Em mais uma
oportunidade de apresentar os desafios da gestão da Saúde estadual, o
secretário Cipriano Maia concedeu entrevista à TV Tropical, na manhã desta
quinta-feira, 10. Questionado sobre a situação atual da Pasta, o gestor
explicou a necessidade de profissionalização da gestão e racionalização dos
recursos públicos.
"Temos
uma situação crítica, com valores estimados em restos a pagar de R$ 346 milhões
de reais, somados os orçamentos dos últimos três anos, além de uma crise assistencial
instalada que persiste ao longo dos anos, seja nos corredores dos hospitais,
nas filas por exames, cirurgias, dificuldades em assegurar leitos de UTI para a
população, toda uma herança que é muito pesada e repercute na vida das
pessoas."
Para o
secretário, a contração do orçamento de 2019 em relação a anos anteriores será
um grande entrave. "Tivemos em 2017 e 2018 aportes extraordinários de
recursos federais, que não foram mantidos, o que significa uma contração do
orçamento de R$ 1.930 milhão para R$ 1,5 milhão do orçamento que foi votado,
isso dá a dimensão da crise e vai exigir da nossa parte tanto a busca de
parceria com os municípios para captar novos recursos federais como também a
racionalização dos recursos existentes, dando maior profissionalização à gestão."
Sobre o
abastecimento das unidades hospitalares do Estado, Cipriano Maia reafirmou a
necessidade de profissionalizar a gestão. "Temos muitos contratos que não
foram mantidos, não foram renovados com antecipação, por exemplo, o SAMU, cujo
contrato vence hoje e está com o processo licitatório atrasado, são várias
situações que mostram uma falta de planejamento de gestão para que os serviços
tenham continuidade, e nós estamos tentando fazer ajustes e tomar medidas
emergenciais para não paralisar os serviços e para qualificar a atenção com os
recursos que temos".
Policlínicas
serão instrumento para a Regionalização da Saúde
Cipriano
Maia voltou a defender a proposta de implantação das policlínicas regionais,
instrumento que possibilitará o fortalecimento das Regiões de Saúde e o
incremento do processo de regionalização da Saúde.
"As
policlínicas são uma proposta de qualificar a atenção de média complexidade
ambulatorial. Temos às vezes uma atenção básica que consegue ter uma cobertura
satisfatória, o acesso à alta complexidade, mas o acesso à média complexidade,
que é a atenção ambulatorial especializada com apoio diagnóstico e terapêutico
é insuficiente e faz com que as pessoas migrem para Natal e Mossoró. O Ceará
encontrou um modelo com recursos do Banco Mundial e a experiência de lá é a
nossa referência. A ideia é termos uma policlínica em cada Região, com
regulação, com transporte sanitário, em parceria com os municípios e tendo o
consórcio público como o gestor desses serviços". Segundo Cipriano Maia,
as policlínicas são uma proposta do Governo para implantação a partir da
recuperação fiscal do Estado.
O secretário
explicou que a regionalização da Saúde começa na atenção básica, "apoiando
os municípios para que a atenção básica seja mais resolutiva e qualificada, e
isso vai se fazer apoiando a educação permanente dos profissionais, fornecendo
apoio técnico, viabilizando parcerias para que a atenção básica possa ter mais
recursos e apoio aos profissionais", disse.
"Vamos
trabalhar também a organização das redes de atenção das regiões com regulação e
o grande instrumento será o consórcio público onde a gente conseguirá reunir
recursos estaduais com recursos dos municípios e aporte federal, e com uma
gestão mais profissionalizada podermos fazer a gestão não só dos hospitais
regionais, e dar resposta às demandas de urgência, de clínica, de cirurgias
mais básicas, como também o apoio ao diganóstico". Ele explicou que o
consórcio gerenciará também outros serviços de âmbito regional, como o Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e as policlínicas". [Assessoria de Comunicação Sesap]
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