Por Sandra Fernandes da Costa
Coordenadora Pedagógica – Casa Durval Paiva
As artes
visuais adentram as classes hospitalar e domiciliar, reconhecendo-as como um
espaço propício ao desenvolvimento de trabalhos relacionados à criatividade,
que despertam o interesse e a participação efetiva dos alunos em tratamento
oncológico.
Ao adoecer,
crianças e adolescentes passam por uma série de adaptações. A doença acaba
limitando e privando os pacientes de acessar determinados espaços. Mudanças
simples na rotina diária interferem diretamente na autoestima deles e os deixam
ansiosos e angustiados. A fim de minimizar sentimentos negativos, buscam-se
estratégias que contribuam no desempenho emocional através do registro
artístico individual.
De acordo
com Celso Antunes, autor do livro Arte e Didática (2010), tentar fazer uma obra
de arte é gostoso, nos distrai e é interessante, mas buscar em nossas tímidas
iniciativas os limites "do que temos a aprender" nos faz uma pessoa
diferente do que éramos. Isso vale para esboço de um desenho, para o cuidado
com que se ouve uma música, etc. O ensino de artes não se destaca acima das
outras disciplinas, mas se iguala a elas. A arte favorece a percepção de
semelhanças e diferenças entre as culturas, tempo e espaço, assunto que constantemente
é abordado em sala de aula. Tais características se configuram como um
conhecimento extremamente importante na formação escolar do aluno.
Na Casa
Durval Paiva, é desenvolvido um trabalho voltado para artes visuais através da
oficina de desenho. A atividade acontece semanalmente dentro da rotina de
atividades na classe domiciliar da Casa de Apoio ou no ateliê de um artista
voluntário da instituição, onde os pacientes têm contato com técnicas de
desenho e se descobrem dentro das suas criações artísticas. Anualmente, as
produções dos alunos ficam expostas na Mostra Pedagógica da Instituição.
Além disso,
ainda contemplando as artes visuais, é desenvolvido o “Recanto Cultural”, onde
uma vez por mês um artista local é convidado para trabalhar com as crianças e
adolescentes, diferentes técnicas de pintura artística. Diante das atividades
oferecidas, percebe-se que introduzir o ensino de artes visuais no contexto de
atendimento educacional hospitalar, com tamanhas especificidades, é desafiador,
pois esse ambiente exige uma postura sensível, onde se faz necessário a
flexibilização de metodologias, para que o aluno venha a participar de todas as
atividades com efetividade.
Mesmo em
meio aos desafios, constata-se que o processo de aprendizagem com pacientes em
tratamento oncológico – além de transmitir e construir o saber sistematizado –
assume um sentido terapêutico ao despertar no educando uma nova consciência do
eu individual. Determinadas atividades evidenciam que cada estudante carrega
dentro de si um universo particular oculto, podendo ser revelado de acordo com
as experiências possibilitadas pelo professor, que deve estar sensível às
necessidades do aluno para proporcionar-lhe experiências significativas.
Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval
Paiva
Assessoria de Comunicação
Sandra Cerqueira
Assessora de Imprensa
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