Por Soraya Mendes Guimarães
Assistente Social – Casa Durval Paiva
CRESS/RN 1249
Estudos
recentes apontam que, com o diagnóstico precoce, o tratamento do câncer
infantojuvenil chega a 70% de cura. No entanto, em razão de alguns fatores,
como a dificuldade de acesso aos serviços públicos de saúde, a desinformação
dos pais, o medo do diagnóstico e as características de certos tumores que são
de difícil diagnóstico, muitos pacientes são encaminhados para tratamento com a
doença em estágio avançado, o que reduz o percentual de cura.
Embora o
avanço da medicina contribua para a melhoria da saúde destas crianças e
adolescentes, permitindo o prolongamento da vida, é muito importante pensar
naqueles com a doença avançada, com ausência de resposta ao tratamento, para
quem a cura não é possível e a morte se torna cada vez mais evidente, e em como
esta fase afeta o paciente e sua família.
Quando esta
fase chega, a família pode ser forçada a uma mudança drástica dos papeis até
então desempenhados e alterações de atitudes e comportamentos, procurando
estratégias para enfrentar este momento difícil de sua vida, vivenciando medos
e incertezas, relacionados a finitude de um processo permeado por vários
sentimentos como: esperança, luta, fé, impotência, perda e esperança novamente.
Lidar com a finitude representa alterações nos planos futuros, dos papeis e das
responsabilidades de cada um e exige da família um elo muito forte para que
juntos possam enfrentar a situação vivenciada.
Na Casa
Durval Paiva, temos como entendimento que a equipe multidisciplinar deve estar
preparada para apoiar esse momento de vulnerabilidade vivenciado pelas
famílias. O assistente social, inserido nesse processo, deve perceber os
desejos, as necessidades da criança/adolescente e de seus familiares, para que
possa intervir, aliviar ou encaminhá-los para resolver seus problemas, ajudando-os
a estabelecer objetivos reais que lhes proporcionem conforto e diminuam o
sofrimento. É essencial que o profissional seja capaz de estabelecer uma
comunicação adequada e uma verdadeira relação de ajuda baseada no respeito,
empatia, escuta ativa, diálogo, coerência e autenticidade. Deve ser
desenvolvida uma relação com base na disponibilidade, confiança, serenidade,
respeito e esperança, buscando ajudar a família a encontrar um significado para
a situação que estão vivenciando.
O assistente
social deve ter como principal objetivo o acolhimento, conforto e a qualidade
de vida da família. Para tal, apresenta-se como necessário identificar qual o
papel que a criança/adolescente ocupa no núcleo familiar, quais os vínculos
consolidados e como a família encontra-se organizada. Deve orientar na
resolução de questões práticas ou complicações que possam surgir, fornecendo
informações, aconselhamentos e articulação, visando facilitar o acesso aos
serviços que garantam a qualidade, humanização e eficiência na prestação de
serviço no momento de luto vivenciado.
Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval
Paiva
Assessoria de Comunicação
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