Por Soraya Mendes Guimarães
Assistente Social – Casa Durval Paiva
CRESS/RN 1249
Essa é a
história de uma adolescente, que chamaremos de Diana, alegre, cheia de vida,
que conseguiu enfrentar o câncer com muita dignidade. Atualmente com 18 anos,
demonstra gratidão e amadurecimento diante de todas as dificuldades que
enfrentou durante o período de tratamento. Certo dia, ela chegou na sala do
serviço social da Casa Durval Paiva e perguntou: “tia, posso contar uma
história? ” E ao receber sim como resposta, iniciou sua narrativa.
Foi logo
contando que é a mais nova de três irmãs, mora com o pai que trabalha na
agricultura de subsistência e com a mãe que, além do trabalho doméstico, ajuda
na criação de galinhas e cuida da pequena horta que mantém no quintal de casa,
em um lugar muito tranquilo, na área rural do município de São Miguel, uma
comunidade pequena, onde todo mundo se conhece.
Os pais,
mesmo sendo semialfabetizados, sempre fizeram questão que as filhas estudassem
e aproveitassem as oportunidades que eles nunca tiveram. Na época, pela manhã,
as três irmãs deixavam a comunidade onde moravam com destino a sede do
município para frequentarem a escola e à tarde participavam, duas vezes por
semana, de um programa social que atendia crianças e adolescentes em
vulnerabilidade social. A mais velha, de 15 anos, participava de curso de
informática, a do meio, de 14 anos, não gostava muito dos cursos e Diana, com
13 anos, estava fazendo capoeira.
Uma tarde,
na roda de capoeira ela se machucou e o joelho ficou muito inchado. Foi ao
médico da cidade que lhe orientou fazer compressa e usar uma pomada para a dor.
Diana fez o tratamento bem direitinho, mas nada da perna ficar boa. A professora
sugeriu procurar um médico em Natal, achando anormal uma pancada tão pequena
demorar mais de dois meses para voltar ao normal. Assim, voltou ao médico, que
a encaminhou para Natal em busca de uma melhor avaliação. Chegando ao Hospital
Universitário fez novos exames e foi encaminhada para a Liga onde recebeu o
diagnóstico de Osteossarcoma, um câncer ósseo.
Inicialmente,
muito assustada, não entendia direito o que estava acontecendo, mas sabia que
era grave, porque a perna não sarava e via a mãe chorando escondido. Foram dias
difíceis, muitas dores, sem poder voltar para casa, participar da capoeira, ver
os amigos, as irmãs e o pai. Passou muitos dias no hospital, fez muitos exames,
radioterapia e quimioterapia. Quando recebeu alta não pode ir para casa e foi
encaminhada para a Casa de Apoio Durval Paiva. Chegou muito triste, porque na
verdade queria ir ver todo mundo que deixou na sua cidade.
Quando
chegou na Casa de Apoio percebeu que as pessoas eram tão boas como as do
hospital. Lá o clima era leve, um lugar
onde podia participar de atividades recreativas, festas, passeios, das aulas de
música, desenho e da sala de aula, que permitiu a Diana não deixar de estudar
durante o tratamento. Devido ao diagnóstico do câncer ter sido feito tardiamente,
mesmo com o tratamento de quimioterapia e a radioterapia, Diana precisou
amputar uma perna, mas pode reaprender a andar e se adaptar a sua nova
condição, através dos exercícios de fisioterapia.
Com a ajuda
de vários profissionais, Diana conseguiu perceber que sua limitação não a
impedia de ser feliz e aprendeu a reescrever a sua própria história. “Então
tia, a Casa Durval Paiva é um pedaço de mim. É exatamente isso, um lugar onde
aprendi a ver as coisas com outros olhos, a me ver de outra forma. Que me ensinou
que meu câncer, meu tratamento, a perda da minha perna foi um momento que
precisei passar. Hoje estou mais forte e minha família também. Aqui vivi
momentos felizes durante o período mais difícil da minha adolescência e, por
isso, agora que consegui ser aprovada e vou cursar a faculdade vim compartilhar
com vocês.”.
Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval
Paiva
Assessoria de Comunicação
Sandra Cerqueira
Assessora de Imprensa
Imagem relacionada à divulgação
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