, a atividade física ideal é aquela que a pessoa consegue e gosta de praticar. Isso faz com que a prática seja regular e constante.

4 – Acolher e cuidar do lado emocional

O estigma da obesidade se refere aos abusos físicos e/ou verbais que os indivíduos com sobrepeso ou obesidade sofrem. Essas situações tendem a levar à exclusão e discriminação,Ou seja, são comportamentos e ações que menosprezam o corpo das pessoas com excesso de peso. O estigma acontece, frequentemente, apoiado na justificativa de desencorajar comportamentos não saudáveis e melhorar a saúde das pessoas com obesidade, que são culpabilizadas pelo seu excesso de peso.

O preconceito, o estigma e a discriminação ao invés de estimularem mudanças, desmotivam e até promovem uma piora do quadro, principalmente do ponto de vista emocional. Quem passa por isso é menos propenso a procurar os serviços de saúde, tanto para essa como para outras condições, comprometendo o acesso à saúde como um todo.

Além disso, o Ministério da Saúde dispõe do documento Protocolos de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira com foco na orientação alimentar de pessoas adultas com obesidade, que traz as seguintes recomendações principais:

Estimular o consumo diário de alimento do grupo de feijões, preferencialmente no almoço e jantar;

Evitar o consumo de bebidas adoçadas tais como refrigerante, suco e água de coco de caixinha, que são bebidas ultraprocessadas.

Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados como hambúrguer, embutidos – linguiças, salsicha, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e doces.

Consumir diariamente legumes e verduras no almoço e no jantar - acompanhando, por exemplo, a combinação arroz e feijão.

Consumir diariamente frutas

Alimentar-se com regularidade e atenção, sem se envolver em outras atividades. Fazer as refeições, sempre que possível, em companhia com a família ou amigos.

Três guias para auxiliar a prevenção da obesidade e a promoção da saúde

O caminho mais seguro, saudável e sustentável para prevenir e deter o avanço da obesidade em todas as idades é aliar uma alimentação adequada e saudável à prática regular de atividade física. Nesse sentido, três publicações do Ministério da Saúde podem colaborar de maneira decisiva para a adoção de hábitos e rotinas mais saudáveis:

O Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, que traz orientações nutricionais para o início da primeira infância;

O Guia Alimentar para a População Brasileira, que pode inspirar toda a família a se alimentar de maneira saudável;

E o novo Guia de Atividade Física Para a População Brasileira, que contempla práticas para uma vida ativa fisicamente adequadas à infância e também aborda a importância da educação física escolar.

Texto reproduzido da ASCOM/MS

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